O que gostaríamos de ganhar no Dia da Mulher?

O que gostaríamos de ganhar no Dia da Mulher?

Fui instigada por essa pergunta por uma pessoa da minha rede. Num primeiro momento, achei que não devia responder, pois numa rede de contatos para fins profissionais, tenho receio de atrair olhares enviesados de colegas menos empáticos. Mas resolvi escrever este artigo para ajudar os homens que se perguntam "se não querem rosas, nem chocolates, elas querem o que afinal?".

Colegas homens, vejam se nossos desejos não são justos:

  • Que os homens façam a metade que lhes cabe do serviço doméstico, para que as mulheres não fique indevidamente sobrecarregadas.
  • Que os homens dividam por igual o cuidado com os filhos, que afinal também são deles, para as mulheres não terem mais que lidar com o estigma de "funcionária que vai faltar se o filho ficar doente". Nessa pegada, que homens tenham licença paternidade igual à licença maternidade.
  • Que toda mulher que tem mérito suficiente para ascender a uma posição de chefia seja de fato promovida, em vez de preterida em nome de um colega homem.
  • Que acabe definitivamente o assédio sexual, dentro e fora do ambiente de trabalho. E que quem já assediou seja devidamente punido.
  • Essa é mais polêmica: que não se façam exigências estéticas sobre as mulheres, que não seriam feitas aos homens, tanto na admissão quanto no dia a dia do trabalho.
  • Que acabe a violência obstétrica, reduzindo assim as mortes de mulheres e bebês nos partos. Se você não sabe o que é, vale a pena se informar.
  • Reivindicação histórica: trabalho igual, salário igual.
  • Que acabe para sempre o estigma sobre certas profissões, erroneamente classificadas como "masculinas" ou "femininas". Que todos e todas possam colocar suas vocações em ação sem sofrer esses estigmas.
  • Não mais violência doméstica nem feminicídios. E punição adequada de quem já praticou esses crimes.
  • Que mulheres não sejam julgadas e discriminadas por decisões em suas vidas pessoais (não casar, não ter filhos, casar com outra mulher etc). São assuntos de foro íntimo, que não cabem no ambiente de trabalho.
  • Que o marketing voltado para o público feminino nunca mais reforce estereótipos negativos sobre as mulheres. Que ele não seja mais um disseminador de discriminação e desinformação.

Enfoquei neste artigo os assuntos que tem maior aderência ao universo corporativo. Espero com ele mostrar que não, a igualdade ainda não foi atingida, pois ainda atravessamos todos esses problemas. E não é porque somos fortes e conseguimos dar resultado, mesmo com eles, que não queremos solucioná-los. Podemos ser mais felizes, mais produtivas e contribuir para uma sociedade muito melhor se tivermos nossos direitos respeitados.

Um feliz e combativo Dia Internacional de Luta da Mulher para todas e todos!




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