O que podemos aprender sobre networking com a "Gabi da AE4" - caloura da FGV
Gabriela Ricci foi o assunto que parou a internet nesta quinta-feira, 25/03/2021, chegando em primeiro lugar nos Trending Topics do Twitter.
Para entender melhor essa história, vamos dar uma passo para trás...
Todos os anos, calouros da FGV participam de uma gincana onde uma das tarefas é conseguir o maior número possível de vídeos de celebridades apoiando a sua turma na competição. Para os organizadores, celebridades são, na verdade, fundadores e primeiros diretores da torcida da faculdade. Mas, dessa vez, essa informação foi mal interpretada pelos calouros, que passaram a procurar figuras públicas pedindo um vídeo em apoio à sua turma.
É aí que entra em cena “Gabi da AE4”. Gabriela, filha do empresário Dirley Pingnatti Ricci, um dos principais acionistas da Unidas, conseguiu que personalidades como Sergio Moro, Xuxa, Flavia Alessandra, Otaviano Costa, Rubens Barrichello, Marco Luque, Marcos Mion, Kaysar, Thiago Martins, Felipe Titto, Gabi Martins, Felipe Roque, entre outros, fizessem um vídeo declarando o seu apoio à turma da caloura.
Outras turmas também conseguiram o apoio de nomes nacionais e internacionais muito conhecidos, entre eles: Fabio Porchat, Cafú, Falcão, Edmundo, Milton Neves, Maisa, Henri Castelli, Alexandre Frota, Ana Maria Braga, Jô Soares, Michel Temer, Rodrigo Maia, João Amoedo, Freixo, João Dória, José Dirceu, Guilherme Boulos, Marco Feliciano, Zeca Camargo, Ed O'Neil (Modern Family), Adrian Grenier (O Diabo Veste Prada), e por aí vai...
Você confere os vídeos de apoio no instagram abaixo:
Essa história toda me lembrou da “Teoria dos seis graus de separação”. Essa teoria de origem literária foi criada na década de 20 pelo escritor húngaro Frigyes Karinthy no conto “Chains” (em português: correntes). Para o autor, os avanços da comunicação e dos transportes fariam com que, apesar da distância física entre as pessoas, os círculos sociais ficassem cada vez maiores.
Na prática, essa teoria diz que você precisa de, no máximo, 6 conexões para chegar a qualquer pessoa do mundo. Por exemplo: Você quer se conectar com o ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama, então você comenta desse seu desejo com o seu pai, que tem um amigo CEO de uma start-up em rápido crescimento, que recebeu aportes de um investidor anjo, que tem contato com um dos homens mais ricos do Brasil, que conhece um magnata americano responsável por grandes doações para a campanha presidencial de Obama. Pronto, em 6 conexões, você chegou ao ex-presidente.
A ficção inspirou a realidade e a ideia serviu de base para estudos de ciências sociais que abordam o conceito de redes de influência e difusão da informação.
O primeiro teste científico aconteceu em 1960, quando o psicólogo americano Stanley Milgram enviou para moradores de alguns lugares dos Estados Unidos 300 pacotes acompanhados de um bilhete pedindo-lhes que ajudassem a fazer com que aquela encomenda chegasse a um homem específico em Boston. Para isso, a encomenda deveria ser enviada a uma pessoa conhecida, a qual deveria enviá-la novamente, e assim por diante, até que ela chegasse ao destinatário final. Dos 300 pacotes, 100 chegaram ao homem em Boston, todos passaram por seis etapas.
Em 2002, pesquisadores da Columbia University, nos EUA, escolheram 61.168 participantes para enviar mensagens a 18 alvos específicos, que iam de veterinários noruegueses a estudantes na Sibéria. Ao final do experimento, 324 mensagens chegaram aos 18 alvos escolhidos, passando por, em média, cinco a sete pessoas.
Já em 2016, o facebook resolveu testar a “Teoria dos seis graus de separação” com sua base de 1,59 bilhão de usuários cadastrados. O resultado, obtido por meio de algoritmos estatísticos e cruzamento de dados, indicou que havia uma média de 3,57 graus de separação entre você, Madonna, o papa Francisco e o João da Esquina.
Questionado sobre como chegaram até ele, Fábio Porchat respondeu:
Não é fascinante pensar que podemos conhecer tantas pessoas assim? Daí a importância das relações humanas, o famoso "networking". Muitos se enganam quanto à arte de fazer networking, acreditando que distribuir cartões em eventos e adicionar novos contatos nas redes sociais é o bastante. Ninguém gosta de pessoas desesperadas que o tempo todo estão se aproximando por interesse, buscando favores ou vendendo produtos que ninguém quer. Adotar essa postura é fechar os olhos para a oportunidade de se criar relações genuínas e duradouras com seus contatos.
Atenção, seus relacionamentos devem estar prontos antes mesmo de você precisar deles. Por isso, networking não é algo instantâneo, mas sim cultivado ao longo do tempo. Afinal, o que vai levar sua mensagem até a conexão que você busca é o interesse e a boa vontade dos intermediários em continuar repassando-a, mesmo que ela seja um pedido de gravação de um vídeo para uma gincana de calouros da faculdade.
Como você tem se relacionado com a sua rede?
Gabriel Roso
Processos Gerenciais | Turismo | Eventos
3 aAdorei a comparação desse caso muito curioso com essa teoria. Parabéns!!
CRM | Marketing
3 aConteúdo interessante, necessário e atual!
Arquiteta
3 a👏🏻👏🏻👏🏻