O mito do normal
Este livro é tão importante em tempos de burnout que resolvi compartilhar os ensinamentos principais. O autor Gabor Maté discute os mitos mais comuns sobre a origem das doenças e a natureza dos vícios, revelando conexões entre o sofrimento individual e o papel da sociedade no adoecimento coletivo. Para ele, a medicina tradicional não leva em conto os traumas e dificuldades que os doentes passam para o tratamento e o diagnóstico. Aqui eu fiz um resumo sobre os caminhos possíveis para a saúde e a cura a partir de padrões que vivenciamos desde a infância e que não são necessariamente a verdade: são crenças que moldam nossa vida.
Como se desfazer de crenças autolimitantes
Existem algumas formas de se trabalhar a autossabotagem e a autolimitação. Alguns sugerem afirmações positivas, em defesa da programação neurolinguística, mas em alguns casos a crença ultrapassa as palavras. Para nos libertar desta hipnose da desvalorização, uma série de passos foi formulado por Jeffreu Schwartz, professor de psiquiatria da Universidade da Califórnia e autor do livro "The mind and the brain". A ideia é retreinar o cérebro com compromisso e atenção plena. Escreva num lugar tranquilo de preferência à mão.
1. Passo: recategorizar o pensamento
Escrever o pensamento limitante e chamá-lo do que ele é: um pensamento, uma crença, não é a verdade.Exemplo: Em vez de pensar “Só tenho valor quando me mostro prestativo”, trocar por “Estou agindo como se pensasse que só tenho valor quando me mostro prestativo”
2. Passo: Reatribuir
Deixe claro que você não solicitou determinado pensamento. Trata-se de um efeito de circunstâncias sobre as quais você não tinha controle algum quando a adquiriu, colocando a causa no local correto. Pense “Isso é meu cérebro me mandando um recado antigo e conhecido”
3. Reajustar o foco
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Se você notar uma autocrença negativa tentando assumir o controle, arrume outra coisa para fazer. No início você pode nem perceber a autocrença assumindo o controle e não se recrimine por isso. No início, tente ganhar 15 minutos escolhendo algo que goste de fazer e que o mantenha ativo, algo saudável. Música, caminhada, palavras cruzadas, contato com a família qualquer coisa que o ajude a atravessar 15 minutos. O objetivo é ensinar seu cérebro que ele não precisa sucumbir a mesma história de sempre.
4. Reavaliar
Balanço e enfrentamento da realidade.
Pergunte-se: O que esta crença de fato fez por mim?
Possíveis respostas: Vergonha, isolamento, amargura, impediu de arriscar para correr atrás de sonhos, causou doenças, sintomas físicos. Vivencie esses impactos profundamente e faça uma análise completa sem julgamento. Qual foi o saldo da história com a desvalorização em todas as instâncias: no trabalho, no relacionamento, com amigos, filhos? O que aconteceu ontem quando você foi conduzido por esta crença? E hoje? E amanhã? Houve ganhos? Houve perdas? Você se protegeu de alguma forma?
5. Recriar
O que determinou sua identidade até aqui? Seu cérebro está programado por mecanismos automáticos e sua vida foi criada em função disso. Está na hora de imaginar outra vida, uma que realmente valha a pena escolher. Anote seus valores e intenções e imagine-se vivendo dentro de outro padrão, rompendo padrões que te prendiam e aos quais você se agarrava. Pense em encarar as pessoas nos olhos e sentir compaixão por elas e por si.
Embora o processo todo seja doloroso, não precisamos levar tudo tão a sério a ponto de perder uma sensação de espontaneidade e vitalidade. Que tal incluir alguma leveza nisso tudo?