O novo e o velho – O conflito da ribalta
Nos últimos dias tive a oportunidade de rever um clássico do cinema estrelado por Charles Chaplin denominado “Luzes da Ribalta”, provavelmente, desconhecido pela geração mais nova. O filme consiste na história em torno de Calvero (Chaplin), um cômico de Vaudeville em decadência que um dia, ao chegar à pensão onde estava instalado, salva a jovem Thereza do suicídio. Em convalescença, esta confessa-lhe ser uma aspirante a bailarina que não consegue encontrar emprego. Calvero ajuda-a a reencontrar o seu amor-próprio, auxiliando-a a tornar-se uma prestigiada bailarina clássica, mas, ciente que o seu amor lhe pode prejudicar a carreira, afasta-se optando por uma vida de mendicidade.
Mas o que tem uma história de amor a ver com um Linkedln? A resposta está na leitura que é feita do filme independentemente do seu conteúdo romântico e, diga-se de passagem, um romantismo puro. A leitura mencionada está na busca da resposta para “a quem cabe estrelar na ribalta – o novo (a bailarina) ou o velho (o cômico decadente)” no caso presente o novo ocupando o lugar do velho.
Continuando a pergunta nos cabe ainda questionar – será que o velho sempre terá que ceder o lugar ao novo? O novo nada terá que aprender com o velho? Até que ponto o velho se torna ultrapassado?
Parte da resposta está no final do filme quando o cômico integra um espetáculo coletivo e consegue chegar ao auge do reconhecimento ao mesmo tempo em que sofre um ataque cardíaco e vem a falecer no mesmo momento em que a bailarina se apresenta, ou seja – o velho, após a vitoria, acompanhando a ascensão do novo.
O filme demonstra uma perfeita integração entre as duas gerações onde um auxilia o outro a superar suas dificuldades emocionais ou psicológicas mas, nunca, competências ou habilidades.
Concluindo posso afirmar que a ribalta tem espaço para todos desde que cada um reconheça o seu potencial e as suas dificuldades e, principalmente respeite o momento do outro e, lembrando sempre que o novo de hoje é o antigo de amanhã. “Será que estará ultrapassado?”.
Uma boa reflexão!