O menino
O menino não era bagunceiro. Estava confortável no sofá, encostado em duas almofadas brincando com joguinhos no celular, ao mesmo tempo que assistia Patrulha Canina na Netflix.
Eu o observava ali, quieto. “Como pode assistir desenho ao mesmo tempo que joga?”, – pensei curiosa. Na minha época não era assim. Não havia joguinhos, muito menos Netflix. Eram brincadeiras de criança que eu brincava uma de cada vez. Essas crianças dos tempos modernos...
Levantei e fui até a cozinha pegar para ele um bombom. Agradecido, ele olhou aquele pequeno embrulho amarelo e começou a investigar como abria. Ficou olhando, tentando, até conseguir. De repente, colocou o bombom inteiro na boca, salientando suas bochechas. Pasma, fiquei assistindo a mastigação dificultosa, até finalmente comer todo o bombom. Não sei se foi saboreado, apenas observei o jeito ávido de lidar com tudo ao mesmo tempo.