O que fazer quando o Kaizen reduz a necessidade de recursos humanos?
A maioria dos líderes de equipe já se encontrou na necessidade de reduzir seu quadro de colaboradores. Sabemos que há um limite muito tênue entre efetuar um "saving" e desperdiçar um talento. Muitas vezes se efetua um em detrimento do outro.
Entretanto, pela visão Lean, o problema é muito mais amplo e complexo do que parece. Há, em nosso caso, fatores culturais envolvidos, bem como limitações do próprio "recurso humano", além de uma utópica quebra de paradigma que pode levar anos.
Na última semana tive a oportunidade de conhecer Jefferson de Oliveira Gomes, Diretor Presidente do IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas e fiz a seguinte pergunta:
-A gente sabe que quando desenvolvemos os processos, padronizamos e treinamos a equipe, em paralelo e inevitavelmente, desenvolvemos pessoas.
Entretanto a maioria das empresas no Brasil, quando percebe que um processo que antes utilizava ,por exemplo, 5 pessoas e após a melhoria utiliza 4, corta custos justamente nas pessoas. Esta é uma prática que vai contra a filosofia Lean original.
Como fazer com que a equipe continue comprando a ideia de buscar melhorias, se algumas empresas utilizam essas melhorias para reduzir a própria equipe (mesmo sabendo que a equipe cresceu junto com os processos)?
Resposta (com sua autorização, claro):
"Mestre, obrigado pela pergunta, mas a resposta não é trivial.
A melhor resposta é pensar na cultura de uma empresa voltada para a programação permanente de desenvolvimento de recursos humanos, de modo que o colaborador esteja sempre preparado para novas funções e desafios, criando um sistema sinérgico de tal sorte que ele decida seus próprios horizontes.
O problema dessa resposta é a realidade nacional. As empresas brasileiras, em média, são muito pouco produtivas, competitivas, sustentáveis e, consequentemente, inovadoras. A origem desse problema não está no custo brasil (que por si só é um baita problema!!!), mas na formação de seu RH.
Portanto seu custo é elevado e como ela não consegue retirar resultados dos bens de capital, via-de-regra, quando consegue, percebe o excesso de rh necessário para uma tarefa e bingo! demite o "excesso".
É triste isso. É tipo ovo e galinha. Se não melhoramos a qualidade de formação dessa nossa sociedade (somente 9% da população possuem formacao técnica e 16% nível superior), esse problema perdurará. Portanto, nossa capacidade de reformacao técnica de uma população é muito limitada.....pois nao temos ....formação.
Cultura está diretamente ligada com a formação de uma sociedade. Com formação decidimos nossos caminhos, inclusive os novos caminhos. É importante ressaltar que talento é fruto de muito esforço. Nao se engane. Empresas que inovam e que progridem possuem talentos....portanto, estudo e esforço são fundametais.
Para mim, formação tem que ser direcionada para o mundo do trabalho moderno (habilidades técnicas e habilidades cognitivas).
Assim, esse problema de demissões a que vc se refere, muito respeitosamente, tem um espectro muito mais amplo, a qualidade da educação. Quero ver empresas desperdiçarem talentos com as melhorias ganhas."
Diretor de Consultoria - WCBM Consulting | SISTEMAS LEAN para: Planejamento de Melhorias | Produção | Manutenção | Logística | Processos Administrativos e Serviços | Engenharia de Produto e Processo | Gestão do Dia a Dia
4 aO modelo tradicional de manufatura empurra o fluxo de materiais e informações por toda a cadeia de fluxo de valor, fazendo com que frequentemente boa parte das atividades laborais sejam destinadas para a formação de estoque de materiais em processo e/ou produtos acabados e não necessariamente para as necessidades dos clientes (demanda). A aplicação dos fundamentos, conceitos e metodologias lean nos levam a estabelecer um sistema de fluxo puxado, de uma peça/lote por vez, num ritmo balanceado com a demanda do cliente. Nos desperdícios revelados, o excesso de mão de obra aparece com frequência. Outra base fundamental do modelo lean de gestão de negocios é a visão/filosofia de longo prazo, que juntamente com pessoas, processos e solução de problemas formam uma espécie de espinha dorsal de uma organização lean. E talvez seja possivel grenciar o turnover e não repor as demissões espontâneas, remanejar a mão de obra excedente internamente de forma a reduzir horas extras, o aumento da produtividade gerada pelo lean eleva a competitividade dos produtos e serviços entregues aos Clientes resultando muitas vezes no incremento da demanda, onde podemos aproveitar o excedente de mão de obra (lembrando: visão de longo prazo). São ideias.
Engenheiro Mecânico na AMAZUL - Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A.
4 aRespeito às Pessoas e Melhoria Contínua. Elimine casos de pessoas com sobrecarga (muri); Uma pessoa só na área. Coloque um parceiro; Melhorias na assistência técnica (melhor atendimento); Busque novos negócios para esta força de trabalho; ... Desafie o sistema.
Specialist Health, Safety, Sustainability & Environment ( HSE / EHS / ESG / E_social ) | PCD |
4 aSe organização atinge seus resultados capacitando e construindo talentos porque então demitir esses talentos. O maior erro para quem quer implementar Lean é usar com foco em demissão .ao invés de usar para melhorar os processos e mapear sua cadeia produtiva que agrega valor.
📚🧑🏻🔧 Contribuindo com a Excelência Operacional 📊 Filosofia Lean 🇯🇵 Agile Coach⚡Especialista na Resolução de Problemas💡 Melhoria Contínua 🎯 Consultor Lean e de Kaizen 🧑🏻🏫 Palestrante 📝 Orientador 🥷
4 aOlá Marcelo Scaramello! Obrigado por me marcar nessa excelente discussão. A jornada Lean não é com processos e sim com as pessoas. Como nosso amigo Sr Hiroaki Kokudai comentou, temos que ter empatia. As melhorias nos processos, nos possibilita uma maior disponibilidade, seja ela para aumentarmos nossa capacidade produtiva para atender a demanda ou para buscarmos a diversificação dos produtos e/ou mercados. Abraço.
Diretor l Gestor Empresarial l Gestor de mudanças l Excelência Operacional l Mentor de Líderes
4 aO assunto é complexo. O Kaizen como aprendemos jamais deveria causar demissões . O que acontece aqui e não acontece no Japão é um alto índice de rotatividade e absenteísmo, causando constantemente a necessidade de substituições. Creio que criando uma equipe versátil, sempre poderemos realocar bons funcionários que não serão necessários após um evento Kaizen, em vagas abertas pela rotatividade e com problemas de desempenho. Isto tem que fazer parte do planejamento do Kaizen.