O machismo nas entrelinhas do Dress Code

O machismo nas entrelinhas do Dress Code

No mundo corporativo, uma mulher de “sucesso”, da alta direção, precisa estar todos os dias impecável. Consegue imaginar essa rotina?!

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A cada 15 dias é necessário “esconder” os fios brancos com tintura ou tonalizantes, além disso, aproveitar para fazer a sobrancelha, depilar o buço, axilas e pernas, afinal, a qualquer momento pode ser que ela utilize uma saia ou um vestido sem mangas.

Uma vez por semana é necessário fazer as unhas das mãos e a cada duas semanas, as unhas dos pés. Cabelo sempre limpo, maquiagem funcional (base + pó compacto + blush + lápis de olho + rímel + batom), pele hidratada e claro, não repetir a mesma roupa num período de 10 dias pelo menos. Looks novos sempre!

Essa é a rotina de uma mulher solteira. Imagine quando ela se casa? E se tiver filhos?

Acho engraçado quando um homem justifica o manual de vestimenta afirmando que nós mulheres somos “privilegiadas” porque no calor podemos colocar os braços e as pernas para respirar. Você sabia que esse “privilégio” esfola as nossas pernas toda semana? Sabia que os nossos pés criam calos durante todos esses anos em que usamos sapatos fechados e com salto alto?

A empresa resolve fazer um manual de dress code, engessa todos os colaboradores em um padrão de qualidade e não vê como a mulher é prejudicada, como sua rotina se torna exaustiva e quanto do seu salário é separado para se adequar a essas normas.

A grande tendência é maleabilizar esse manual, mas ainda assim, existe uma cultura patriarcal que precisa ser mudada. Sabe o que nós mulheres precisamos? Liberdade de escolha! A mulher precisa ter o direito de escolher entre trabalhar de salto e maquiada ou, de calça jeans e camiseta despojada. E a grande desculpa ainda existe:

“Precisamos engessar o dress code, porque se abrir para o colaborador vir como quiser, será um show de horrores”.

Eu ainda acredito no bom senso. A mulher sabe que se for a uma reunião com clientes é necessário investir na imagem pessoal. Mas mudanças acontecem de cima, e essa questão pode ser resolvida através de um bom relacionamento entre a gestão da empresa e os colaboradores. A chave do negócio se baseia em dois princípios:

Confiança: Acredite que a colaboradora saberá se portar em ambientes diversos.

Comunicação: Se exagerar no decote, por exemplo, converse e oriente que essa não é a melhor forma de se apresentar no meio corporativo.

O poder de escolha pode mudar a forma com que nós mulheres vemos o mundo, e sem dúvida, ajudará a trazer à tona o que temos de melhor para acrescentar nas empresas.

“As mentes são como paraquedas, só funcionam se estiverem abertas”.

Concordo com cada vírgula!

Claudia Brito

Financeiro | Assistente Financeiro no Duarte Tonetti Advogados

6 a

Arrasando nos textos ! Parabens Aline.

Carol Lopes Fortes

Representante Comercial - CALÇADOS RAMARIM

6 a

Sem contar o tal padrão estético longilíneo intrinsecamente exigido. Haja talento pra tanto drible!!

Marcelo R.

Analista Financeiro| Bolognesi Energia S.A

6 a

Ótimo texto!

Tainah Escocard 🏳️🌈

Sócia e CBDO na 8D Hubify | Especialista em Vendarketing | Revenue Operations

6 a

Concordo com tudo que você escreveu, e acredito que em ambientes menos tradicionais como Startups, essa cultura já está mudando!

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