O QUE MUDA NA COMUNICAÇÃO JORNALÍSTICA E CORPORATIVA COM O 5G
Não é uma gripezinha, tampouco mais um daqueles modismos high-tech que evaporam logo adiante. A Tecnologia 5G será uma revolução daquelas, particularmente na indústria da informação. Mudará a operação dos veículos de comunicação, a forma como as empresas se comunicam para os públicos interno e externo.
No dia 25/10, o Fantástico da Rede Globo, trouxe uma excelente matéria sobre o tema conduzida de Nova York pelo repórter Felipe Santana. A mais completa até agora, didática, ilustrativa. Vale a pena conferir neste link. No relato a constatação que a Tecnologia 5G multiplicará por até vinte vezes a velocidade de dados hoje trafegada na Internet. E mudará seus hábitos e costumes.
E na indústria da Informação, o que será alterado? Este é um exercício de futurologia difícil, para o qual arrisco alguns palpites.
1) Smartphone: se havia alguma dúvida de que é o grande objeto de desejo de consumo, com o 5G esta hesitação acaba. O smartphone, guardadas as devidas proporções, é o que o carro zero foi no passado. Um objeto de desejo da vida moderna. Em 2019, o País tinha 420 milhões de aparelhos digitais ativos. E 97% dos brasileiros acessavam a Internet pelo aparelho. É o grande veículo de comunicação de massa, queiram ou não.
2) Mais vídeo, menos texto: a era da imprensa de Gutemberg, escrita, persistirá. Mas o apelo da mensagem instantânea, da informação dada por vídeo, ganha força com o 5G. A lógica é simples: no frenesi da vida moderna é muito mais fácil assistir ou ouvir uma notícia comentada no transporte público, na correria do dia a dia, do que ler. E a Tecnologia ajuda nisto: maior quantidade de dados descarregados nos dispositivos, com qualidade.
3) Mais podcasts: pela mesma lógica acima, os podcasts vão crescer exponencialmente no gosto dos brasileiros, com uma conexão azeitada.
4) EAD (Ensino à Distância) – vai aumentar sensivelmente. Nada mais irritante do que as conexões capengas que assistimos hoje. E as empresas e veículos de comunicação devem se valer disto. Requer, contudo, planejamento e bons educadores, profissionais para colocar bons projetos em pé.
5) LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) – Mais tráfego na rede, mais dados na nuvem. E mais problemas, com hackers e interesses comerciais por vezes espúrios. Por isto a importância da LGPD no País, para evitar abusos e proteger o bem mais precioso da sociedade moderna: a informação customizada, o hábito de consumo dos internautas. Esta é uma preocupação que a indústria de informação precisa ter em mira.
6) Realidade virtual e aumentada, Geolocalização, hologramas – Todos instrumentos que requerem mais dados na rede, porém cruciais para uma informação bem feita. O 5G vai disseminar e popularizar ainda mais essas ferramentas.
7) Comunicação Interna nas empresas – também ganha agilidade com o 5G. soma-se ao que já usamos hoje e que se popularizou com a pandemia: ferramentas disponíveis como o Teams, Zoom, Skype e Google meeting. Mais eficiente, assertiva. E que dói menos no bolso das companhias.
8) Monetização e Publicidade dirigida: será mais fácil vender seus produtos pela Internet. Gastar menos e atingir cada vez mais seu público-alvo. O 5G exacerba este mecanismo, a forma como a publicidade está mudando com instrumentos novos de busca orgânica no Google (SEO, por exemplo), Marketing Inbound, entre outros.
9) Linguagem, Jornalismo Literário – se o vídeo veio para ficar, as narrativas tornaram-se mais pessoais, o 5G realçará o papel do Jornalismo Literário. Um gênero estudado por profissionais gabaritados como o professor da USP, Edvaldo Pereira Lima, uma forma de narrativa que a Imprensa tem abdicado. Mas que os influenciadores digitais utilizam com maestria.
10) Curadoria: tanta informação na rede, com algoritmos e Inteligência Artificial, ainda não dispensa o olhar humano na triagem de material para grupos específicos. Um bom profissional de comunicação capaz de separar o joio do trigo aos executivos de empresa vai se tornar peça cada vez mais requisitada.
Isto sem contar na importante “Experiência do Usuário”, para navegar na Internet em seu smartphone, no laptop. O 5G está ai, batendo à porta. O Brasil, aliás, está atrasado para a tecnologia, os leilões de concessão que devem sair ano que vem.
A forma de conduzir Relações Públicos também será muito afetada com as mudanças. Tanto na maneira como as Agências de Comunicação lidam com os clientes e aferem resultados, como nos resultados efetivos buscados pelas companhias.
Conselho: é bom que o seu time de Marketing e Comunicação comece a rabiscar de que forma usará essa tecnologia. Sob o risco de se não o fizer, ser engolido por ela.