O que é um BLE Beacon e por que ele pode modernizar o seu serviço ou produto
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O que é um BLE Beacon e por que ele pode modernizar o seu serviço ou produto

Se você acompanha a área da tecnologia, já deve ter visto que hoje em dia tudo é motivo para desenvolver um aplicativo. Eu não duvidaria se em breve surgisse uma plataforma para dar injeção na testa e nela você teria acesso gratuito e recursos premium. Não sei exatamente para que uma coisa assim existiria, mas certamente ela seria desenvolvida utilizando Internet das Coisas (IoT). 

IoT é um dos paradigmas que mais crescem neste segmento. E não é por menos, afinal, possibilita a interação direta entre o mundo real e o virtual mesmo sem a ação direta de um usuário. E com o barateamento dos produtos e serviços oferecidos no mercado, a área cresce a passos largos. Mas e por onde começar criando este link entre o digital e o mundo real?

Pesquisando sobre desenvolvimento IoT você irá encontrar vários roadmaps. E eles são complexos exatamente como os roadmaps sobre backend, frontend, devops, segurança, ou também qualquer outra área de atuação fora do desenvolvimento de software.

Mas há uma forma de inserir IoT na sua aplicação de um jeito simples!

BLE Beacons são uma excelente oportunidade de integrar rapidamente eventos do mundo real na sua aplicação, principalmente se você é desenvolvedor mobile. Mas antes de tudo, o que é um BLE beacon?

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Como o próprio nome diz, este pequeno dispositivo funciona como o marcador de uma determinada posição. “Beacon” pode ser traduzido livremente como farol. E assim como os faróis presentes nas margens das praias servem para guiar os navegantes, o BLE beacon funciona como uma ferramenta para identificar posições. Assim como o farol da praia, o beacon apenas emite sinais e você os recebe, não sendo capaz de enviar pacotes de volta para ele (com exceção de modelos de desenvolvimento que necessitam mudar as configurações com certa frequência). E qualquer dispositivo (smartphone, wearables e etc) que possua suporte ao bluetooth 4.0 ou superior poderá receber os pacotes emitidos.

De forma geral, podemos usá-los através de dois métodos: aproximação e triangulação. 

Os nomes já dão um super spoiler do que cada método implementa. A aproximação estima quando um usuário está se aproximando de um objeto ou local que está marcado com o beacon. Já a triangulação utiliza 3 ou mais beacons para triangular a posição do usuário em um local previamente mapeado. E o melhor disso é que a implementação é bastante simples! Em um app mobile, se você estiver utilizando uma das várias bibliotecas disponibilizadas pela comunidade, basta ter acesso concedido pelo usuário ao bluetooth, iniciar o mapeamento de BLE beacons e depois executar uma função quando um sinal for encontrado. E é isso. O desenvolvimento permanecerá simples caso o foco esteja concentrado no uso dos BLE beacons para aproximação, pois triangulação, como o nome já diz, necessita de um processo de triangulação e isso exige um artigo inteiro apenas para explicar a base do método (coisa que não será abordada neste aqui).

Um dos cases que mais chamou minha atenção quando comecei a estudar BLE Beacons foi o uso destes dispositivos no Museu de Guggenheim, em Nova Iorque. Foram instalados BLE beacons no local e cada um deles faz referência a uma obra de arte. Com o app instalado, quando o usuário se aproxima de um obra enquanto passeia pelo local, a plataforma identifica o sinal emitido pelo beacon e procura no sistema as informações referentes a este sinal.

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Essa solução pode ter potencial para levar a experiência do usuário para outro nível. Além da proposta de valor central emitida pelo museu, a aplicação possibilita o uso de uma tecnologia que não depende da interação do usuário. Um qr-code dependeria do processo de escaneamento, e o uso dos beacons possibilita que até visitantes cegos possam desfrutar do conteúdo do museu. Arquivos de áudio sobre cada obra da exposição podem ser atrelados ao identificador; e bastaria o visitante caminhar pelo museu para receber as informações do sistema.

Você pode estar se perguntando: “mas e quanto à bateria destes dispositivos? Quando ela terminar todos irão parar de funcionar?”. A resposta para essa pergunta é sim. A notícia ruim é que haverão muitos beacons para trocar a bateria. E quando chegar o dia em que as baterias deverão ser renovadas, os administradores do sistema podem substituir os BLE beacons completamente, pois são relativamente baratos, enquanto os BLE beacons antigos são enviados para manutenção. A notícia boa é que o BLE (Bluetooth Low Energy) utiliza métodos (que serão discutidos em artigos futuros) que reduzem consideravelmente o consumo de energia do beacon e por isso ele pode permanecer de 3 a 5 anos ligado sem necessidade de substituir a bateria - dependendo do modelo e configurações de parâmetros do dispositivo - . 

Os parâmetros mencionados são configurados utilizando um determinado protocolo. Os mais conhecidos são o iBeacon (Apple) e o Eddystone (Google). Ambos descrevem diretrizes que podem ser utilizadas por desenvolvedores (tanto de tecnologias embarcadas quanto de outras áreas como o mobile) a gerar interações entre os dispositivos envolvidos. Em breve escreverei mais um artigo específico sobre os protocolos para entender as diferenças, os prós e contras daqueles disponíveis no mercado.

É notável que IoT, assim como qualquer outra área, demanda um longo período de estudos e ampla experiência. Isso pode não ser do interesse de todos os desenvolvedores, principalmente para aqueles que estão focados em outros tipos de conteúdo, porém, aplicar métodos de interação entre o mundo real e o digital pode elevar o diferencial competitivo de um produto ou serviço, demonstrado pela nova tendência do figital (fisico/digital).

Por conta do fácil uso dos BLE beacons, tanto inserindo-os no mundo real quanto no digital, aplicar IoT em produtos e serviços torna-se uma alternativa possível sem a necessidade de conhecer profundamente uma plataforma de hardware (principalmente para devs mobile). Assim, o desenvolvedor pode manter-se temporariamente em uma zona de conforto enquanto abraça uma nova área do conhecimento através de uma tecnologia amigável e de fácil adaptação. Inclusive, isto fará com que a curiosidade do desenvolvedor torne-se cada vez mais atraída para a área do IoT.

Neste breve artigo falamos sobre o que é um BLE beacon, como ele pode ser utilizado em uma aplicação de aproximação e quais são as suas principais características. Para entender melhor os principais aspectos que permeiam os BLE beacons, acompanhe este canal, pois em breve serão publicados textos e vídeos específicos sobre triangulação vs. aproximação, cases de uso, protocolos, consumo de energia, oscilações nos pacotes de dados e deploy.

E também, para outras informações sobre BLE beacons, veja o corte de uma palestra sobre esse tema aqui abaixo:


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