O próximo Cisne Negro vai impactar a Economia Real

O próximo Cisne Negro vai impactar a Economia Real

Fala, marajá!

Imagine um mundo onde todas as informações disponíveis levassem à crença de que só existissem cisnes brancos. De repente, um cisne negro aparece e quebra essa certeza absoluta. É exatamente essa a essência do conceito "Cisne Negro", popularizado por Nassim Taleb em seu livro de mesmo nome. Ele descreve eventos altamente improváveis, com impacto extremo, e que só conseguimos explicar depois que acontecem.

No livro, Taleb argumenta que nossa mente tende a ignorar o improvável. Construímos modelos e previsões com base em dados do passado, mas esses modelos são frágeis diante de eventos disruptivos que fogem completamente do padrão.

A história recente é marcada por eventos inesperados que reconfiguraram o cenário global. A Pandemia de COVID-19, por exemplo, promoveu uma disrupção em diversos setores, impulsionando empresas de tecnologia enquanto outras sucumbiam aos seus impactos. Outro exemplo emblemático é a Crise Econômica de 2008, que, apesar de gerar um caos generalizado no sistema financeiro, criou oportunidades para players estratégicos como a BlackRock.

Este artigo explora a iminência de um novo Cisne Negro e seus potenciais efeitos devastadores sobre negócios da economia real. Muitas empresas, cegas à velocidade das transformações ou presas a modelos obsoletos, ignoram os sinais de mudança, arriscando-se a serem engolidas pela próxima disrupção.

As nuvens de uma tempestade perfeita

É impressionante como, em pleno século XXI, diversos negócios ainda operam com base em modelos ultrapassados, heranças do século passado e até mesmo do retrasado. Acomodados em estruturas engessadas e processos ineficientes, tornaram-se verdadeiros dinossauros corporativos, dependentes de um ecossistema favorável, com crédito abundante e políticas protecionistas.

Assim como os gigantes pré-históricos, dominantes em seu tempo, essas empresas se acostumaram a um ambiente estável e previsível, ignorando os sinais de mudança e a necessidade de adaptação. No entanto, o cenário econômico global se deteriora rapidamente, com juros em alta, inflação persistente e instabilidade geopolítica. As "nuvens de uma tempestade perfeita" se formam no horizonte, e a janela de reação para esses gigantes se fecha a cada dia.

A crise que se avizinha pode ser o asteroide que exterminará os dinossauros corporativos, abrindo espaço para a ascensão de organizações mais ágeis, inovadoras e resilientes. Assim como os mamíferos, pequenos e adaptáveis, sobreviveram à extinção dos dinossauros e prosperaram em um novo ambiente, as empresas que souberem se adaptar às novas condições terão a oportunidade de liderar o futuro dos negócios.

A era dos dinossauros corporativos está chegando ao fim. A transformação digital, a sustentabilidade e a borderless economy demandam uma nova forma de pensar e agir. As empresas que não se reinventarem estarão fadadas à extinção, abrindo caminho para uma nova geração de líderes.

À imagem do dinossauro

Imagine um gigante de pés de barro. Estruturas inchadas, com excesso de pessoal desmotivado e mal remunerado, gerando alta rotatividade e baixa produtividade. Decisões tomadas no topo, baseadas em "achismos" e hierarquia, ignorando o poder da análise de dados.

Dívidas acumuladas ao longo de anos de "vacas gordas", tornando-se um fardo insustentável em tempos de crise. Estruturas rígidas e inflexíveis, incapazes de atrair e reter talentos em um mercado cada vez mais competitivo. A tecnologia, vista como um luxo em vez de parte da estratégia, limitada a sistemas obsoletos e processos manuais propensos a erros.

Essa é a imagem de um "dinossauro corporativo", vulnerável à próxima grande disrupção.

Assim como os gigantes pré-históricos sucumbiram a um evento cataclísmico, essas empresas, presas a modelos ultrapassados, correm o risco de serem extintas pelo próximo Cisne Negro. A era da eficiência, da agilidade e da adaptabilidade chegou, e os dinossauros que não se reinventarem estarão fadados ao desaparecimento.

Transformação ou Maquiagem Digital?

Visitas superficiais a empresas de tecnologia, departamentos de inovação cheios de jovens sem experiência real e spin-offs comandadas por pessoas avessas ao risco são apenas alguns exemplos. É como construir um castelo de areia: pode até impressionar por um tempo, mas se desfaz na primeira onda.

Em momentos de bonança, essa ilusão pode até se sustentar. Mas quando a maré vira, como estamos presenciando agora, a falta de preparo e profundidade fica evidente. A verdadeira transformação digital vai além da implementação de sistemas e da automação de processos. Exige uma revisão profunda da forma como as coisas são feitas, uma integração da tecnologia ao DNA da empresa e uma cultura orientada a dados.

