O que podemos fazer?

O que podemos fazer?

Aprendizados pela dor e como fazê-los doer menos.

Na última segunda-feira, dia 30 de março, o pesquisador, biólogo e pós-doutor em microbiologia Átila Iamarino deu uma entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, onde falou que acha que o mundo não será mais o mesmo após o coronavírus.

Ele não estava falando sobre o tamanho da pandemia, seus resultados e nem, por mais que pareça, traçando um cenário trágico. Foi simplesmente uma constatação de que o que vivemos até aqui e o que ainda vamos viver – mesmo em cenários positivos – vai mudar algumas concepções e comportamentos coletivos. Embora eu olhe para a situação por uma perspectiva diferente da de Átila – até pela diferença de áreas de atuação profissional –, concordo com ele.

Eu nem me refiro aos impactos da ação da COVID-19 na vida humana – ou quantas ela ameaça, mas ao fato em si de que o isolamento social que estamos sendo obrigados a adotar irá mudar drasticamente a nossa forma de encarar diversos aspectos da vida, do trabalho e das nossas relações interpessoais.

Vou propor lançar um olhar prático para a situação: estamos em isolamento e, em algum grau, iremos continuar por mais algum tempo. Isso tem uma série de significados para nossa vida cotidiana: que temos que trabalhar em home office (ou que nem sequer podemos trabalhar), que nossos filhos estão sem aula e precisamos ocupa-los durante o dia, que estamos privados de ver amigos e familiares, que estamos com tempo sobrando (ou trabalhando ainda mais em um contexto cada vez mais caótico) etc. Diante de tudo isso, uma pergunta com um viés objetivo: o que podemos fazer?

Para proteger a nós mesmos e àqueles que amamos, o isolamento social é a mais eficiente precaução. Então, será que não resta a nós apenas a opção de fazer o melhor que o que temos?

Tem gente que está aproveitando para estudar e fazer coisas que nunca teve tempo de fazer – e outros, como é meu caso, estão mais corridos do que nunca. Seja qual for a sua situação, a minha proposta é: mude a forma como você encara as coisas.

É sério. Pense na sua rotina: em como ela era antes e como está agora. A forma como ela mudou te fez bem ou mal? Existe como lidar com isso? Se essa situação não é a melhor oportunidade para reavaliar a vida, ela certamente está nos obrigando a fazer isso independente da nossa vontade.

Levante perguntas. Questione tudo o que tem mudado para você. O bom das perguntas é que elas nos incentivam na busca pelas respostas. Cole uma cartolina na parede e escreva o que quer mudar. Mude uma coisa por dia. Escolha enxergar isso como a oportunidade que a vida está te dando de mudar, de repensar tudo e definir novas prioridades – que realmente importem.

Porque, sinceramente, a verdade sobre esse tempo que vivemos, na minha opinião, é uma só: se a gente não mudar agora, a vida vai nos engolir. E se não aprendermos nessa, vamos passar por outras.

O coronavírus ainda vai nos impor mudar muita coisa. Cabe a nós garantir que a mudança seja para melhor.

Concordo muito com você, Kk. Não há como continuar da forma que estávamos e precisamos revisar nossa rota... como sociedade, planeta, indivíduos! Apesar de todo o sofrimento é uma oportunidade de fazermos isso juntos!! Bjs

É isso mesmo, Ana. Ou mudamos ou seremos engolidos pela vida. Parabéns pelo excelente texto. Bjs

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