“O que os pioneiros industriais tem a dizer sobre a indústria 4.0 na maior feira de tecnologia do mundo?”
Hannover Messe 2019

“O que os pioneiros industriais tem a dizer sobre a indústria 4.0 na maior feira de tecnologia do mundo?”

Tecnologias apresentadas na maior feira de tecnologia industrial no planeta – Hannover Messe, elaborado com Juliano Heinzelmann Reinert, com a colaboração de Gari Einsfeldt.

Se você gosta de inovação e tecnologia, já deve ter ouvido falar da Hannover Messe, a maior feira do mundo. Em sua última edição foram 6.500 estandes que reuniram cerca de 250 mil visitantes numa área de 227.000m2. A edição de 2019 na Alemanha proporcionou aproximadamente 6.5 milhões de contatos de negócios.

Mas você sabe como a gestão, a manufatura, a TI, projetos e fornecedores se relacionam com a indústria 4.0?

Ao questionar diversos institutos, indústrias e academias sobre a preparação das pessoas para a indústria 4.0 a resposta parece estar alinhada a nova mentalidade ou “new mindset” que as pessoas devem possuir para seguir com sucesso e de uma forma objetiva podemos compreender assim “ou aprendemos a utilizar as novas tecnologias ou criamos estas tecnologias”. Dentre as habilidades mais importante, o alinhamento é similar ao fórum econômico mundial que destaca: solução de problemas complexos, criatividade, capacidade de decisão, pensamento crítico, gerenciamento de pessoas, negociação, flexibilidade cognitiva, inteligência emocional, trabalho orientado a serviços e a equipes.

Em relação ao gerenciamento do trabalho há empresas especializadas que elaboram soluções para um sistema de execução da manufatura integrado (MES). No que se refere aos recursos humanos há uma maior preocupação para: controle de acesso restrito, premiação e incentivo, otimização de agendamento personalizado e eficiência operacional de acordo com tempo adequado para alguma tarefa. A gerência de produção precisa priorizar o MES automatizado pela TI para integrar melhor os recursos humanos, o gerenciamento da qualidade e o controle da manufatura.

A manufatura 4.0 se beneficia de milhões de dados do chão de fábrica e máquinas para gerar valor e ajudar no planejamento detalhado, gerenciamento de energia, dados de processos, controle dinâmico da produção, logística e rastreamento de etapas. Estas inovações ajudam na transparência máxima de ordens de produção, dados confiáveis, melhor utilização da máquina, menos manutenção, tempo de configuração reduzido, detecção de desperdício de energia e redução de custos de produção.

Um dos requisitos mais importantes para a indústria 4.0 é a segurança da informação e, para alcança-la, recomenda-se o uso cada vez maior de protocolos criptografados, dois fatores de autenticação (também conhecida como autenticação de duas vias), suporte para fontes externas de autenticação e provisionamento de acesso e acessos realizados por meio de redes privadas (a exemplo das atuais VPNs), Gateways, Firewall e Blockchain. Neste último, promovendo uma camada de segurança mais transparente e dificultando sensivelmente transações fraudulentas.

Seguindo o tema segurança, houve grande foco na divulgação do “openSAFETY”, padrão aberto e independente do “fieldbus” (regido pelas normas IEC 61508 e IEC 61784-3) que, além dos benefícios das redes industriais como tempo real, busca ainda manter compatibilidades, redução de riscos e baixo custo adicionando elementos de segurança contra cyberterrorismo como a avançada certificações SL3 – Security Layer 3 da TÜV (IEC 62443).

Em fábrica de alto nível de automação, rendimento e qualidade, onde as tecnologias de automação e de informação se sombreiam, quando não se fundem, como são os cenários de Indústria 4.0, a integração entre todos os componentes da cadeia produtiva precisa sempre estar em pauta e foco. Aqui as tecnologias de computação em nuvem tem sido cada vez mais sido a ponto de serem consideradas novos Data Centers ou a extensão dos mesmos. Por outro lado, o protocolo OPC-UA vem se tornando um padrão para o acesso, interação e consolidação de diversos protocolos industriais como por exemplo: Profinet, Ethernet/IP, Modbus, powerlink, EtherCAT e outros. Este novo protocolo potencializa integração de sistemas onde hoje já existem protocolos consolidados de IoT como o AMQP e MQTT.

Tal qual as camadas software e automação, a planta física não pode ser negligenciada. O local produtivo também deve observar o ambiente e condições físicas para proteger a planta e os sistemas contra poeira, umidade e materiais nocivos e perigosos. Para estas garantias, deve-se ter atenção especial aos graus de proteção da série IP – Ingress Protection, principalmente a partir da série 67 (quando aplicável).

Na Hannover Messe houve atenção especial a sistemas que auxiliam na gerência das etapas do projeto, documentação e dados. Alguns como o mínimo necessário e outros muito completos e grau de detalhamento e controle bem mais apurados.

As soluções mais essenciais tratam do gerenciamento de atividades para o controle do projeto para garantir que metas sejam atingidas de acordo com o prazo, qualidade e orçamento especificados. Enquanto as soluções mais avançadas mergulham em requisitos de gestão de custos, gerenciamento de risco, controle de mudanças, com relatórios avançados que facilitam os controles de recursos humanos, de qualidade e de manufatura de forma integradas.

De uma forma geral se percebe que fornecedores estão alinhados com o mercado global pois, além de suportar indústrias nascidas na versão 4.0, também buscam a preservação de investimento e aceleração da adoção das novas tecnologias através da integração de indústrias com automação tradicional (comumente conhecida como indústria 3.0) com os novos paradigmas trazidos pela indústria 4.0 e sociedade 5.0.



Rogério Sebrão

Sócio-Fundador na 4.0 Consulting

5 a

Já fui, evento esclarecedor e ambiente muito inovador !!!

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