O Pior Vizinho do Mundo: uma ode ao ESG.
Desde Filadélfia – que aborda a homofobia na epidemia de AIDS – passando pelo “neuro divergente” Forrest Gump, na maioria de suas obras cinematográficas #TomHanks nos leva a refletir sobre questões profundas e atuais, nos emocionando pelo caminho. É inegável o viés social que o ator utiliza para escolher seus papéis - parece que sempre se preocupa em deixar-nos uma mensagem positiva, que promova uma espécie de transformação àqueles dispostos a mudar suas atitudes “se enxergando” nos defeitos da sociedade, tão bem retratados nos seus filmes.
No seu #PiorVizinhodoMundo a fórmula se repete. Neste remake de um filme sueco de 2015 acompanhamos a rotina de um típico idoso suburbano norte-americano. o senhor Otto. A partir de cenas atuais e flashbacks o filme nos convida a adentrar a mente deste homem mal humorado, metódico e ranzinza e começamos a entender quais os reais motivos de seu tão desagradável comportamento em determinadas situações quotidianas. No fundo a máxima filosófica prevalece: todos somos frutos da sociedade onde vivemos, tentando nos encaixar em padrões, sendo conduzidos muitas vezes pelas circunstâncias (agradáveis e desagradáveis) que fogem ao nosso controle.
À semelhança de Forrest Gump uma série de acasos conduzem Otto por um caminho de sobrevivência, transformação, redenção e compreensão - principalmente de si mesmo. O “mundo moderno” se apresenta ao protagonista de forma súbita e inclemente, e vemos entrar pela sua porta (às vezes literalmente) os frutos da #transfobia, da #xenofobia, do #etarismo, do #capacitismo. As questões éticas corporativas também rondam sua vizinhança, quando são abordados temas como a urbanização desmedida das cidades, a especulação imobiliária e a invasão de privacidade.
Não dá para dissociar as trajetórias do “pior vizinho” Otto Anderson e de Walt Kowalski, personagem de #ClintEastwood em #GranTorino, homens brancos de classe média que durante toda uma vida experimentaram algo raro para a maioria das pessoas do mundo: a estabilidade. Depois de anos de uma rotina minimamente “controlável”, as mudanças sociais do planeta levam até eles problemas quase que inimagináveis há alguns anos, por estarem tão distantes de suas realidades. Independente de quão “durão” você seja – um engenheiro aposentado ou um velho soldado - ninguém passa incólume pela experiência de conviver com o diferente. Eis a “jornada do herói” acontecendo à nossa volta, quase sem a necessidade da nossa ação direta, de forma inusitada e arrebatadora.
As fronteiras (reais e virtuais) não existem mais. Nossos olhos (pela internet) estão por toda parte. À nossa porta, no nosso céu, na nossa respiração, vemos os resultados imediatos da exploração desmedida dos recursos naturais, causada pela ganância empresarial. Guerras e mudanças climáticas movem grandes massas de seres humanos para longe de suas casas. As “ilhas de prosperidade” estão cada vez mais ameaçadas.
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O lado bom? A humanidade descobriu – até que enfim - que a única forma de transformação social duradoura é a promoção da convivência pacífica entre as pessoas diferentes. Finalmente o tempo dos guetos e segregações acabou (até porque foi ele quem nos trouxe à esta realidade tão cruel e desumana).
Este é o mundo que está parindo o #ESG.
Valeu por mais esta aula, senhor Hanks.
Advogado | Sócio Omnisblue
9 m👏👏👏