O poder do auto-conhecimento na vida e nos negócios
Há dias, numa sessão de Executive Coaching, um Coachee mencionou a dificuldade que tem na tradução de algumas palavras, que parecem ter uma conotação diferente em inglês e em português, como, por exemplo, self-awareness. E, para ele, o desafio que acabava de partilhar comigo, era mesmo de falta de self-awareness de um dos seus pares.
Muito habituada a ler muito mais em inglês do que em português, principalmente temas ligados ao mundo empresarial, confesso que me sinto perfeitamente à vontade em usar estrangeirismos, mas, nesta minha reflexão sobre o tema, vou usar a expressão auto-conhecimento como tradução de self-awareness.
Mais do que nunca, num mundo em constante mudança e competição implacável, a auto-consciência emergiu como uma competência crítica que pode diferenciar indivíduos e empresas. É a base sobre a qual se constrói o crescimento pessoal e profissional, e é uma caraterística que pode mudar o jogo tanto na vida como nos negócios, com um profundo impacto no que pode ser o sucesso e à realização em todos os aspectos da nossa vida.
A maneira como defino auto-consciência é a capacidade de reconhecer e compreender os nossos próprios pensamentos, sentimentos, motivações e comportamentos, sendo honestos connosco próprios, reconhecendo os nossos pontos fortes e fracos e tendo uma imagem clara de quem somos. Mais fácil de dizer.... até porque estamos no mundo das percepções e do modo como nos vemos/espelhamos a nós próprios. Todavia, temos de ter presente que a consciência pode ser um catalisador para o desenvolvimento pessoal, a tomada de decisões eficazes e a melhoria das relações interpessoais.
O auto-conhecimento é o primeiro passo para o crescimento pessoal e o auto-aperfeiçoamento. Quando nos conhecemos, podemos identificar áreas de desenvolvimento e trabalhar nelas intencionalmente. E isto está interligado com a inteligência emocional; ou seja, a capacidade de compreendermos as nossas próprias emoções, o que nos permite geri-las melhor, conduzindo a relações mais saudáveis e a um maior bem-estar mental.
Por outro lado, os indivíduos autoconscientes são mais resilientes face à adversidade, na medida em que conseguem lidar com o stress, contratempos e desafios de forma mais eficaz, porque compreendem as suas reacções emocionais e podem adaptar-se em conformidade.
Em suma, a auto-consciência melhora a capacidade de comunicação com o outro, base estruturante para um melhor relacionamento.
Se a nível pessoal, por assim dizer, a auto-consciência é importante, a nível profissional tem um impacto directo na relação com todos os stakeholders; ou seja, com todos aqueles com quem se relaciona.
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A auto-consciência vai proporcionar adaptar o desenvolvimento do estilo de liderança mais adequado ao perfil individual, reconhecendo os seus pontos fortes e as suas áreas de crescimento, o que lhes permite liderar com autenticidade e inspirar as suas equipas.
Além disso, a auto-consciência ajuda à tomada de decisão mais informadas, tendo em conta os crenças, preconceitos e emoções, e no seio de uma equipa promove uma cultura de confiança e colaboração. Os membros da equipa que compreendem os seus próprios pontos fortes e fracos podem trabalhar em conjunto de forma mais coesa.
E, no meio da reflexão sobre a auto-consciência, surge-me um tema recorrente nas minhas sessões de Coaching com os meus clientes: reservar regularmente tempo para pensar, para a autorreflexão, é crucial e deve estar na agenda semanal de cada um de nós. A escrita num diário, a meditação ou simplesmente a contemplação tranquila podem ajudar-nos a compreender melhor os nossos pensamentos e sentimentos.
Concomitantemente, procurar obter feedback dos outros, tanto na sua vida pessoal como profissional, através de uma crítica construtiva e com a sugestão de próximos passos, pode fornecer informações valiosas sobre os nossos pontos cegos (mais uma tradução livre de blind spots), não tendo medo dos erros; mas aprendendo com eles. A auto-consciência envolve reconhecer quando cometeu um erro e usá-lo como uma oportunidade para crescer.
O desenvolvimento da auto-consciência implica nunca parar de aprender sobre si próprio e sobre o mundo que o rodeia, através da leitura, cursos ou outras ferramentas de aprendizagem, e que o mundo digital nos proporciona de uma maneira fácil, confortável e, muitas vezes, gratuita.
Termino atrevendo-me a afirmar que a auto-consciência é um superpoder que pode transformar a nossa vida, sendo a chave para melhores relações, melhores decisões e crescimento contínuo. Num mundo em rápida mudança, onde a adaptabilidade e a autenticidade são valorizadas, o autoconhecimento que leva à auto-consciência, pois é disso que se trata, é uma vantagem competitiva que não pode ser negligenciada. Invista em conhecer-se a si próprio e verá que o caminho para o sucesso e a realização se torna mais claro e alcançável do que nunca.
Já tinha reflectido sobre isto?
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