O novo fôlego do setor de eventos

O novo fôlego do setor de eventos

O período pós-pandemia registra não apenas uma retomada, mas um incremento da atividade em nível mundial


Um ano atrás, motivada pelo grande público do festival The Town, lembrei o período de isolamento social havia ficado para trás e que os grandes eventos, em especial os de negócios, estavam de volta.

De lá para cá, foi possível constatar não só a retomada, mas um incremento significativo da nossa atividade. E isso se deu no mundo todo.

Segundo o mais recente relatório Global Exhibition Barometer divulgado pela UFI (The Global Association of Exhibition Industy), concluído em julho, o setor conquistará um recorde neste ano, acima até de 2023, apontado como o momento de recuperação pós-pandemia.

A previsão é que a receita das empresas cresça, em média, 17%, sobre os 20% já observados no ano passado.

“Esta edição da pesquisa confirma nossos dados iniciais de janeiro de que 2024 será um ano recorde para as receitas da indústria globalmente”. Diretor-geral e CEO da UFI.

Por aqui

O Barômetro Eventos B2B relativo ao primeiro semestre de 2024, produzido pela UBRAFE (União Brasileira de Feiras e Eventos de Negócios) em parceria com a SPTuris e restrito às venues associadas e baseadas na cidade de São Paulo, apontou que foram realizadas 516 feiras setoriais de negócios no período.

Embora representem apenas 17% dos “grandes e mega eventos” (acima 700 participantes), as feiras de negócios atraíram, sozinhas, 1,9 milhão de visitantes – nada menos que 69% da amostra.

Considerando-se todos os eventos com foco em negócios (feiras, congressos, corporativos e outros), o levantamento estima um total de 2,8 milhões de visitantes únicos, cujos gastos geraram um impacto econômico de R$ 4,4 bilhões na cidade.

Para ilustrar esse cenário, cito o São Paulo Expo, onde se dá boa parte dos eventos promovidos pela Informa Markets no Brasil.

O complexo divulgou recentemente que abrigou 69 eventos em 2023, movimento R$ 1,5 bilhão e recebeu 280 mil visitantes de fora do município. A estimativa é que cada um deles gastou R$ 3.500 com passagens aéreas e despesas de hospedagem, deslocamento e alimentação.

Novo fôlego

A recuperação em andamento deu novo fôlego para o setor de eventos, ao mesmo tempo que gerou a necessidade de conhecermos, de fato e com precisão, qual o impacto da nossa atividade.

Em julho, a ABEOC (Associação Brasileira de Empresas de Eventos) confirmou a parceria com o Sebrae e a Federação das Indústrias do Estado do Ceará para a realização de uma nova edição do Dimensionamento Econômico da Indústria de Eventos no Brasil.

Vale lembrar que este estudo foi realizado pela última vez em 2013, e nem é preciso dizer o quanto nosso setor mudou em mais de uma década.

O estudo, que conta com apoio de um grande número de entidades, objetiva dimensionar o setor de eventos em todo o Brasil, sua evolução e importância para a economia nacional.

Também recentemente (1 e 2 de agosto), o setor ganhou um novo evento exclusivo para suas atividades, o Experience Expo. Promovido pela UBRAFE no Distrito Anhembi, a ideia é fazer do encontro uma referência para negócios, atualização e networking das marcas e profissionais que atuam na área.

A primeira edição do Experience Expo reuniu 65 marcas expositoras e recebeu 2,8 mil visitantes.

Resiliência

Todos esses exemplos pontuais ilustram a resiliência das pessoas e marcas que fazem os eventos de negócios acontecerem. A verdade é que, mesmo impedidos de realizar nossas feiras por causa do isolamento social, não ficamos parados.

A pandemia foi um momento de reflexão, reinvenção e busca de novos formatos que permanecem até hoje e deram ao nosso trabalho uma nova dimensão.

Mais que tudo, ficou a lição de que as feiras de negócios são, sim, necessárias e desejadas pelo mercado.

Alice Mara Bueno de Freitas

Gestão de Operações, Eventos, Marketing e Publicidade.

4 m

Retomada mais que merecida.

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