O que você posta é o que você é (como profissional)?
A crônica empresarial é cheia de histórias e algumas são verdadeiras aulas e merecem ser compartilhadas, pois podem contribuir ao bem estar profissional de muitos. A que vou contar é exatamente uma delas, com algumas adaptações (por motivos óbvios) mas que não influenciam, de forma alguma, a mensagem e a moral da história.
Conheci muitos profissionais excelentes em minha jornada no universo corporativo e um deles, especificamente, pude comprovar a competência, habilidade no relacionamento interpessoal, ponderação e coerência na solução de problemas (e olha que não foram poucos), resolutividade e entrega.
Nos aspectos da aderência à cultura da corporação, minhas experiências também foram muito positivas, porém havia um fato que me surpreendia - a visão da alta administração sobre ele não estava em sintonia com a minha e de outros gestores. Muito pelo contrário.
A participação desse profissional nas redes sociais era intensa, e defendia sua posição política com o ardor de um torcedor de time de futebol. De fato, havia um hiato entre as ideologias, ou modelos, defendidos por ele e pelos principais executivos a quem se reportava direta e indiretamente.
Questionando colegas sobre os possíveis motivos dessa divergência de avaliações, a hipótese do comportamento nas redes sociais foi aventada como um possível vetor de influência na construção (ou desconstrução) de sua imagem.
Mesmo não podendo, em hipótese alguma, afirmar que isso tenha qualquer relação direta ou indireta com o relato, só o fato de haver sido aventado já é um fato significativo.
No delicioso documentário “Caffè Sospeso”, um garçom vivia dois papéis em sua vida. Durante o dia era o profissional querido por todos e à noite se travestia em uma cantora, também adorada por todos. Em princípio, podemos defender a tese de que “o que você é ou faz fora do trabalho é problema seu”, mas a vida real tende a negar essa teoria.
Seria ingenuidade acreditar que os recrutadores e gestores compreenderão essa tese um dia, e serão mais abertos e tolerantes à dualidade. Eles não tem tempo a perder e precisam minimizar os riscos.
Então para sermos o que agrada aos outros, devemos podar a expressão de nossas ideias, ações e ideologias? Ou para garantir a nossa individualidade, devemos nos afastar das redes sociais? Acho que nem uma nem outra dessas violências auto impostas, mas certamente é melhor cuidar do que você posta. Talvez um bom caminho seja continuar a manifestar as suas crenças e convicções, mas cuidar do “como” você as expressa.
Provavelmente esse seja o segredo. Seja você mesmo, e diga o que quiser, mas cuide do “como” diz. Assim pode ser que até quem não concorde com você, respeite a sua opinião e passe a admirar a sua a coragem de se posicionar.
Deixe seu comentário e me ajude a aprimorar esse artigo.
Um grande abraço.
Ricardo Vasques
Esp. Psicologia Organizacional
6 aTexto muito interessante e que só me fez lembrar de que é necessário agirmos com prudência sempre, pois desta forma, sofremos menos.
Mãe de duas crianças incríveis. Pedagoga. Especialista em Psicologia Organizacional. Consultora Educacional. Palestrante. Educadora.
6 aViajei no tempo lendo e lembrei de uma conversa que tivemos há alguns anos, que levei pra vida, exatamente sobre "como" falar algo. Em tempos de redes sociais e livre expressão, precisamos ser ainda mais cuidadosos pois as pessoas tendem a interpretar as falas dos outros a partir de uma ótica unilateral e particular. Isso gera conflito e discussões prolongadas, que muitas vezes não fazem sentido para as partes que discutem. Ótimo texto mestre!
Professor
6 aE vamos nos acostumando a assumir diferentes personas em cada rede social...ou vamos apresentando lados diferentes da pessoa que somos em diferentes redes? Abraço e obrigado pela reflexão
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6 aMuito bom, Mestre!