O que faz uma consultoria em inovação?

O que faz uma consultoria em inovação?

Certa vez um amigo me perguntou, Carlos o que seria uma consultoria em inovação? É pra desenvolver coisas novas? Tudo o que não precisamos é esquentar a cabeça com coisas novas, já temos bastante coisas a fazer na empresa.

Naturalmente as pessoas tem essa impressão sobre inovação, mas vamos ao conceito?Inovação não é apenas aquilo que é novo ou tecnológico, mas também o uso do que já existe para aplicações diferentes. Se aquele método antigo aplicado em algo novo der resultado, isto é, ter uma boa aceitação pelo consumidor temos uma inovação. 

Inovação é resultado. Inovação é pensar de uma maneira diferente da habitual para resolver problemas ou atender as necessidades de um negócio

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Processos novos, Layouts diferentes, posicionamento distinto no conceito do consumidor, maneira de organização do fluxo de trabalho dentre outras mudanças podem levar o negócio a ser mais competitivo. Estamos falando então em explorar novos nichos de mercado ou segmento de clientes, identificar maneiras de diminuir seus custos, aumentar suas margens de lucro, engajar melhor o time e mudar a cultura da empresa para um solo fértil para geração de ideias

Tudo isso são os objetivos de uma consultoria em inovação. 

Para que isso aconteça é necessário entender seu contexto organizacional, segmento de atuação, problemas que enfrenta atualmente, concorrência, cadeia produtiva entre outros. Basicamente uma consultoria se utiliza de ferramentas de posicionamento estratégico como Matriz BCG, Business Model Canvas, Forças de Porter, Análise SWOT etc juntamente com tendências de mercado para definir escopo de atuação da área de inovação. Para tanto, não é necessário existir um um departamento com uma gerência específica, mas sim um comitê ou conselho que incentiva a inovação acontecer de maneira contínua e intencional. 

Em todos os processos de consultoria que tive a oportunidade de atuar nunca um foi igual a outro afinal de contas é um projeto que se constrói a partir das necessidades da empresa (onde o calo mais aperta). Em nosso histórico de intervenções que fizemos em empresas observamos as seguintes mais comuns:

1.    Aculturação para a inovação, para que o time se engaje em projetos mais novos que os habituais;

2.   Fomento e incentivos fiscais, para que a empresa aumente, participe mais ativamente de incentivos previstos em lei, aumentando suas possibilidades de ganho e inserção de novos projetos e produtos no mercado sem prejudicar o seu fluxo de caixa e capital de giro;

3.    Estruturação de novos produtos e serviços que a empresa pretende colocar no mercado, mas necessita de apoio, de visão de mercado e planejamento afim de estruturar cada passo, minimizando as possibilidades de risco. 

Basicamente, acreditamos que uma consultoria em inovação não é algo que funcione sem um modelo de acompanhamento, uma vez que é algo NOVO e irá mexer nas estruturas do negócio. Assim, fazemos um trabalho de acompanhamento, ou seja, ASSESSORIA, pois é muito cômodo dizer apenas o que fazer e não ensinar a fazer junto, levando em consideração que cada negócio tem mercados, características e desafios diferentes. Costumamos co-criar com o cliente, entendendo a fundo a operação para então propor soluções e iniciar o processo de gestão da inovação que perpassa as seguintes fases: 

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Caminhamos juntos com a empresa para que cada uma dessas fases seja contínua e esteja funcionando constantemente seja na mão de um gestor de inovação, conselho, comitê de inovação ou setor de pesquisa, desenvolvimento e inovação. 

1.Levantamento

Como a empresa coleta informações que podem fazê-la inovar? Buscamos estabelecer um processo para a coleta e tratamento das sugestões de melhorias, ideias (de clientes ou colaboradores) ou informações que podem levar a empresa a inovar. Algumas empresas implementam ouvidoria, SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente), suporte, gestão de ideias dentre outras iniciativas que auxiliam na identificações de inovações, contudo infelizmente as experiências por parte dos clientes e colaboradores com esses canais não são as melhores porque não são tratadas com importância e caem num buraco sem fundo e sem respostas. Desenvolvemos um fluxo contínuo para isso para que essas fontes de informações sejam estimuladas e cheguem até um processo de uma inovação.

