O pós-pandemia e seus aprendizados
Marcos Bressani
Consultor de Resultados – Desafio Empreendedor
CEO – Logos Consultoria e Treinamentos
As empresas e instituições foram pegas de surpresa em relação ao Covid-19 no mundo todo. Quase três meses depois, do início da crise no Brasil até agora, as principais lições do período ficam mais claras. Colaboração entre empresas até concorrentes, capacidade de adaptar o negócio e a transformação digital estão entre os principais aprendizados.
Todas as empresas também irão rever o home office, viagens corporativas, reuniões, modelos de negócio e até mesmo canais de venda.
O Varejo, nunca mais será o mesmo, novos protocolos de higienização deverão ser implantados, a comunicação com os clientes deverá ser objetiva e rápida, empresas que não se adaptarem rapidamente perderão campo para a concorrência.
Esse momento é estratégico para entender melhor o negócio, se o modelo atual vai continuar fazendo sentido depois da pandemia.
Abaixo estão alguns maiores aprendizados que devem se manter para além da pandemia do novo Covid-19 nas instituições.
Rever o planejamento – e o modelo de negócios
Para grande parte das empresas, todo o planejamento que havia sido feito para esse ano precisou ser descartado ou, ao menos, adaptado. Planos de abertura de lojas ou novas unidades e previsões de receita foram impactados duramente pela pandemia.
Esse momento exige reflexões ainda mais profundas sobre o próprio negócio.
É hora de pensar em como o negócio pode se adaptar e quais as oportunidades que podem surgir.
O consumidor está mudando o seu comportamento, ele está mais aberto para consumir ou testar coisas diferentes, como novos canais de vendas, novos produtos ou novas marcas, o que pode ser um bom momento para que as empresas se tornem mais conhecidas e engajem um público novo.
Poder de adaptação
Mudar o modelo de negócios, criar novos canais ou rever os processos de trabalho podem ser decisões difíceis para algumas empresas. Assim, as organizações capazes de se adaptar rapidamente sofrerão menos. Essa capacidade não depende do tamanho da companhia, se é uma multinacional ou startup, se é uma indústria ou comércio. É bem mais difícil virar um transatlântico do que uma canoa – startups têm mais poder e velocidade de manobra. Já as empresas grandes têm mais estrutura para suportar o baque da queda de vendas.
Esse é um momento especialmente delicado para as empresas pequenas e médias e startups com pouco caixa. A solução pode ser boa e em crescimento, mas sem apoio, novos aportes e com queda nas vendas a dificuldade é maior.
Buscar alternativas para injetar dinheiro no caixa da empresa, é mais que necessário, o melhor dos cenários é se o empresário tem uma reserva, ou um bem que possa ser vendido, mas se isso não for possível deverá procurar uma linha de crédito de capital de giro com as instituições financeiras.
É óbvio que muitas empresas vão sucumbir, mas muitas irão ressurgir.
Transformação digital
As empresas que já atuavam de forma mais digital se adaptaram melhor ao momento. Empresas que só trabalhavam com desktop precisaram sair com pressa e comprar notebook para os funcionários, por exemplo.
Mais do que ser uma pequena empresa uma tartup ou grande empresa, o importante é a mentalidade digital. A Amazon é uma empresa gigante, mas que já nasceu digital e vence num cenário como esse. A Amazon mantém seu valor de mercado em níveis recordes, perto de 1,2 trilhão de dólares, alta de 30% desde o início do ano.
Questionar processos
Com a transformação digital, algumas práticas nas empresas são questionadas. Um exemplo simples é a assinatura de contrato, por exemplo. Antes feita pessoalmente, a assinatura passou a ser feita digitalmente – e não deve voltar ao modo anterior.
Outro exemplo é o atendimento digital, por meio do whatsapp ou por vídeo.
O home office chegou para ficar em diversas empresas – muitas, como o Twitter e Nubank, estenderam a prática para até o fim do ano e outras a adotaram de forma permanente, como a QuintoAndar.
Essa mudança precisa vir acompanhada de outras adaptações nos benefícios oferecidos aos colaboradores. “Vivemos num país com um desnível social muito grande, nem todo mundo tem cadeira e mesa adequados. Como a empresa vai ajudar o colaborador? Vai custear a internet, oferecer mais vale alimentação? É necessário entender as realidades de cada um”, diz.
Viagens a trabalho também devem ser questionadas, já que representam um custo alto para as empresas. Se o objetivo é só realizar uma reunião, deve ser transferida para uma teleconferência, por exemplo.
Inteligência emocional
Muitos estão usando o período de isolamento para o desenvolvimento pessoal, com cursos online. Mas, além de cursos sobre habilidades técnicas há também aumento no interesse pelos cursos de habilidades pessoais.
Entre os cursos mais buscados está o de liderança digital. O papel de líder no meio de uma turbulência como a atual pandemia do novo Covid-19 é diferente do papel de momentos de crescimento. Em momentos de turbulência, de pandemia e crise, o líder precisa acalmar. Em tempos de bonança, a liderança precisa criar um senso de urgência e realidade.
Colaboração
Se existe algo positivo nessa pandemia é que estamos vendo uma colaboração maior entre as empresas. Parcerias em projetos, em doações em conjunto e até na divulgação de conhecimento, como em lives e seminários digitais, estão mais comuns.
Enfim, todos devemos nos adaptar ao momento que estamos vivendo, as mudanças devem vir para melhorar nosso atendimento, nosso marketing, nossa logística, ser um líder requer tomada de decisões rápidas, requer comprometimento e persistência na busca da adequação para o novo momento. Nesta caminhada, envolva sua equipe, façam com que participem das tomadas de decisões e interajam com as ações, você não precisa fazer tudo sozinho. Acredite em você, acredite na sua equipe!