O que o meu TCC sobre Design Thinking me ensinou depois de 2 anos.
Um dos assuntos que sempre gostei estudar na faculdade e até mesmo depois dela foi metodologia (caso você acredite em astrologia, atribuo ao fato de ser virginiana, mas nada a ver com o assunto). Gosto de saber como foram e são feitas as coisas, porquê de existir um método para tudo, etc.
Eu finalizei a faculdade a mais ou menos 2 anos atrás. Em 2016, no início do ano mais precisamente, tive quase uma crise existencial sobre qual tema escrever, porque meu pré-TCC não era bem o eu queria. Porém, recordo-me que uma amiga tinha emprestado um livro chamado "Design Thinking: Uma Metodologia Poderosa Para Decretar o Fim das Velhas Ideias" (Tim Brown, 2010). Foi a minha salvação naquele ano.
Ainda que eu tenha lido muitas referências variadas e ter estudado diferentes nomenclaturas, fora bem difícil convencer minha orientadora (A Cris sabe disso) que eu tava trazendo um assunto relevante para Academia. Primeira lição do DT: esteja aberto as ideias que surgirem ao longo do caminho. Talvez, se tivesse menos bitolada em terminar o TCC e desenvolver um trabalho com muito mais qualidade, teria feito coisas melhores. E claro, talvez o que eu escrevi lá não está 100% errado ou certo, mas poderia ter feito mais sentido para mim atualmente. Segunda lição: a aprenda com o erro.
Resumindo, eu cruzei a metodologia Design Thinking e o processo tradicional das agências de comunicação, para tentar descobrir o que era semelhante e o que era totalmente distinto. Para mim, tudo é bem diferente. E é aqui que começo a levantar várias situações que vejo com outros olhos após todo esse tempo.
Enquanto eu escrevia meu TCC, a BBDO Argentina já implementava o DT na sua rotina de agência (isso eu descobri enquanto eu participava de um taller na Universidad de Palermo em março de 2017). Talvez, aqui no Brasil naquela época tivesse alguma agência que já utilizava os fundamentos, características, ou próprio processo. Contudo, eu sinto que precisava ter experimentado na prática para escrever com propriedade.
Outra coisa que me chama muito atenção, é o que flow de agências e até mesmo freelancers, não consegue caminhar com a mesma rapidez e eficácia (posso estar enganada) que alguns meses atrás. Deve-se ao fato das pessoas não entenderem o processo como é feito, a informação é muito rápida e instantânea (a prova social são as redes), não existe "time" para o erro. Aliás, o que é erro na publicidade?
Claro, muita coisa está mudando. Esse velho padrão de fazer comunicação está mudando, e aí tem muito conteúdo BOM na praça que mostra essa nova realidade da comunicação. E que ela tá aprendendo muito com um dos princípios básicos do DT: empatia. Saber se colocar no lugar do outro, experimentar e entender realidade, para assim, promover um jeito mais legal e menos invasivo de fazer publicidade.
E fazendo o gancho com sobre empatia, acredito esse movimento é constante pela crescente mudança do comportamento da minha geração, do mobile, do acesso à informação e por aí vai. O pessoal vai atrás de coisas diferentes, procurar experimentar, entender, e assim conseguir visualizar possíveis soluções, errar, aprender. Um processo totalmente interativo.
Depois 2 anos eu voltei a estudar metodologias em geral (seja sprint, scrum, ágil, e por aí vai). Acredito que o momento é certo para eu voltar a focar nesse assunto, pois é o que eu gosto de fazer, de ler e até mesmo de praticar. Quem sabe eu trago mais ideias sobre isso algum dia e como isso está fazendo diferença no meu trabalho.
*Caso ficou curioso sobre meu trabalho, segue o link: http://bit.ly/TCCdaCAMIS :)