O medo do NÃO retira a possibilidade do SIM.

SIM, é complicado e dói muito receber um baita NÃO em algo que queríamos muito receber um belo SIM. Um aumento? Uma promoção? Fica comigo? Vamos tomar algo? Me ajuda? Vamos ser amigos? Me perdoa? Me dá uma chance?

Esse medo da negação, essa dor que não queremos sentir, cria uma casca e uma barreira que nos faz cada vez mais optar pela EVITAÇÃO, ou seja, por medo do NÃO, nem tentamos. Por supor que não temos chance ou que elas são reduzidas, preferimos conviver com a incerteza da verdadeira resposta. Vamos convir que o medo não é um dos melhores conselheiros.  

Em termos práticos, pelo medo do NÃO alheio, nós mesmos nos oferecemos um NÃO.  Mas não é aquele NÃO seco, direto e cruel. É um NÃO mais doce, recheado de justificativas e argumentos que confortam, tais como: eu nunca teria chance mesmo... tem outros na minha frente... com que cara vou olhar para a pessoa depois... desencana disso aí, busca outra coisa... E, geralmente, a pessoa que pratica essa EVITAÇÃO, para justificar tal ação, se diz uma pessoa realista, que sabe o seu lugar, que já sabe a resposta. Será?

Enfim, o que questiono é a quantidade de SIM perdidos por aí, que nunca aconteceram, pelo simples fato que alguém, em algum momento, não teve a CORAGEM de, simplesmente, perguntar, tentar. Não te dói saber quantos aumentos, promoções, beijos, relacionamentos, ajudas, amizades, perdões, chances, deixaram de acontecer na sua vida, não porque alguém não quis ou não achou válido o seu pedido e ideia, mas porque você mesmo não se deu a oportunidade de acontecer?

Falo por mim. Nada pior que conviver com a dúvida. Aquele gostinho amargo de “Se eu tivesse”... E pior: você evita e não fala, outra pessoa vai lá, fala e conquista. Isso desconserta. Saber que podia ter sido você e não foi. Que era para ser teu, mas não aconteceu. Que a oportunidade passou, você não tentou e outro aproveitou. Olha só o que o seu próprio NÃO te faz!

O que você deveria entender é que cada NÃO recebido e bem assimilado é libertador. Liberta da dúvida, da incerteza, abre novos caminhos e portas, realinha a vida. Saber lidar com isso nos faz crescer, pois passamos a entender realmente quem somos e onde estamos. E, principalmente, nos faz abandonar o mundo imaginário do TALVEZ, que, aliás, é a pior das prisões, aquela situação que nem você sabe se deseja sair, mas não está feliz por ficar. Sério mesmo que viver com a dúvida é melhor do que com a certeza, ainda que negativa?

A vida é um eterno teste de nossa CORAGEM. Por isso, temos que a exercitar, compreender e utilizar. Veja bem, não é a loucura de sair por aí querendo tudo, tentando tudo, mas quando realmente desejamos e nos achamos capazes de algo, não se deixar perder pelo simples MEDO de tentar. Finalizando, deixo esse trecho sobre coragem de H. Jackson Brown Jr em seu livro Pequeno Manual De Instruções Para A Vida:

“Daqui a vinte anos você estará mais arrependido pelas coisas que não fez do que pelas que fez. Então solte suas amarras. Afaste-se do porto seguro. Agarre o vento em suas velas. Explore. Sonhe. Descubra. ”