O que aprendi no limbo!
18h25, tá frio lá fora. Há uns meses isso não significaria muita coisa. Provavelmente, iria me arrastando até a padaria para tomar uma sopa e ficaria feliz, e voltaria pros meus 8978748787 jobs, sempre incessantes na agência.
Mas inquieta como sou, encarei mais uma desconstrução, e agora, nesse momento, estou vivendo o que apelidei de limbo. Que é aquele tempo que você nem encerrou de vez um ciclo e nem começou outro. (Sim, vou mudar de emprego, quando o mundo lá fora grita pra eu ficar porque tenho boas chances de crescimento).
Mas resolvi arriscar, sair da zona de conforto, apostar em novos projetos e me guiar pelo meu coração. O limbo é interessante, porque ele te prepara pro que estar por vir, mas obrigatoriamente faz você se deparar com um “passado”, ou o que está prestes à se tornar. É meio como se a vida virasse e falasse: “é isso mesmo?”
É um lugar de paradoxos, de escolhas, de parar na encruzilhada e saber que se anda por uma estrada, que de repente vai virar outra. Que bom!
O caminho tem sido diferente desde minha decisão. As flores estão mais presentes, há mais pássaros e as manhãs frias com o sol quentinho tem sido mais frequentes, até minha criatividade fluiu. A mesa onde eu sento é a mesma, mas não é. Nem ela, nem as pessoas, e nem a vista da minha janela.
Na real não foi tudo que mudou. Os jobs continuam chegando todos pra ontem, a caixa de e-mails ainda está cheia, as reuniões pipocam na minha tela, meu time continua sendo faca na caveira. A marginal não mudou, nem o trânsito, nem mesmo a playlist de mantras que escuto de manhã.
Mas eu mudei, mudei não só de trabalho. Me desconstruí mais um pouco e evolui mais. Estou entrando numa nova fase, mas ela traz consigo uma nova versão de mim. As prioridades são outras agora, e desapegar é difícil. Afinal a gente não precisa deixar de querer uma coisa para começar à querer outra.
O limbo tem sido importante, como qualquer outra fase, mas dolorido e nostálgico. De repente não serão mais as mesmas pessoas, os mesmos clientes, o café pós almoço na balança, os briefings (aqueles que a gente já sabe de qual atendimento veio), as mesmas entregas e sofrimentos (e seria injusto não citar as alegrias).
Tudo muda, as estações, os dias, as horas, e a gente também! E eu fico feliz com a pessoa que me tornei, por pilotar minha própria vida, por ser guiada pelo meu coração (e ter uma boa dose dele no meu trabalho), por ter aprendido tanta coisa e esbarrado em tanta gente que acreditou em mim.
As vezes a gente precisa mudar de casa, sair da zona de conforto (aquela merd* quentinha), sacudir a poeira e traçar novos voos.
Morrer e renascer. Se desconstruir e reconstruir. Que o novo ciclo seja cheio de evolução, que seja sentido, que seja descoberta, que seja inspiração. Mas mais que isso que seja uma eterna busca do melhor de mim, pessoal e profissionalmente, e que eu continue me jogando sem ter medo de arriscar.
Afinal, se não fosse assim, não teria chegado até aqui!
É com certeza um momento importante esse "limbo", momento de repensar, redefinir, reorganizar, realinhar e de se reencontrar. Mas que alguns se esquecem ou não se vêem nesta fase e aí cometem os "mesmos erros" da fase anterior.
Business Partner na NTT DATA Europe & Latam, especialista em Gestão de Pessoas
7 aCerteza que suas escolhas estão te colocando num caminho de evolução e sucesso (sucesso aliás, que você faz por merecer com seu esforço e dedicação a entrega de trabalhos incríveis). Você vai longe Inaiara