O papel da engenharia clínica na prevenção de incêndios em hospitais
Um ponto que me chama muito a atenção como engenheiro clínico é o alto número de notificações de incêndios em instalações hospitalares. De acordo com um levantamento do Instituto Sprinkler Brasil (ISB), organização sem fins lucrativos dedicada à divulgação de informações relativas ao combate a incêndios por meio da utilização de chuveiros automáticos, os sprinklers, as notificações de incêndios estruturais em hospitais dobraram no país em 2020.
É fato que muitos estabelecimentos hospitalares foram crescendo de forma desordenada e com rede elétrica desbalanceada. Há muitos hospitais que não foram originalmente projetados para ser hospital e, portanto, não têm rede elétrica condizente com a estrutura que precisam suportar, o que provoca acidentes e danos.
As equipes de engenharia clínica dos hospitais, ao realizar a manutenção preventiva dos equipamentos, precisam estar atentas não só aos equipamentos isoladamente, mas às condições dessas redes, alertando os gestores da instituição sobre os riscos.
Pela minha experiência na área, alguns pontos merecem atenção especial:
Central de Material e Esterilização (CME)
É o setor de limpeza, acondicionamento, esterilização e distribuição dos artigos hospitalares. As autoclaves, equipamentos destinados à esterilização de materiais usados em processos cirúrgicos, ficam nesse setor. Elas merecem atenção nesse contexto de mapeamento de possíveis focos de incêndio porque demandam corrente elétrica alta e funcionam a alta temperatura e alta pressão.
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Raio X e Hemodinâmica
Os equipamentos de raio X e os utilizados nos procedimentos hemodinâmica também demandam muita energia elétrica, o que faz deles alvos de atenção.
Centro cirúrgico
Os bisturis elétricos, os focos cirúrgicos de teto e os focos cirúrgico auxiliares são equipamentos que também precisam de manutenção constante. Se os cuidados forem negligenciados, os equipamentos podem entrar em curto-circuito e derrubar a energia elétrica do setor. Existe uma solução da RDI Bender para supervisão do isolamento de instalações recomendada para os centros cirúrgicos, pois ela absorve a corrente do curto-circuito, evitando de pequenas falhas a acidentes de grandes proporções.
Reforço que bons profissionais de engenharia clínica precisam não só fazer a manutenção preventiva ou atender a chamados específicos de emergência. É importante que estejamos atentos e verifiquemos também os aspectos de rede elétrica dos clientes para poder fazer recomendações de ações preventivas aos gestores das instituições. Assim, temos a responsabilidade, também, de usar nosso conhecimento para atuar na prevenção de incêndios em hospitais e, ao evitar acidentes, garantir a segurança das equipes e dos pacientes que circulam no ambiente.
Responsável técnico na Somatec Engenharia Clínica
3 aNesse artigo, faço uma reflexão sobre a atuação da engenharia clínica na prevenção de incêndios em hospitais, assunto importante e que pede atenção urgente.