O mercado hoje, 05/01/2016
O Ibovespa parece ter começado o ano com o pé esquerdo, mas nada que surpreenda os players: desde o ano passado já é de conhecimento geral que 2016 não será o ano da recuperação. Na ultima sessão predominou o pessimismo com os dados do gigante asiático, e hoje o dia promete mais volatilidade, com o nosso cenário político voltando ao poucos à tona (mesmo sem a volta do congresso), o aprofundamento da crise diplomática saudita/iraniana e com dados Europeus a serem divulgados.
Na Ásia o BC Chinês injetou US$ 20 bi (130 bilhões de Yuans) na economia para acalmar o mercado, a maior quantidade de recursos desde setembro do ano passado, por meio de operações de mercado aberto com o objetivo de aliviar as restrições de liquidez no curto prazo, mas mesmo assim os mercados se mantêm instáveis, com operadores suspeitando que os bancos estatais foram usados para manter o yuan no mesmo preço e com analistas alertando os investidores para oscilações mais intensas nos preços das ações pelos próximos meses. No Japão, o presidente do BoJ, Haruhiko Kuroda, voltou a prometer fazer tudo o que for necessário para levar a inflação por lá para a meta de 2%. Hoje, o CPI YoY se encontra em 0,3%. Falando a representantes de sindicatos, Kuroda afirmou que ganhos nos salários são necessários para garantir que a inflação acelere de maneira sustentável. A China fechou com queda de -0.25%, Hong Kong com -0.65% e Japão com -0.42%.
Na Europa o dia também é de cautela, com as ações devolvendo parte dos ganhos auferidos com a alta do petróleo de ontem, e apesar do agravamento da crise diplomática entre Irã e Arabia Saudita (o Bahrein segue os sauditas e corta relações com o Irã, e os Emirados Arabes Unidos decidem reduzir laços diplomáticos com o Irã, retirando sua embaixada de Teerã) o petróleo recua.
Pela manhã foi divulgado o CPI da zona do euro, com um avanço de 0.2%, enquanto o mercado tinha uma expectativa média de 0.9%, o que trouxe desanimo no humor do dia. Neste momento a França cai -0.83%, Alemanha -0.96%, e Inglaterra -0.20%
Nos EUA a agenda de indicadores está mais tranquila, às 12h45 está programado o ISM de Nova York para dezembro e às 19h30 os dados da API de estoque de petróleo bruto. Ontem foi divulgado os dados sobre atividade industrial, o dado da Markit passou de 51,3 para 51,2 pontos na leitura final de dezembro enquanto o dado calculado pelo ISM passou de 48,6 para 48,2 pontos, permanecendo abaixo dos 50 pontos que distingue expansão de contração. O alerta deste ISM de manufaturados fica imposto sobre o ritmo de elevação da taxa de juros, provavelmente a atividade industrial deve mostrar um ritmo mais fraco no último trimestre de 2015, adicionando alguma cautela. Amanhã serão divulgados os dados da pesquisa ADP Employment, que serve como prévia para o Payroll, caso os dados sobre o mercado de trabalho venham mais fracos, deve aumentar as apostas de que o FED adiará novos aumentos no juros. Os contratos futuros de petróleo operam em queda às 8h16, numa sessão com grande volatilidade. Os primeiros vencimentos do Brent e WTI exibem -0,51% e -0,11%, respectivamente. A intensificação das tensões entre Arábia Saudita e Irã colaboram para esta movimentação e também a notícia da Saudi Arabian Oil Company que irá cortar os preços do petróleo para fevereiro para clientes da Europa e aumentou para clientes asiáticos, enquanto para os norte-americanos foram mantidos.
No Brasil, com o noticiário político menos denso, devido ao recesso parlamentar, ficam as repercussões sobre as reuniões do governos e as estratégias que pretendem adotar em 2016. Segundo publicação do Broadcast, no Palácio do Planalto fala-se no “novo PAC” que agora deve priorizar a construção civil, a presidente deve apresentar medidas para retomar o crescimento ainda em janeiro, mas sem abandonar o ajuste fiscal. Já no PT, fica pressão sobre Dilma para que faça uma “Carta ao Povo Brasileiro” com o objetivo de estimular o setor produtivo, os petistas prometem redobrar a pressão pela queda dos juros.
O Indice futuro com vencimento em fevereiro / 2016 segue pressionado com tendência de queda, tentou claramente formar uma zona de acumulação no fundo, porém na última hora de pregão a coisa desandou. Tem como suporte imediato os 42.550, que se perdidos apontam para os 42.090, região forte que deve ser respeitada, mas nada impede de ser perdida tendo projeção para prazos maiores nos 41.600. Só alivia se romper os 42.830, dando folego até os 43.300ª acima desse renova máximas em 43.570 e 44.035.
O Dolar futuro, com vencimento em fevereiro/2016 ganhou força com os últimos acontecimentos, e segue forte. Só perde força para baixo dos 4.057 (sendo que o suporte imediato fica em 4.063), projetando quedas até os 4.046 e 4.017. Resistencia imediata em 4.081, que se rompida segue até os 4.092, e 40103, forte região, que se rompida projeta alta até os 4.131.