2. Seleção de Oportunidades

Não adianta coletar ideias ou implementar melhorias que não tem nada a ver com a visão e os objetivos da empresa, correto? Afinal de contas, para aquele que não sabe onde chegar, qualquer caminho serve[1]. Com a inovação é a mesma coisa, precisamos avaliar se a ideia que surgiu pode alavancar a empresa ou leva-la a um prejuízo sem precedentes. Selecionamos as ideias com base em matrizes e ferramentas de gestão da inovação, gestão estratégica design thinking[2], e com isso definimos o que fica e o que sai do escopo da inovação para a empresa. 

[1] Frase atribuída ao autor SÊNECA, sobre ter foco e propósito naquilo em que fazemos.

[2] Conceito que preconiza o design como forma de pensar. Atualmente é um método utilizado para abordar problemas relacionados a futuras informações, análise de conhecimento e proposição de soluções.

3. Definição de Recursos

Há um orçamento para a inovação? A maioria dos negócios não estabelece um orçamento para a inovação, em sua maioria a empresa vislumbra uma oportunidade, banca pesquisas e desenvolvimento de protótipos e corre o risco de perder parte ou todo o investimento. Uma pena pois estamos em um país cujo governo investe muito em inovação e por meio de uma estratégia nacional[3] define quais são os setores que receberão fomento e incentivo à inovação seja por recursos reembolsáveis ou não. Além disso temos incentivos fiscais como a Lei do Bem que deduz até R$ 0,30 centavos de cada R$ 1,00 aplicado em inovação para empresas que optam pelo Lucro Real como regime de tributação. Desta forma o trabalho consiste em observar as medidas de incentivo, editais de chamadas pública e submeter as oportunidades levantadas e selecionadas para esses programas. 

[3] ENCTI – Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação é proposta pelo MCTIC e define o escopo nacional de inovação e panorama de investimentos até 2022.

4. Implementação

Se temos ou não recursos precisamos implementar algo novo! Consumidores e clientes esperam por melhorias e inovações continuamente, então é loucura esperarmos resultados diferentes se não dermos nenhum passo em direção a melhoria ou algum projeto de inovação. Alguma coisa precisa sair do papel e nesta fase implementamos oportunidades surgidas e transformamos isso em um projeto com gerenciamento de escopo com etapas de planejamento, execução e controle definidas. Utilizarmos as ferramentas de gestão de projetos e gestão estratégica para trazer consistência e minimizar os riscos de algo dar errado

5. Aprendizagem

O que vimos até aqui? O que deu certo e errado na etapa de levantamento de oportunidades, seleção ou implementação? Nesta etapa fazemos uma análise de todo o processo de inovação na organização a fim de aprimorarmos o processo e identificar contínuas melhorias em cada uma das fases. 

Exposto isso, ficou mais claro que inovação não é somente tecnologia nem pensar em como fazer um novo produto e sim, um processo que precisa ser intencional e colocado em prática para suprir a demanda mercadológica da atualidade.

Para terminar geralmente aproveito para fazer algumas perguntas sobre o negócio:

  1. de 0 a 10 como você avalia a competitividade da sua empresa?
  2. O que a empresa faz com as ideias que vem de ouvidorias, Serviços de Atendimento a Clientes e Caixas de Sugestões?
  3. Você está satisfeito com o engajamento e produtividade da sua equipe e entende que poderia ser melhor?
  4. Selecionar as melhores ideias é uma necessidade de vocês hoje?
  5. Há algum posicionamento estratégico de inovação na empresa?
  6. A comunicação entre todos os níveis hierárquicos e departamentos da empresa tem fluido de maneira profissional e produtiva, ou problemas de relacionamento podem estar de certa forma comprometendo os resultados?

Todas as perguntas fazem parte de um processo de Assessoria em Inovação. Viu como não é apenas um produto novo?


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