O NOSSO CÉREBRO E AS SUAS POLARIDADES

Possuímos todos, homens e mulheres, um cérebro dividido em dois hemisférios a que normalmente se atribuem duas polaridades diferentes. O hemisfério direito, tradicionalmente associado ao género e energia feminina (o Yin), e o esquerdo, à energia e género masculino (o Yang). 

O hemisfério direito (Yin) tem uma visão do mundo abrangente, em que tudo está ligado entre si e para ele não existe tempo, tendo o passado, o presente e futuro a coexistirem no presente. Tem uma visão inclusiva de tudo e de todos e fisiologicamente comanda o lado esquerdo do corpo.

Por outro lado, o hemisfério esquerdo (Yang) tem uma visão linear do tempo, com o passado, presente e futuro perfeitamente separados e em linha com o raciocínio lógico, faseado, que permite a elaboração de planos com fases sucessivas, focadas na concretização de objetivos. Tem uma visão do “eu” separado do “outro”, que lhe permite ser competitivo e a adoptar as necessárias ações e comportamentos, que garantam o sucesso dos seus planos. Este é o lado do cérebro, que comanda o lado direito do corpo.

Estas duas polaridades presentes nos dois hemisférios cerebrais e que existem quer nos cérebros dos homens, quer nos das mulheres, são diariamente usadas em função das necessidades. Ou seja, durante o dia e consoante as nossas necessidades e estímulos exteriores, recorremos à polaridade feminina, ou à masculina.

Agora que sabemos como funcionam as polaridades, é importante percebermos que o nosso bem-estar, está estreitamente associado ao equilíbrio destas duas polaridades.

Neste sentido, é essencial que as mulheres se conectem mais com a sua energia masculina, porque esta é importante na definição da sua identidade, de seguirem na direcção que sentem ser a sua, sem terem que se preocupar com a opinião daqueles que lhe são próximos. O contacto com esta energia masculina, facilita o desligar dos papéis e programas tradicionais associados à energia feminina, nomeadamente o de cuidadora dos outros, esquecendo-se de si própria.

Do mesmo modo, é essencial que os homens se conectem também com o seu lado mais Yin (feminino) e abracem uma visão do mundo mais abrangente e inclusiva de tudo e de todos. A tomada de consciência e aceitação das emoções e do seu papel fundamental no equilíbrio interior e na ligação com o outro, é o desafio que é colocado aos homens para atingirem paz interior e uma vida equilibrada.

O posicionamento extremado em relação aos papéis e programas associados ao género feminino ou masculino, assenta essencialmente nas referências, ou crenças, a que estamos sujeitos no ambiente que nos rodeia desde crianças. A criança regista tudo o que ouve e vê os seus pais e pessoas próximas fazerem e serão estes comportamentos e visões do mundo, que irão constituir as fundações da sua personalidade. Mais tarde, adoptará os mesmos comportamentos (ou a polaridade oposta), consoante o impacto desses comportamentos ter sido positivo ou negativo, durante a sua infância.

Assim, se não gostamos da vida que estamos a viver, é sinal de que estamos em incoerência, ou seja, que sentimos uma coisa mas fazemos ou dizemos outra. Por isso, torna-se essencial para todos nós, adoptarmos uma postura vigilante relativamente aos nossos comportamentos, com vista a encontrarmos o equilíbrio interior destas duas polaridades.

Veja este vídeo maravilhoso sobre o nosso cérebro