O novo PR e os velhos processos

O novo PR e os velhos processos

O termo da moda hoje é PR ou Relações-Públicas em português bem claro. A prática de assessoria de imprensa está cada vez mais similar com a atuação dos nossos colegas europeus ou americanos, fonte de inspiração da nova denominação. Aqui, a profissão que nasceu junto com a ditadura militar sempre fincou debaixo da bandeira do jornalismo. Mas hoje, com a pulverização dos canais de comunicação entre outras infinitas variáveis, a mudança, embora a passos de tartaruga, faz todo sentido. Ou seja, PR não deveria ser apenas um termo novo que pegou. Não, o PR tem que pensar em todos os públicos do cliente. Afinal, não adianta vender uma pauta sensacional sobre recursos humanos e um ex-funcionário do cliente colocar a boca no trambone no facebook. Não faz o mínimo sentido vender um lançamento exclusivo para um jornalista que uma blogueira saiu desfilando por aí antes mesmo da publicação ir para a gráfica. Então, foi preciso vestir uma nova roupagem. Porém, na minha opinião, a prática ainda vai pouco além do termo teórico ou do discurso de venda do dono da empresa de comunicação. Seria possível fazer muito mais neste mundo pulverizado e acelerado em que o controle das informações fugiu da mão da grande imprensa quem dirá das empresas. É mais do que plausível pensar que novas ferramentas tenham dado lugar ao velho press-release e o perturbador follow up. Não é de se estranhar de que o PR participe de todas as etapas de desenvolvimento e criação de um produto ou ação junto ao cliente. É perfeitamente cabível que o PR converse com o cliente do cliente para entender suas experiências em uma jornada de compra, por exemplo? Porém, na prática, isso pouco acontece. O mundo vem mudando tão velozmente com possibilidades criativas caindo ao nosso colo a cada start-up criada, a cada ação compartilhada, a cada criação indevidamente copiada, a cada nova ferramenta que facilita a comunicação entre públicos. Mas o PR de hoje ainda está absorvendo as novas funções sem conseguir olhar para o que realmente deveria mudar: a forma de trabalhar.

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