O que uma 2ª onda de Covid pode fazer com o Dólar?
As últimas semanas estavam sendo de otimismo, comemoração, até de euforia. Muitas notícias positivas sobre reabertura de economias e sobre a Pandemia. Bolsas recuperando rápido as perdas e dólar finalmente aliviando por aqui: foi de R$ 6 para R$ 4,90 em duas semanas.
Mas...
Nem tudo são flores. A incerteza ainda não foi embora. Pode até ter diminuido um pouco, mas continua entre nós. Entre investidores, gestores, políticos. Todos. Vejam abaixo o gráfico do dólar em 2020. Vamos tentar mostrar o comportamento do preço da divisa conforme alguns acontecimentos recentes.
Obs: "redução nos óbitos diários" = mundo todo.
Outros fatores que contribuiram pra valorização recente do câmbio:
- FED americano em tom bastante pessimista com o PIB 2020 dos EUA;
- Falta de horizonte concreto sobre liberação de vacina contra o Covid-19;
- Pedido de demissão de Mansueto Almeida, secretario do tesouro no Brasil;
- Manifestaçoes violentas nos EUA e também em parte do mundo (pouco);
- Indicadores econômicos ruins vindos da China;
Bastante coisa. E foi preciso muitos fatores somados para interromper o sentimento de otimismo que vinha tomando conta. Isso não significa que voltamos atrás com a convicção "o fundo do poço já passou". Seguimos acreditando que, sim, o pior passou. No entanto, nunca dissemos que o caminho de recuperação seria suave, pavimentado e enrolarado. Teremos muitas pedras, buracos e chuva até chegar ao destino desejado.
O dólar vai um dia voltar aos, hoje sonhados, R$ 4,00? Há chance, mas não sabemos quando e se tivermos uma pesada segunda onda de coronavírus pelo mundo, podemos ver a moeda norte-americana fazer uma visitinha aos R$ 6,00 novamente, ou quem sabe até em um andar acima.
Por isso, seguimos insistentemente recomendando: proteja-se do risco. Diversifique seus investimentos. Faça hedge cambial. Isso vale para dias ruins ou bons, enquanto estivermos com a Pandemia ainda declarada.
Boa semana a todos!