O que podemos aprender com a Lady Gaga no Oscar 2015?

Lady Gaga é uma artista pop controversa. Ela gosta de provocar as mais diversas reações em que a assiste, não raro de repulsa. Mas há quem a ame incondicionalmente. Suas atitudes são sempre desafiadoras, chocantes. Por exemplo, já foi a uma premiação com um vestido feito de bifes de boi crus. Já apareceu "sangrando" em performances. Já recebeu vômito de tinta de uma convidada em cima do palco. Figurinos duvidosos, músicas de certa forma até agressivas.

Causar grande comoção talvez seja seu objetivo máximo. Mais até do que propriamente sua arte... O que é diferente é com ela mesmo. Ela sai do lugar-comum, sempre encontra uma maneira de ser ou fazer algo mais diverso (ou bizarro?) do que já foi feito, até para ela mesmo. O problema é que nem sempre ela acerta.

Pode-se extrair deste cenário alguns itens:
1 - O inusitado tornou-se lugar-comum para ela
2 - Muito esforço é feito para tentar algo novo, que talvez não seja necessário (a ânsia pelo novo, pode desgastá-lo)
3 - Há um grande risco de o "diferente" não ser algo positivo
4 - Nem tudo o que é novo é, por consequência, melhor do que o anterior.

Particularmente, sua arte não me agrada. Acho-a "over", como uma árvore de Natal em que não se consegue ver os galhos de tantos enfeites e "penduricalhos". Porém, ontem sua participação na cerimônia de entrega do Oscar 2015 me surpreendeu e consegui extrair (ou confirmar) algo que talvez todos nós já saibamos: Temos que pensar "fora da caixinha"!. Surpresa!

Ela foi convidada para apresentar as músicas do tradicional, "Noviça Rebelde". O que se esperaria dela? No mínimo o vestido estiloso, talvez colado ou pintado ou até mesmo ela nua só com o avental... Trazer as cabeças das crianças presas a seu corpo, vir vestida como o pai, cantar de forma grotesca... Não sei o que, mas esperamos aqueles elementos bizarros da marca "GAGA".

Mas, eis que ela surge, de vestido branco e longo, estilo princesa. Cabelos compridos, delicadamente penteados, maquiagem simples, um batom vermelho fosco milimetricamente colocado. E cantou com uma leveza, uma simplicidade ímpar.

E, mais uma vez surpreendeu... Positivamente. A repercussão na mídia e nas redes sociais não poderia ter sido melhor, as críticas todas foram boas. Ponto máximo para a cantora, que mostrou um lado que a grande massa não conhecia.

Bom, mas o que isso tem a ver com carreira, mundo corporativo, vida, nós?

Simples, a lição que aprendemos. Temos que nos reinventar, nos virar do avesso, ver o que tem embaixo da xícara. O fato é que Gaga sempre tentou surpreender de uma forma negativa, ela ousava, sim, mas era sempre "mais do mesmo", conforme os exemplos acima. Seu "tipo de choque" era sempre igual, sempre pior do que o anterior, sempre causando as mesmas reações nas mesmas pessoas.

Mas, desta vez, não! Desta vez, ela mudou seu ponto de vista sobre ela mesma. Ousou de uma forma a qual não se esperava que fizesse.

E é isso que se deve buscar. A excelência talvez não venha do "mais do mesmo", mas, sim, de uma nova forma de se ver e de se pensar. Ousadia para mudar, para fazer diferente! Claro que tomando devido cuidado para não ir para um lado negativo. Por exemplo, se você tem uma índole boa, por favor, não surpreenda fazendo algo de ruim (risos...).

Se você já é bom, competente no que faz, seja melhor. Sempre esperam de você o mesmo padrão, atitudes e resultados sempre iguais. Surpreende, sim, mas em um dado momento não mais. Esta é a hora de mostrar que você pode mais, que é capaz de ir além do que já apresenta. Essa é a hora de aparecer "clean" na cerimônia do Oscar.

Como fazer isto já é um segundo passo que direciona para o auto-conhecimento e das situações e contexto aos quais cada um está inserido (e pode vir em um próximo post!) . Mas a essência é esta, de "pensar fora da caixinha" e parar de apresentar "mais do mesmo", você pode e consegue ir além!