O que eu aprendi em 10 anos liderando uma Organização Social

O que eu aprendi em 10 anos liderando uma Organização Social

Mesmo quando uma organização tem um ótimo desempenho, reservar um tempo para refletir e, se preciso, fazer mudanças em processos estabelecidos, pode ajudar os líderes a navegarem até mesmo nos mares mais bravos. Especialmente quando completamos alguns marcos na nossa vida, fica impossível não parar para fazer esse balanço. Eu fiz e compartilho aqui minhas 14 lições mais valiosas.

  • Aprendi que o tempo passa muito rápido e atropela as ideias. Isso quer dizer que sentamos e planejamos mil coisas, mas somos engolidos na rotina do dia a dia, deixando uma pilha de sonhos engavetados. Esforce-se para tirá-los da gaveta!
  • Aprendi que a vaidade destrói lindas ideias e parcerias. Não importa o quão inteligentes as pessoas acham que são, elas devem estar sempre abertas a mudanças e prontas para se adaptar. Precisamos aplicar essa perspectiva com financiadores, parceiros e aqueles a quem servimos. 
  • Aprendi que nesse setor alguns grupos se protegem entre si para que os novatos não tragam suas novas ideias e balancem o coreto. Mas aprendi também que as parcerias certas podem mover montanhas! Não se deixem intimidar!
  • Aprendi que quem está na ponta sabe o que faz e faz muito bem feito com pouco ou nenhum recurso. São essas experiências que podem se tornar modelo para políticas públicas eficazes.
  • Aprendi que a vida não é justa. Quem tem dinheiro consegue testar e errar, até acertar. Para quem não tem, fica difícil até se mover. Este é o tamanho do desafio que a maioria das ONGs enfrentam: para que possam executar seus projetos com qualidade, é fundamental que invistam nas suas estruturas.
  • Aprendi que ter alguém que confia em seu potencial faz toda a diferença e traz resultados. Os processos criativos precisam de espaços flexíveis, onde é possível se mover livremente e até errar: um erro serve para “adubar o terreno” em que novas ideias surgirão.
  • Aprendi a não acreditar em tudo que vejo nas mídias e redes sociais e a nunca comparar o meu trabalho com essas imagens fantasiosas. Organizações que investem na busca incondicional pelo view são como castelos de areia. Uma hora caem, pois são vazias.
  • Aprendi que liderar é solitário, mas quando você encontra um grupo de confiança as trocas são incríveis! Encontros para trocas simples pode oferecer ideias e soluções que não estão no radar nem mesmo dos tomadores de decisão mais bem-intencionados. 
  • Aprendi a perseguir o autocuidado. Lideranças do terceiro setor costumam enfrentar uma rotina exaustiva, abraçando múltiplos papéis e frequentemente se sentindo isolados. Mas os intervalos, além de fundamentais para preservar a saúde física e emocional, são fontes de inspiração para desafios organizacionais.
  • Aprendi que muita gente precisa criar projetos autorais, mesmo que sejam cópias recauchutadas de antigas ideias. Todos nós queremos ter a próxima grande ideia. Às vezes, devido ao tempo e aos recursos, isso simplesmente não é possível. Se sua ideia não for nova ou criativa, mas funcionar bem para atingir um público-chave e reunir doações, isso é perfeitamente bom!
  • Aprendi que trabalhar duro é para poucos. Encontre esses poucos. Há uma frase na música “Circle of Life”, de Elton John (em O Rei Leão!) que diz que “há mais para se fazer do que pode ser feito”. Por tanto,  é somente assim, com trabalho duro, que você alimenta a mudança contra todas as probabilidades.
  • Aprendi que sempre serei vilã na história de alguém e já durmo bem com isso. Portanto, quebre o máximo de barreiras que puder e está tudo bem se alguém não gostou!
  • Aprendi a não julgar pessoas que vivem em realidades completamente diferentes de mim e a ser empática a isso.  É preciso humildade para manter a mente e o coração abertos para criar espaço dentro de si para o aprendizado contínuo.
  • Aprendi a ser fiel às minhas crenças e a dizer mais nãos. Ao entrar no terceiro setor, fiquei surpresa ao ver que nem todo mundo está realmente alinhado com os valores de sua missão. Para mim, proteger a humanidade é uma responsabilidade de tempo integral.

Letícia da Hora

Empreendedora Social pela Igualdade Racial e Equidade Gênero ✊🏾💪🏾 Inclusão Produtiva | Justiça Ambiental | Segurança Alimentar | Direitos Econômicos | Empreendedorismo Periférico

2 m

Aprendi muito com essa leitura. Obrigada Luiza Serpa

Bianca Simãozinho

Sonhadora, empreendedora, mãe, especialista em fazer acontecer, apaixonada pelo S do ESG

2 m

Você é incrível Luiza, admiração total. Obrigada por tudo sempre, você nos inspira e nos impulsiona sempre. Obrigada por sempre estar ao nosso lado e ser essa pessoa incrível que você é, nos ensinando todos os dias algo novo e Obrigada por nunca desistir de nós.

Debora Silva

Mãe|Fundadora e Gestora na Ong Sim! Eu Sou do Meio|Top Voice Brasil| Cultura Organizacional|Mobilizadora Social| Ativista dos DH|Inconformada com as desigualdades e injustiças sociais na Baixada Fluminense -RJ.

2 m

Que texto incrível! Luiza Serpa, é lindo ver em vc a humildade e a humanidade no cotidiano da vida e nesse texto tão sensível e sincero. Obrigada ❤️

Julia Brandão

Fundadora da quivirá | Impacto e justiça social | Filantropia Fortalecimento institucional | Articulação | Estratégia | Planejamento Governança | Captação | Comunicação | Em jornada antirracista

2 m

Que delícia ler isso!!!!

Sempre inspiradora ❤️ Parabéns por sua trajetória que amo acompanhar e as vezes participar. Continue fluindo amor e perseverança por onde passas Luiza.

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