O que leva uma grande corporação a comprar uma startup?

O que leva uma grande corporação a comprar uma startup?

Há alguns anos, um dos principais temas em eventos corporativos dos mais variados tamanhos e setores era a transformação digital. Foram anos discutindo o tema que ainda segue causando grande impacto nas corporações que tentam acompanhar o ritmo acelerado de evolução que a tecnologia impõe para a sobrevivência.

Grande parte dessa busca por reinvenção e sobrevivência está intrinsecamente ligada aos processos de M&A realizados por grandes empresas com foco em startups. Diria que, atualmente, temos três principais motivos pelos quais corporações consolidadas escolhem investir recursos financeiros, materiais e humanos em novos negócios.

Um primeiro motivo para o investimento em startups pode ser a aquisição de um produto inovador, que traga valor e personalização para sua base de clientes. Essa aquisição torna a grande corporação especializada em algo que, até então, não estava no portfólio de soluções oferecido. 

Em segundo lugar está a captação de talentos. Em um mercado altamente competitivo, atrair profissionais qualificados é essencial e, ao adquirir uma startup, a empresa também adquire o time de pessoas que a compõem, muitas vezes com habilidades e experiências específicas. Nesse caso, o objetivo é resolver um desafio estratégico relacionado à busca por talentos.

Além disso, executivos de grandes corporações sabem que a velocidade com que a sociedade se transforma pode fazer com que o negócio se torne ultrapassado rapidamente. Assim, os compradores costumam observar com afinco os pólos de inovação aberta e a criação de novos modelos de negócio que possam estar despontando em diferentes cantos do país - e do mundo.

Construir novas formas de empreender e entregar produtos e soluções inovadoras é um desafio que demanda tempo, gera gastos e envolve riscos. E as empresas que estão atentas ao ecossistema colaborativo podem ter acesso rapidamente ao que há de mais moderno, reduzindo custos e diluindo riscos 

Seja qual for o principal motivo, as transações de M&A permitem que as empresas acelerem o processo de inovação e se adaptem às mudanças do mercado de forma mais rápida e eficiente. Nada disso acontece, no entanto, sem uma dose de risco, natural do dia a dia das startups. Para o buy-side, o desafio pós deal está na integração entre a empresa adquirida e a empresa compradora - que deve ser bem planejada, levando em consideração as diferenças culturais e a agilidade típica das startups, para garantir o sucesso da parceria e maximizar os benefícios do investimento.


Joaquim Thomé

CEO - Grupo EP&A & Best Life

1 a

Não poderia concordar mais com seu artigo, Rafael! A busca por inovação é um verdadeiro "must" para qualquer empresa que queira sobreviver e se destacar nesse cenário super competitivo. E é isso que essas fusões buscam, unir a experiência e o frescor.

Antonio Eduardo Ribeiro

CEO da Health Tech WebBula (Brasil/Israel). Pioneiro EAD em saúde na América Latina, impactando mais de 60 mil médicos e dentistas desde 2002. Reconhecido como Líder Global em Negócios Sustentáveis pelo Globant Awards

1 a

Muito bom Rafael Assunção

Diego Sánchez

Head of M&A | Fusões e Aquisições

1 a

Muito bom Rafa! Retrato muito fiel da realidade do mercado.

Entre para ver ou adicionar um comentário

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos