O novo mundo pertencerá aos generalistas

A revolução da inteligência artificial está claramente em curso. O ChatGPT, por exemplo, transformou radicalmente atividades rotineiras, como pesquisas na internet, aprimoramento de textos e traduções, além de fornecer amplas aplicações por meio de suas APIs para softwares existentes e estimular o surgimento de novas startups. Mas o ChatGPT é apenas uma faceta dessa inovação. O Midjourney oferece uma alternativa aos tradicionais bancos de imagens e aos elevados custos das imagens personalizadas, permitindo a criação de imagens sob medida. Contudo, é o Sora.AI, o mais recente produto da OpenAI, que promete liderar essa revolução, possibilitando a criação de vídeos curtos de até 60 segundos, que atendem tanto a necessidades corporativas quanto a desejos pessoais.

O que ChatGPT, Midjourney e Sora.AI têm em comum é a habilidade de gerar ou aperfeiçoar conteúdo, imagens e vídeos a partir de instruções em linguagem natural. Independentemente do idioma, essas ferramentas convertem palavras em produtos digitais personalizados. A qualidade do resultado final é diretamente proporcional à clareza, detalhamento e riqueza das instruções fornecidas. Assim, quanto mais específica for a solicitação, melhor será o conteúdo criado, evidenciando a capacidade dessas IA de entender e satisfazer as necessidades específicas de seus usuários.

É inegável o potencial impressionante dessas tecnologias. No entanto, é fundamental que consideremos os impactos positivos e negativos que elas podem ter em nossa sociedade, visando a uma evolução consciente.

Entre os aspectos positivos, destaco o uso do ChatGPT para garantir que meus textos estejam livres de erros e bem formatados para publicações no LinkedIn, uma tarefa que antes dependia da contratação de um especialista, implicando em custos adicionais e mais tempo. A eficácia do ChatGPT, potencialmente superior à de um especialista humano, advém de sua capacidade de aprender com uma vasta quantidade de exemplos de textos de alta qualidade, resultando em uma significativa economia de tempo e recursos.

Contudo, o aspecto negativo também se torna evidente. Ao decidir não contratar uma revisora de textos, economizei um custo, mas também impedi que ela ganhasse seu sustento; substituí seu serviço por uma IA. Pensadores como Yuval Harari argumentam que a IA veio para substituir tarefas manuais e técnicas, permitindo-nos focar exclusivamente na criatividade. Assim, profissões puramente manuais e técnicas estão destinadas a desaparecer.

Na minha visão, o futuro pertencerá aos generalistas, tais como empreendedores, produtores, engenheiros, arquitetos e artistas. Eles serão capazes de transformar suas visões em realidade por meio dos recursos oferecidos pela IA. Com apenas uma descrição detalhada de suas visões, empreendedores poderão criar seus produtos, produtores realizarão seus filmes, engenheiros e arquitetos projetarão seus edifícios, e artistas conceberão suas obras de arte.

E quanto aos especialistas de hoje, aqueles cujas atividades rotineiras podem ser substituídas pela IA? O futuro pode ser incerto, mas uma verdade é inegável: a inteligência artificial, desenvolvida ao longo de décadas, chegou para ficar. Ela democratiza o poder de execução, o conhecimento e a eficiência, conferindo a todos "superpoderes". A IA equipa o artista que nunca aprendeu a pintar com um pincel, transforma-nos em poliglotas, ensina-nos novas habilidades e eleva nossa produtividade a níveis sem precedentes. Portanto, é essencial nos aliarmos a essa nova tecnologia, contribuindo positivamente para o mundo e incentivando outros a fazer o mesmo. Como Scott Galloway aponta, não são as pessoas que perderão seus empregos para a IA, mas aquelas que se recusam a colaborar com ela e a se reinventar por meio dela. Certamente enfrentaremos tempos turbulentos, como acontece em toda revolução. Contudo, acredito firmemente que o futuro nos reserva uma sociedade mais integrada à IA, onde teremos mais tempo para desfrutar com a família, viajar e dedicar-nos às paixões que realmente tornam a vida valiosa.

Vamos nos unir a esta revolução?