O que há por trás dos 98% da geração Z com Burnout?

O que há por trás dos 98% da geração Z com Burnout?

Quase 50% da geração Z consultada em um estudo da Cigna estão com burnout, segundo suas próprias palavras. Enquanto eles formam a parcela mais estressada entre os consultados, as outras gerações de trabalhadores compõem 40% daqueles que afirmam se sentir da mesma maneira. É uma diferença que chama atenção, principalmente porque os mais velhos já atuam no mercado de trabalho há pelo menos uma década a mais.

Contudo, se olharmos de maneira generalizada, apenas 2% de indivíduos separam a totalidade da geração Z do burnout. Ou seja, 98% deles demonstram sinais claros desse problema, que já é considerado uma séria epidemia de alcance global.

A Fundação Resolution, com sua própria pesquisa, revelou que profissionais de 18 a 24 anos afirmaram ter condições mentais, totalizando 34% dessa parcela. Esses dados foram colhidos em 2021 e 2022, e mostram que os principais transtornos envolvem ansiedade e depressão. O mesmo estudo ainda mostrou que o público feminino tem o dobro das possibilidades de desenvolver essas doenças, que muitas vezes estão diretamente ligadas ao burnout.

E o que tem contribuído para isso?

A geração nascida no final do século 20 e início do 21, cresceu em um mundo já conectado, com as informações fluindo com velocidade. Essa hiperconectividade, por um lado, oferece inúmeras oportunidades, mas por outro, impõe desafios como a pressão por estar sempre on-line, comparação constante com as vidas idealizadas nas mídias sociais e a busca por validação externa, fatores que contribuem para o aumento dos casos de burnout.

Além disso, a geração Z busca um propósito maior em suas vidas, desejando fazer a diferença no mundo. No entanto, a dificuldade de encontrar um trabalho que alie paixão e o desejo de mudança pode gerar frustração e desânimo.

A saúde mental, que já era um desafio para gerações anteriores, se torna ainda mais complexa para a geração Z. O estigma em torno de doenças mentais, a dificuldade em pedir ajuda e a pressão por aparentar perfeição impedem muitos jovens de buscar tratamento.

É importante ressaltar que o burnout não é um problema individual, mas sim um reflexo das condições sociais e culturais nas quais vivemos. A geração Z está crescendo em um meio ambiente rapidamente mutável, onde as expectativas são cada vez mais altas. 

E o que podemos fazer diante desse cenário?

Ao cultivar uma cultura organizacional positiva, que valoriza o bem-estar e a comunicação aberta, as empresas criam um ambiente mais saudável. Por isso, oferecer horários flexíveis e a possibilidade de trabalho híbrido ou remoto, demonstra cuidado com a qualidade de vida desses colaboradores. Além disso, programas de mentoria e desenvolvimento profissional, que ajudem os jovens a alcançar seus objetivos de carreira e a se sentirem mais realizados, são caminhos ideais para motivar uma relação mais saudável entre a geração Z e o trabalho.

A saúde mental também deve ser prioridade. Programas de bem-estar, como atividades físicas e acompanhamento psicológico, são ações relevantes para prevenir o burnout. Além disso, reconhecimento e a valorização do trabalho, através de recompensas, também podem contribuir para aumentar a autoestima e a motivação de cada um deles.

Por isso, é muito importante que os líderes sejam capacitados para identificar os sinais de burnout em seus colaboradores e oferecer o apoio necessário. Afinal, são eles que estão no dia a dia com a equipe e podem perceber as primeiras mudanças de comportamento. Não esqueça, a geração Z busca por empresas que se preocupam com seus colaboradores e que oferecem um ambiente de trabalho que faça sentido. As lideranças, ao atuarem de forma proativa e estratégica, contribuem para que a empresa seja um lugar onde as pessoas se sintam felizes e realizadas.

Conclusão

Quanto mais entendemos as causas do burnout, conseguimos atuar na prevenção, conscientização e apoio aos colaboradores, sendo as lideranças essenciais nessa estratégia. A comunicação é o nosso maior aliado.

Nisso, a geração Z tem excelentes chances, uma vez que compõem o grupo com maior facilidade para falar honestamente sobre assuntos emocionais. Então, mesmo diante desses problemas apresentados, existem qualidades únicas que podem fazer toda a diferença para que a geração Z conquiste um melhor equilíbrio entre vida pessoal, profissional e alta performance para as organizações.

Sidney Rocha

Desenvolvimento de Produtos e Soluções | Aceleração Digital | ECM | Processos | Gerenciamento de Projetos TI | ESG

3 m

Excelente texto, informações relevantes, obrigado Daniela Santos

Carolina Nascimento

HR Business Partner @Umicore | Coordenadora de Cultura, Clima e Comunicação Interna | Employer Branding | Employee Experience | Recursos Humanos | Gestão de Pessoas |

3 m

Interessante os dados. Não é algo se possa ignorar!

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