O mercado editorial em 2021
O período pandêmico certamente apresentou muitos desafios ao nosso dia a dia. Talvez um dos fatores mais comprometidos tenha sido o lazer (há quem seja mais caseiro, e quem goste mais de atividades fora de casa), e esse momento excepcional passou a reacender antigos hábitos que muitos de nós acabamos deixando de lado em favor das mídias digitais, como a leitura de livros impressos.
Segundo dados coletados pelo 7º Painel do Varejo de Livros no Brasil de 2021, realizado pela Nielsen Book e divulgado pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livro (Snel), os primeiros seis meses deste ano viram um crescimento total de 48,5% nas vendas de livros em comparação com o período equivalente no ano anterior.
Mesmo com a grande popularização de e-readers (leitores de e-books, livros digitais, que funcionam de forma semelhante aos tablets, mas com telas que simulam bem o visual de uma folha de papel), smartphones e a já massiva presença dos computadores pessoais nos lares brasileiros, conteúdos como livros passaram ser vendidos também em forma digital, havendo até quem os consuma exclusivamente desta forma.
No entanto, há muita gente que ainda prefere o material impresso. Sentir a textura das folhas na pele, sentir o cheirinho de livro novo, poder ver a capa impressa em alta qualidade, com cores e enobrecimentos especiais como um verniz diferenciado ou uma laminação com toque aveludado, que torna a experiência de leitura ainda mais prazerosa. E o que dizer sobre a satisfação de usar aquele livro lindo como parte da decoração na sala, na estante, no escritório, depois de ler? Ah!
A pandemia segue em nossas vidas, ainda mantendo-nos socialmente isolados e limitados quanto às opções de lazer e entretenimento disponíveis, mas há quem vem fazendo bom uso do tempo a mais em casa para começar, continuar ou mesmo ressuscitar velhos hobbies. Entre eles, a escrita.
Existem muitos autores e autoras criando obras que ficaram paradas pelo tempo, esquecidas pela rotina, ou mesmo abandonadas por algum outro motivo. Este período de maior contato com o lado pessoal de cada um pode servir para trazer de volta à tona o desejo pela criação, aquela vontade e determinação de concluir o projeto de vez e vê-lo ganhar vida.
Mas… como esse projeto ganharia vida? Oras, se é um livro, porque não publicá-lo? É possível que se busque, tradicionalmente, a publicação via editoras (que podem ou não ter interesse em uma obra literária), mas o que muita gente não sabe, é que há também a possibilidade de autopublicação. Neste modelo, os custos de produção são assumidos pelo(a) próprio(a) autor(a). Claro, a editoração, formatação, design de capa e diversos outros pontos podem ser também realizados por conta própria, embora ter um profissional contratado para isso ajude.
Por ser um projeto custeado diretamente do bolso, de maneira muitas vezes individual (embora possam ocorrer as famosas vaquinhas, ou crowdfunding como é conhecida mundo afora), a tiragem não precisa ser necessariamente massiva, e com certeza a satisfação de ver toda a dedicação na escrita ganhar vida no papel valerá a pena.
Você gosta de escrever? Se sim, e tem algum projeto em mente, considere trazer ele para o mundo físico - nada bate a boa e velha experiência da tinta no papel!
Texto por André Schelgshorn