O papel do Comitê de Sustentabilidade/ESG no apoio à Gestão Estratégica e implementação da Agenda ESG

Para realizar a gestão estratégica ESG nas organizações, faz-se necessária a atuação de um grupo multidisciplinar, composto por membros de todas as áreas da empresa. Este grupo pode ser chamado de Comitê de Sustentabilidade ou Comitê ESG e sua finalidade principal é colaborar e acompanhar a implementação da Agenda ESG nas organizações, garantindo o alinhamento com as estratégias de negócio junto a alta gestão e apoiando no processo de fomento a cultura de Sustentabilidade/ESG.

Em empresas em que não há uma área especifica responsável pela implementação da Agenda ESG, o comitê torna-se ainda mais importante para a efetivação dos compromissos da organização com a sustentabilidade global e com os princípios estabelecidos para a adoção e integração dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS, da Agenda 2030 da ONU, à estratégia organizacional.

Entre as formas de promover o engajamento dos membros com a causa e fortalecer as ações de modo coletivo e individualizado estão a formalização da existência do grupo, através de uma portaria, comunicado interno e/ou apresentação formal e, a partir de então, a divulgação da existência deste seleto grupo, como anúncio de fazer acontecer na prática os compromissos de sustentabilidade assumidos pela alta gestão e que contam com o envolvimento de todos os colaboradores e partes interessadas na busca pelos melhores resultados. Dessa forma, o comitê de sustentabilidade ou ESG torna-se o grande fomentador e guardião da cultura de sustentabilidade/ESG da organização.

 Mas o Comitê não trabalha sozinho, o apoio das lideranças e da alta gestão é crucial para a promoção do engajamento de todos os colaboradores com a causa e para o provimento de recursos necessários e validação das estratégias de atuação para o desenvolvimento das ações.  Como estratégia de atuação, elencamos algumas estratégias chave de condução do processo:

1.      Ter objetivos claros e bem definidos em relação a ESG: de modo que estes estejam diretamente alinhados à estratégia organizacional em seu planejamento estratégico, garantindo assim a integração do tema na prática, envolvendo ainda Metas e Indicadores (KPIs) mensuráveis relacionados a cada pilar ESG, que reflitam os verdadeiros desafios da companhia;

2.      Ter Governança e Estrutura adequada: para além da representatividade multiáreas, faz-se necessário que o comitê tenha respaldo e autoridade para influenciar decisões estratégicas e ainda, promover a integração com outros comitês da organização de modo a garantir que as estratégias ESG estejam sendo aplicadas de forma adequada.

3.      Definir a Materialidade e promover o envolvimento dos stakeholders: identificando os temas de ESG mais relevantes com base no impacto nos negócios, incluindo os financeiros, e nas expectativas dos stakeholders com um olhar ambiental, social de de governança. Sobre o envolvimento com os stakeholders, uma sugestão é criar um comitê externo com representantes de todos os públicos com quem a empresa mantém relações, para a realização de um diálogo constante sobre os temas ESG.

4.      Ter Planos de ação integrados e Programas sendo implementados, dessa forma garantimos a aderência ESG de uma forma detalhada nos planos de ação e programas, com as responsabilidades devidamente atribuídas aos membros do comitê ou demais partes interessadas, para a garantia do monitoramento em sistemas de gestão ou softwares robustos, acompanhando o progresso das Metas ESG e/ou analisando as falhas dos processos, garantindo uma comunicação mais eficiente e transparente quanto ao tema.

5.      Manter programa de Educação e Capacitação: o oferecimento de treinamentos regulares envolvendo os membros do comitê e as demais lideranças da organização sobre a temática ESG fortalece ainda mais que a cultura seja formada e estendida aos quadros mais operacionais de forma interna e aos stakeholders externamente. Os treinamentos apoiam as ações de sensibilização, incentivando todos para atuações mais efetivas no âmbito da Sustentabilidade/ESG da empresa.

6.      Promover Inovação e Melhoria Contínua: é cada vez mais importante principalmente para o desenvolvimento de produtos e/ou serviços mais sustentáveis, incorporando a estes o feedback constante dos stakeholders e as auditorias de gestão como mecanismos de propensão a melhoria contínua das práticas ESG da organização.

7.      Elaborar relatórios e promover reconhecimentos: para reforçar a transparência das ações junto aos stakeholders internos e externos, é ideal que sejam realizados reports de resultados e, quando estes são alinhados a padrões internacionalmente reconhecidos, tornam-se um instrumento valioso para captar talentos e para fechar novos negócios. O comitê de sustentabilidade/ESG tem papel importante no desenvolvimento deste documento, pois é também através dele que podem ser reconhecidas as boas práticas organizacionais e valorizado o trabalho dos membros do comitê.  A comunicação é a chave do processo, e o reconhecimento da importância do time nas atividades é imprescindível para manter o engajamento, energia e vigor.

Para gerir ESG de forma eficiente, precisamos além de Lideranças engajadas, de um time comprometido e diverso por natureza, com representatividade em todas as áreas. Um time coeso, focado e municiado da autoridade necessária para apoiar e desenvolver uma estratégia ESG totalmente alinhada a estratégia organizacional.  As empresas que contam com este apoio e engajamentos tendem a aprimorar e a evoluir mais rapidamente quando o assunto é Sustentabilidade/ESG.

Integrando os objetivos de ESG com a estratégia corporativa, fortalecemos a governança, engajamos stakeholders, implementamos iniciativas de forma prática, promovemos a educação e inovação, além de monitorar e relatar os resultados. Dessa forma, as organizações ultrapassam o limite de apenas cumprir com suas responsabilidades sociais e ambientais e criam valor sustentável a longo prazo.