O mercado

Minha empresa foi contatada para realizar um projeto, para um terreno no centro da cidade. A proposta de compra do contratante, que procura um terreno em área nobre, para edificação comercial, está abaixo do que pede o proprietário da área.

Os terrenos estão supervalorizados na espera de que alguma coisa aconteça no país, porque na verdade, neste agosto de 2016, o mercado está muito devagar. Pela lei da oferta e da procura os proprietários dos terrenos, na contramão do mercado, estão aguardando uma situação ideal, que dificilmente ocorrerá, pedindo muito mais dinheiro do que os terrenos realmente valem.

Como o proprietário de terreno em centros urbanos, não utilizará a terra para produzir tomates, o valor do terreno deve ser função, do que a legislação da prefeitura municipal permite que seja construído no local.

Mas esta realidade passa ao largo da mente, dos que estão interessados em vender o lote, corretores de imóveis inclusive.

Portanto há exigências dos proprietários do terreno, do pretenso comprador, da prefeitura e dos corretores, que acabam bagunçando o mercado.

Esquecem todos que sem os projetos, para determinar o que pode ser edificado no local, o terreno nada vale, pois existe a possibilidade de não serem atendidas as obrigatoriedades municipais, que devem concordar com a intenção, ou expectativa de lucratividade do investidor.

Sim, lucratividade do investidor, porque sem lucro não há mercado, empregos e a economia desaparece. Como falar em lucro é ofensivo no Brasil, a economia de nosso país está aos bagaços.

Assim, sem projetos que viabilizem o lucro do investidor, não há dinheiro para o proprietário do terreno e para os impostos do governo. Não se geram novos empregos e o corretor de imóveis nada ganha

Mas os projetos, ou os profissionais que se dedicam à arquitetura e engenharia, são a parte mais frágil do processo de concepção de um empreendimento. Porque? O trabalho técnico é menosprezado, muitas vezes por influência dos próprios profissionais, que com frequência cobram valores irrisórios, pelo seu trabalho.

Mas valores irrisórios para projetos geram projetos medíocres, que fatalmente afetarão a rentabilidade do empreendimento, fazendo da construção civil uma atividade de risco.

Mas os costumes são estes e nada que se diga os mudam.

Este artigo é uma tentativa, de chamar atenção para o valor dos bons projetos e citar a especulação desenfreada no valor dos terrenos: Eles nada valem se as futuras obras não respeitarem a legislação municipal e bons projetos as valorizem.

Que os costumes dos brasileiros mudem, para o país crescer.