Agilidade é essencial nesse processo. O cenário muda constantemente, e a capacidade de ler os dados, interpretar as tendências e corrigir o rumo rapidamente é crucial para a sobrevivência. As empresas que se acomodarem na "maquiagem" e não buscarem uma transformação real estarão em séria desvantagem quando a próxima crise chegar.

Como se preparar?

É verdade. Enquanto muitas grandes corporações, com maior acesso a recursos e expertise, já trilharam um caminho na transformação digital (ainda que superficial em alguns casos), empresas de médio e grande porte precisam acelerar o passo para não serem deixadas para trás.

E a jornada começa com uma governança sólida e transparente, que promova a fluidez da informação e defina responsabilidades de forma clara. Não se trata apenas de reunir "conselheiros figurativos", mas de estabelecer processos e protocolos que garantam a eficiência e a agilidade na tomada de decisão.

A tecnologia deve ser mais do que uma ferramenta de suporte. Precisa estar integrada ao core do negócio, empoderando os colaboradores, aumentando a eficiência e criando uma estrutura mais resiliente a eventuais perdas de talentos.

Uma gestão orientada a dados, com processos ágeis e flexíveis, é fundamental para navegar na instabilidade que se aproxima. As empresas que conseguirem se adaptar rapidamente às mudanças, interpretando as tendências e corrigindo o rumo com precisão, não só sobreviverão como também sairão fortalecidas da crise.

Afinal, a história nos mostra que a adaptabilidade e a inteligência são mais importantes do que a força bruta. O mundo de hoje é dominado pela espécie que soube se adaptar e evoluir, e não pelo dinossauro mais forte.

Vamos conversar sobre sua transformação?

Se você se identificou com os "dinossauros corporativos" e reconhece os sinais de "maquiagem" em seus negócios, não perca tempo! A hora de agir é agora.

O próximo Cisne Negro pode estar mais perto do que você imagina, e a janela de oportunidade para se preparar se fecha a cada dia.

Mas você não precisa enfrentar essa tempestade sozinho. Posso te conectar com especialistas em transformação digital, reestruturação de negócios, gestão de crise e inovação. Profissionais que já ajudaram diversas empresas a se reinventar e a prosperar em cenários de incerteza.

Lembre-se: treino é treino, jogo é jogo. E este próximo jogo promete ser desafiador. Prepare-se para transformar a crise em oportunidade e sair mais forte do que nunca.

Um abraço antifragil e felicidades!


Marcio Avelar Brandão

Professor Associado na Fundação Dom Cabral

1 m

Então???

Lucas Röttgering

Apoio Founders e CEOs a construirem crescimento sustentável com marketing estratégico I CMO as a service | Talent-Based business | Founder | Product Marketing | Business Design | Growth I Branding

1 m

Queria abordar sobre rupturas, ou falar das revoluções industriais. A últimas ainda teve briga se estávamos na terceira ou na quarta, ou seja, até a mudança virou tese de gurus. Christopher Toya Falo e construí projetos de discussão sobre transformação desde de 2019, com o portal Estratégias que transformam e que depois virou O futuro da xn--Transformao-i8a5c.estas discussões de como tecnologias impactam negócios e líderes É sempre um prato cheio e adoro. Me chame pro debate pois até com minha newsletter atual eu falo sobre desconstrução nos meus textos. Se tem uma tese que é ótima pra confundir e abrir a mente é a Fully Automated Luxury Communism do Aaron Bastani. Tencologias moldam mundo deste a idade da pedra lascada, a questão é extamente esta de abraçar o cisne negro e voar com ele.

Gislaine Righi .

CEO da GRighi Conectando Gerações | Palestrante | Mentora de Linkedin e carreira | Linkedin para empresas e Executivos | Headhunter | Top 100 People 2024 Feedz by Tovts pessoas que inspiram RH e Gestão.

1 m

Ótimo olhar realmente cada momento pós crise traz possibilidades.

Alexandre Martins Cedroni

Diretor Operações| Gerência Comercial | Conselheiro | Consultor conveniado do IEME.

1 m

Fato relevante e sem volta. Mas para um futuro mais justo seria fundamental a melhora na educação e tecnologia para todos. Vejo q estamos em um caminho, onde logo mais faltará m.o. para nossos avançados sistemas, super logísticas, eficiência e tudo mais!! E aí, qual será a solução ??

Sthéfano Cordeiro

Top Voice LinkedIn | Product Manager @Banco do Brasil | Tecnologia | Inovação

1 m

As pequenas e medias empresas de serviços serão as mais afetadas pelo tsunami que se avizinha. É hora de mergulhar fundo nos processos internos e realizar a transformação digital de dentro pra fora. Não dá pra esperar mais!

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