O jornalismo tradicional tem futuro?

Repórter de rua, de redação, de televisão. Apresentador, comentarista de rádio, redator. Quem cursou jornalismo, em algum momento da vida, já teve vontade de ter uma dessas colocações. O tradicional jornalismo, baseado em "3QPOC", perguntas e respostas para, com este material, produzir conteúdo relevante para seu leitor ou espectador.

A magia de ver seu nome assinando um importante tema regional, estadual ou nacional. Por que não internacional? O jornalista quer ser jornalista. Ser repórter, ir atrás da notícia, buscar o assunto. Investigar, saber, contar. Ter importância na sociedade trazendo o que realmente causa impacto e diferença na vida das pessoas!

Isso é ser jornalista. Ou era? Hoje, em meio às mudanças nas profissões, com adaptações e inovações, é tão difícil ser jornalista... ou melhor, conseguir uma oportunidade de praticar o jornalismo. Aquele que aprendemos em quatro anos de curso, que ouvimos diariamente que é tão importante quanto ser médico, advogado ou presidente.

Num título que questiona, não: eu não tenho a resposta. No entanto, olhando ao redor, dia a dia, talvez tenhamos. É muito mais difícil perceber aquilo que está escancarado do que desvendar desafios profundos. E em questão de profundidade, temos um mercado raso.

Mais raso do que o pensamento de qualquer universitário em seus primeiros meses de contato com a profissão, ao pensar que sairá para o mundo como âncora nas maiores emissoras. Raso como a vontade que muitos têm em entender como funciona a mídia. Talvez sejamos, às vezes - por coincidência do destino - ilegíveis.

Somos dificuldade e objetividade. Por muitas vezes, subjetividade para contar histórias. Somos saudosistas pelas pautas e matérias complicadas. E o jornalismo, por ora, não nos alegra. Pelo contrário: nos frustra ao mostrar que, dele, podemos usufruir cada vez menos.