O que podemos aprender com a compra do Twitter pelo Elon Musk?
Recentemente o bilionário Elon Musk adquiriu o Twitter e virou notícia com o erro do selo de verificação. Eu vivo falando que testar coisas no digital é essencial para melhorar os seus resultados, mas nesse caso, o que deu errado então?
Para quem não acompanhou a história aqui vai um breve resumo:
Elon Musk sempre disse que queria ter a sua própria rede social com uma ideia de inovação, a tal liberdade de expressão e sem bots (contas falsas geradas por sistemas). Foi nessa época que começaram as negociações e que Musk fez a primeira proposta de 44 Bi para a compra da companhia. Antes de formalizar a compra ele exigiu alguns dados, como o de números de conta falsa, o que acabou gerando atritos na negociação, pois Musk alegava que os números enviados pelo Twitter não eram confiáveis e a lavagem de roupa suja aconteceu de forma pública dentro do próprio Twitter. Dessa exposição saíram 3 processos para o bilionário: vazamento de informações privadas, manipulação de mercado e quebra de contrato. Ainda não ficou claro, mas há quem diga que a compra só ocorreu porque Musk estava prestes a perder esses processos.
A compra enfim foi formalizada pelo bilionário e até o momento parece bagunçada. Patrocinadores, que são o responsáveis por 90% da rentabilidade da plataforma, estão saindo preocupados com o futuro do Twitter. Primeiro acompanhamos as demissões em massa, depois, o boom de Tweets com expressões racistas e por último o primeiro teste do selo de verificação pago, que gerou prejuízos a empresas com falsificações e foi cancelado na primeira semana de teste para “pensar melhor sobre como fazer”.
Mas então, testar não é uma boa ideia?
Bom, toda vez que a gente faz um teste, ele vem para responder uma pergunta, onde olhamos o dado e depois criamos uma hipótese, por isso é muito importante conhecer o segmento e o histórico daquilo que se está investindo.
Ai já temos um primeiro erro: Musk parece entender um monte de programação, mas não tanto de redes sociais, onde a base é o comportamento humano e as relações sociais.
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A própria ideia de uma rede com “liberdade de expressão” e “debate saudável” parece ignorar avanços sociais já discutidos no passado como direitos humanos e diversidade. Para ter uma ideia, desde que Musk assumiu a plataforma, a “the N word” (expressão racista) no Twitter aumentou ou quase 500% em um período de 12 horas em relação à média anterior. Será que as marcas e patrocinadoras vão querer se associar a um ambiente onde “black lives don´t matter” é pauta?
Outro erro grande: colocar a sua opinião e desejo pessoal a frente do que dizem os especialistas. Errar em um teste é normal, porém, é dever do estrategista prever possíveis erros e impedir que eles aconteçam, para isso, temos que ler dados e entender como a plataforma funciona. Nessa época, diversos profissionais de redes sociais já haviam se manifestado sobre os problemas de fazer o selo de verificação pago. As contas falsas eram um problema previsível.
Então, quais lições podemos tirar da compra de Musk?
E você, o que aprendeu com as polêmicas do Musk?
Um abraço ;)