O que são Cidades Inteligentes - Parte 1

O que são Cidades Inteligentes - Parte 1

       Discussões sobre cidades inteligentes são cada vez mais recorrentes, seja sobre avanços incríveis vistos em países como a China, ou sobre como resolver os problemas do cotidiano das metrópoles. Essa relevância se justifica até mesmo economicamente, já que apenas em dados analisados por uma pesquisa da Juniper Researcha estimativa de redução de custos utilizando apenas uma das técnicas centrais de Smart Cities, Smart Grids, é de $18.8 bilhões de dólares até 2021, enquanto que outra pesquisa, da IDC, aponta que até 2021, os gastos com cidades inteligentes devem ser de 80 a 135 bilhões de dólares. Apesar da relevância, é incomum vermos uma definição concreta sobre o que são essas cidades inteligentes. Este artigo é o primeiro de uma série sobre cidades inteligentes, no qual analisaremos o que é uma cidade inteligente e como é composta, e mostraremos uma visão mais aprofundada de cada um de seus pilares, tanto mundialmente quanto no Brasil.

          A dificuldade para definir uma cidade inteligente está relacionada à falta de uma definição oficial. O ponto comum entre as definições é que cidades inteligentes utilizam tecnologia digital para melhorar pontos importantes das cidades, sendo que esses pontos podem ser separados em quatro categorias principais:

·      Mobilidade: diversas soluções são estudadas e testadas para melhorar condições de transportes nas cidades do futuro. Essas soluções são muito diversas, indo desde o controle de semáforos, para acomodar movimentações específicas e reduzir o trânsito geral, até veículos com uma rede própria de comunicação que os permita otimizar aspectos como reduzir o consumo de combustível;

·      Produtividade: cidades conectadas de forma inteligente podem melhorar muito a produtividade de seus habitantes. Iniciativas como a divulgação de forma simples e do número de vagas de estacionamento disponíveis, e a otimização e priorização de investimentos com base em dados podem oferecer um grande impacto na vida de seus habitantes;

·      Sustentabilidade: cidades inteligentes podem ser muito mais sustentáveis de diversas formas. Um exemplo é a aplicação de Smart Grids, na qual tanto as unidades geradoras de energia quanto os consumidores estão ligados e integrados, permitindo que operações como ajuste de carga e demanda sejam realizadas visando o aumento de eficiência;

·      Segurança: diversas tecnologias recentes podem ser aplicadas para aumentar a segurança de cidades inteligentes. Um exemplo de aplicação é o reconhecimento facial automático aplicado para identificar criminosos de forma rápida e precisa. Outro exemplo é a obtenção de dados para definir estratégias ideais para combater o crime de forma otimizada;

·      Saúde: diversas aplicações voltadas a melhorias da saúde da população são possíveis com técnicas de cidades inteligentes. É possível, por exemplo, utilizar sensores que identifiquem níveis de poluição, possibilitando que os habitantes sejam avisados caso esses níveis estejam muito elevados e que medidas governamentais sejam tomadas para reduzi-los em locais problemáticos.

A atuação nesses pilares é possibilitada por uma série de avanços tecnológicos em diversas áreas. Como os problemas das cidades são complexos, geralmente é necessário que uma combinação de elementos seja aplicada, sendo que muitos desses elementos só atingiram um estado de desenvolvimento que possibilitou sua aplicação recentemente. Cidades inteligentes possuem uma relação muito íntima com a Internet das Coisas (IoT), sendo que os principais elementos que compõem cidades inteligentes e IoT são:

·      Sensores: permitem a leitura de condições específicas de regiões e possibilitam um controle integrado e centralizado, gerando mapas efetivos da cidade;

·      Atuadores: são dispositivos vitais para aplicação das decisões tomadas utilizando dados de diversas fontes. Podem ser diversos, como semáforos remotamente controlados e barreiras de trânsito que podem ser levantadas remotamente para permitir ou impedir o tráfego de veículos em determinadas ruas;

·      Ampla conexão com a Internet: as informações obtidas de forma descentralizadas podem ser muito bem aproveitadas se unificadas em um local, permitindo uma visão geral do estado da cidade inteligente. Nesse ponto, a ampla conexão com a internet é vital, servindo como meio de ligação entre sensores, centrais de controle e atuadores;

·      Baterias: muitos dispositivos, como sensores e atuadores, precisam ser instalados em locais sem energia elétrica facilmente disponível. Desse modo, o uso de baterias permite que esses dispositivos tenham energia para se manterem por um determinado tempo sem qualquer conexão elétrica com o meio externo;

·      Energia Solar: painéis fotovoltaicos podem ser utilizados para carregar baterias, permitindo que dispositivos como sensores e atuadores operem de forma autônoma por muito tempo.   

Vivemos em uma época de rápidas mudanças e evolução incrível da qualidade de vida nas cidades graças ao uso de tecnologias. As oportunidades para atuar nessa área estão crescendo e devem aumentar ainda mais no futuro. Nos próximos artigos, discutiremos cada um dos quatro pilares de cidades inteligentes com detalhes, sempre mostrando as cidades onde estão os maiores avanços e o estado da aplicação dessas tecnologias no Brasil. 

 

Aryádne Zonetti

Growth Marketing | Startups

5 a

Adoro aprender sobre esse tema. Conhecia as categorias, mas não os elementos conectados a IoT. Ótimo artigo!

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