O que os planos escondem?

Pensamento estratégico, linha estratégica, cultura estratégica. Muito se fala e pouco se compreende sobre a sua essência e presença em nossas vidas. A estratégia é invisível, mas se você olhar bem, dá pra enxergar!

O invisível nos cerca. Estamos rodeados de exemplos: o ar que respiramos, os aromas que sentimos no campo, o vento no rosto do motociclista, o amor que nos conecta. Tantas e tantas coisas que não podemos ver, mas sabemos com absoluta certeza que elas existem. E assim é no universo da estratégia. 

No multiverso dos estrategistas, a realidade começa com a observação de fatos, identificação de problemas e a criação de caminhos até alcançar a "eureca" – ou, para sermos menos românticos e mais realistas, a estratégia. Até aqui, estamos no mundo das ideias, das possibilidades e, por que não dizer, das suposições.

A estratégia é a fundação invisível sobre a qual construímos nossos planos. Um plano, por si só, não é a estratégia. Ele é apenas a via pela qual materializamos o invisível. Por isso, existem tantos formatos, modelos e estilos diferentes que podem funcionar, desde que a base – a estratégia – tenha sido bem construída.

Mas voltemos ao assunto principal focando especificamente na estratégia no marketing, partindo da premissa de que toda ação possui uma estratégia, inclusive aquelas em que você possa ter escolhido não pensar sobre ela. Cada campanha, cada decisão de posicionamento, cada ajuste no produto carrega uma estratégia subjacente, mesmo que não explícita. E isso vale para sua marca, para o seu concorrente e também para os substitutos. 

Por isso, você precisa treinar o seu olhar para identificar a estratégia por trás do que está vendo. Qual o contexto? Quem se beneficia? Para onde as ações apontam? Com um olhar treinado, nosso repertório se expande. As referências se tornam mais abundantes e, quando chega a nossa vez de ser o estrategista, temos a possibilidade de agir com precisão e propósito.

Se a estratégia é invisível e está por trás de todas as decisões, precisamos aguçar nosso olhar para enxergá-la. Precisamos questionar mais, observar mais e, acima de tudo, desconfiar mais sobre cada movimento que vemos no mercado. Nem sempre o óbvio é o que parece.

No final, o valor do estrategista está na habilidade de enxergar além do que está na superfície. É um convite ao desconforto constante, à curiosidade eterna e à determinação de jamais aceitar a primeira versão do que nos é apresentado.

A estratégia pode ser invisível, mas para aqueles que sabem onde olhar, ela está sempre à vista.