O prática de ensino da língua portuguesa - papel do docente.
O ensino da língua deve alcançar e ter objetivos além das regras gramaticais, e de uma simples transmissão de conteúdo sem flexibilidade, mas ter metas linguísticas mais diversificadas, ampliando as atividades e os recursos utilizados no processo de ensino- aprendizagem da língua portuguesa, e também da literatura.
Por isso tem se pensado cada vez mais, em tornar o ensino da língua mais abrangente, com viés interdisciplinar, e abrangendo várias habilidades, como o recurso da leitura, usando textos orais ou escritos, com suas tipologias, a produção textual, com a análise linguística, observando a necessidade de também trabalhar a oralidade, e ainda aprimorar o letramento, com toda a dinâmica de reflexão, e exposição de opiniões do aluno, com o enfoque social, trazendo dinamismo para o ensino, sendo realizado de forma mais plena e crítica.
A língua, pensada como produto social, associada ao processo de linguagem, e comunicação, necessita além de ser norteada por regras gramaticais e estruturas linguísticas, presentes no processo formalista, que se atenta mais para a forma e estrutura, mas também deve dar importância ao processo funcional, como a aplicação da linguagem, explorada socialmente, e priorizando situações reais de comunicação, permitindo que as etapas do ensino- aprendizagem não só se preocupem com a transmissão habitual do conteúdo gramatical ou da norma padrão e culta, mas ter uma abrangência funcionalista, assim impactando o ensino da gramática, tornando o mais usual, respeitando as variações linguísticas, sem anular a relevância da expressão correta, dentro das normas.
Como inserir novas perspectivas:
Atualmente o processo de ensino necessita ser associado às práticas socioeducativas, onde o educador ou professor de Língua Portuguesa deve se atentar aos recursos linguísticos, como os gêneros textuais interligados ao conteúdo, dinamizando, não só como um processo mecânico e limitado, mas que permita ao professor realizar atividades, usando a metalinguagem, a interlocução, assim como a atribuição de recursos orais e textuais, incentivando a leitura e o aperfeiçoamento da escrita. E a literatura, permite trazer a arte, com sua construção histórica e produções literárias, que enriquecem e diversificam o processo de aquisição de linguagem, ajudando no processo de letramento e oralidade.
Entendo a necessidade de inibir o preconceito linguístico, é necessário investigar; planejar, e efetuar práticas pedagógicas e linguísticas, que respeitem as variações da língua, que existem devido às diferenças socioeconômicas, da faixa etária, e ainda da bagagem cultural, utilizando essa diversidade, juntamente com as regras gramaticais, deixando claro para os alunos, o emprego formal e informal da língua, sem enaltecer ou depreciar qualquer forma variante de expressão, que traz muitas vezes dialeto próprio, demarcado por alguns fatores, portanto é preciso trazer possibilidades de reflexão da variação linguística.
O letramento é uma prática didática, de ampla funcionalidade, com a interação das práticas curriculares e de linguagem, relacionando os aspectos sociais com a abrangência da língua e sua função social. Pois o letramento, juntamente com a prática da alfabetização, se torna mais eficiente, e próximo dos objetivos determinados, inclusive na BNCC, pois é uma relação que permite ensinar a língua materna, respeitando a bagagem do aluno, mas também permitindo ter o contato com outros conceitos e formas de expressão.
Um recurso muito bem aplicado nas dinâmicas de sala de aula, é a utilização dos gêneros textuais, ferramentas para as práticas orais, de leitura, análise linguística e a produção de textos, inserindo os na grade curricular, com atividades que explorem o desenvolvimento de múltiplas especificidades, como a oralidade, escrita e leitura, segmentos imprescindíveis para a linguagem, assim como o uso de textos verbais e não -verbais, sendo utilizados de forma contextualizada.
A prática com ênfase para o Ensino Médio:
Já no Ensino Médio, a dinâmica de letramento, além de manter uma prática com recursos literários, se amplia com o uso de múltiplos gêneros, tendo como base os eixos de ensino, a oralidade, análise linguística, leitura e escrita, onde o professor se torna um facilitador de aprendizagem, apresentando as ferramentas e os meios, estando atento ao processo de aprendizagem que busca ser pleno, contemplando todas as especificidades que se espera do ensino de Língua Portuguesa, alinhado ao processo de formação do aluno, sendo ainda contextualizado, e com um suporte tecnológico.
Com a aplicação dos gêneros discursivos na prática de ensino da língua portuguesa, inserem-se recursos que contemplam as várias esferas linguísticas, permitindo o uso da narração; descrição e até mesmo, a dissertação. A prática em sala de aula precisa ser flexível e abrangente, atendendo diferentes especificidades, que podem ser articuladas entre si com as produções textuais, com a oralidade e atividades que envolvam textos orais e escritos, pois o objetivo é tornar a linguagem mais ampla. Com isso é cada vez mais necessário inserir os gêneros textuais no planejamento didático, como os textos de notícia, associando uma temática social, a elaboração atividades curriculares com cartas pessoais, com citações de poemas, praticando os recursos orais, análise do discurso, e também conciliando as tipologias textuais, como o gênero discursivo, e tudo isso ainda considerando a variedade linguística.
Conclusão
A linguagem se estabelece na relação escrita e fala, por isso a necessidade do hábito da leitura; da produção textual, e a oralidade, utilizando os recursos linguísticos, tanto na forma escrita como na oral, permitindo uma prática de ensino mais complexa, e voltada para a formação do aluno quanto ao seu papel social, que envolve as atividades profissionais e o convívio familiar, portanto o educador deve sempre considerar o viés social do processo de ensino.