O que é o "certo"​?

O que é o "certo"?

Inúmeras vezes ouviu falar e também observava no seu ambiente de trabalho, que o bom profissional seria aquele que responde rapidamente diante de problemas, pessoas, situações, emoções. E, claro, queria ser incluído e percebido como excelente e passou a todo custo tentar sê-lo. 

Seu perfil comportamental em sua essência é mais introspectivo, analítico, detalhista, formal e isso demanda um tempo maior para o desempenho de algumas tarefas. 

Ao longo do tempo, buscava reagir rapidamente diante de praticamente tudo, a fim de ser aceito e merecedor de reconhecimento. 

O fazia de maneira desconfortável, atrapalhada e insegura, apesar de todo conhecimento e técnica adquiridos ao longo de sua caminhada. Sentia constantemente agressividade, culpa, vergonha e muita ansiedade.

O medo de não ser suficientemente bom e a frustração passaram a ser maiores a cada dia.

Seu descontentamento fez perceber que estava reagindo de maneira não autêntica e sem pensar sobre o que realmente era necessário ou como efetivamente deveria lidar com as situações. 

Contraditoriamente ao seu desejo de ser "excelente profissional", capaz de reagir brilhantemente diante de situações inesperadas, sua forma adaptativa diminuiu a sua capacidade agir de maneira criativa e de fazer o seu melhor, pois não o fazia com calma e nem com a "alma", consequentemente teve inúmeras falhas e passou a ser visto como inseguro e insuficiente para o cargo.

A partir do seu sofrimento, sentimento de inadequação e incapacidade, se deu conta da sua da sua forma particular de ser e passou a respeitá-la. 

Percebeu que não precisava ter tanto medo das pessoas e nem abrir mão da sua paz e do seu poder de pensar para ser um bom profissional.

Através de relações saudáveis com outras pessoas, confirmou a premissa de que todos são potencialmente capazes, mas que cada um pensa e age de formas diferentes e que está tudo bem!

Aceitou que era o melhor profissional "possível para o momento" naquele lugar, que possuía grande conhecimento, experiência, qualidades e, claro, tinha limitações e muito a aprender, só não tinha o perfil profissional considerado "o melhor" para aquela organização que demandava tanta agilidade. 

Se deu a oportunidade de movimentar-se, ser mais genuíno e passou a compreender verdadeiramente que a rejeição dos outros não é um reflexo do seu valor. 

Com a experiência pode aprender a flexibilizar-se, a não levar tudo tão a sério, a não se cobrar tanto, mas sem abrir mão da sua potência, a respeitar o seu tempo e fazer o seu melhor.

Aquele clichê de que todos têm seus valores passou a fazer muito mais sentido. Se conscientizou de que reagir é algo natural do ser humano e o resultado disso pode ser ótimo mesmo quando requer um tempo maior. 

Quando o objetivo é oferecer soluções eficazes e de qualidade muitas vezes "O que" se faz vale tanto quanto "Como" se faz. 

Pensa que, talvez, algumas empresas também precisem se flexibilizar e construir equipes heterogêneas, tirando o melhor dos seus recursos humanos. 

Por fim, percebeu que não era tão "lerdo" assim, que tem opções e escolheu ter paz do que estar "certo" naquele lugar.

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