O Perigo dos Holofotes da carreira
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O Perigo dos Holofotes da carreira

Embora o desejo de todas as pessoas seja evoluir na carreira e ter sucesso através do reconhecimento público, infelizmente quando isso acontece pode ocorrer um processo chamado egocentrismo e idolatria social, no qual o profissional em evidência, mesmo que tenha chegado lá através de muito esforço, entra em uma vibração material ilusória e muda seu comportamento da noite para o dia, torna-se uma pessoa iludida com o seu papel na organização e na sociedade e passa a ter um comportamento autocentrado, que faz com que se afaste de velhos amigos, colegas e se torne um eterno caçador de elogios, de ligações vantajosas, tudo em torno de sua fama e da sua falsa auto estima. O que é muito comum no meio empresarial é que pessoas que eram humildes, e que com dificuldade atingem o auge, acabam muitas vezes tão envolvidos com a questão do poder, da sua imagem, que se tornam inacessíveis, arrogantes e até interesseiros para manterem suas condições de evidência, correndo o risco de perderem a sua própria essência, se tornando sujeitos superficiais e pouco interativos. A fama, o poder e o prestígio são sedutores, todos querem estar lá no topo, em evidência, mas para isso existe um preço a ser pago, algo se perde quando se ganha, não há fama fácil, do mesmo jeito que ela vem, ela vai, e perceber esse movimento é muito importante para qualquer profissional. Durante muitos anos da prática clínica em paralelo a prática organizacional, tive muitos casos de pessoas que eram humildes, conquistaram poder e prestígio e depois quando perderam seus cargos, suas posições e sua fama, se deram conta de que tudo não passou de uma fase, de uma ilusão, pois aquelas pessoas que os bajulavam, os admiravam, depois simplesmente desapareciam quando eles já não estavam em sua posição de poder. As perguntas que devem ser feitas são:

Será que eu sou quem pareço?

Sou como eu era?

As pessoas que estão ao meu lado estão por qual motivo?

pelo que eu sou ou só pelo poder ou influência que eu represento?

Será que se eu cair elas vão me ajudar a levantar?

Eu estou mais preocupado com as minhas ações ou com a minha fama?

Que preço precisei pagar para chegar até aqui?

O importante é perceber quem você era e quem você se tornou, antes e depois da fama.

Alguns casos que atendi, as pessoas só se deram conta que falharam ou se perderam após terem perdido tudo e todos. Uma vez um paciente disse: "eu tinha tudo, muito dinheiro, mandava em todo mundo, era arrogante, maltratava as pessoas e os funcionários, depois que perdi tudo vi que nada do que fui e a fama que eu tive valeu a pena, pois fiquei sozinho e sem nada."

Vale a pena refletir!

Simone Coelho

Psicóloga Organizacional e clínica

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