O que você quer ser?
Foto: Andrea Piacquadio

O que você quer ser?

Olá,

Com o início de um novo ano, é natural que surjam planos e aspirações. No entanto, é essencial questionar se estamos abordando esses planos da maneira mais abrangente e significativa possível.

No ano passado, acompanhei de perto meu enteado durante sua jornada de conclusão do ensino médio e preparação para o ENEM/Vestibular. Durante esse período, a pergunta predominante nas conversas com todos os familiares foi: "O que você vai fazer?"

Também, ao longo do ano passado, tive a oportunidade de atender diversos executivos de diferentes níveis e setores de negócios enquanto elaboravam seus planos de desenvolvimento individual. Mais uma vez, notei que a ênfase estava majoritariamente em "o que eles iriam fazer".

Essas duas experiências me levaram a uma profunda reflexão sobre essa abordagem. Será que estamos dando ênfase apenas ao que queremos fazer, esquecendo-nos do que queremos ser? Será que não estamos percebendo que a vida é mais do que a realização de projetos específicos, como fazer engenharia, concluir uma pós-graduação ou alcançar um cargo específico?

Podemos fazer todas estas coisas e ao mudarmos completamente de rumo, ou de ramo, ainda seremos nos mesmos, não é assim? Então o que queremos fazer pode ser alternado de forma relativamente rápida. E o que somos? Será que não precisamos cuidar de traçar planos para isso? Será que não deveríamos trabalhar nos planos para evoluir como seres humanos assim como trabalhamos para evoluir como profissionais?

Hoje, gostaria de explorar essa questão, já que estamos no início de um novo ano, o momento ideal para repensarmos nossos planos não apenas em relação à nossa carreira, mas também em relação à nossa vida como um todo, incluindo até mesmo o planejamento de nossa aposentadoria, porque não?

A distinção entre fazer e ser

"Eu não sou o que aconteceu comigo, eu sou o que eu escolhi me tornar." - Carl Jung

Será que conseguimos fazer e ser o que quisermos?

Quando nos concentramos no que queremos fazer, muitas vezes encontramos limitações, sejam elas morais, físicas, financeiras ou outras. Quem nunca quis fazer uma pós graduação, por exemplo, mas encontrou restrições orçamentárias. Às vezes, essas limitações também são resultado de uma falta de autoconhecimento. Sem compreender nossas próprias potencialidades, podemos desperdiçar tempo e esforço em algo para o que não possuímos habilidades ou vocação. É aí então que podemos perguntar: "Será que alcançar objetivos específicos é realmente uma questão de vontade?". Então fica fácil concluir que não podemos fazer tudo o que quisermos fazer.

No entanto, quando nos concentramos em quem queremos ser, as limitações parecem desaparecer. O que pode parecer uma restrição na verdade é uma questão de determinação e disciplina. Talvez devêssemos considerar que definir quem queremos ser é a base para determinar o que queremos fazer. Nossos princípios, valores e virtudes devem ser alicerce de nossas ações. Quando buscamos alinhar nosso autoconhecimento com nossos princípios, nos aproximamos de quem queremos ser, o que, por sua vez, influencia o que queremos e podemos realizar. Quando isso acontece, nossa jornada se torna mais significativa, e as dificuldades que enfrentamos se tornam desafios a serem superados.

Portanto, enquanto embarcamos em mais um ano, lembremo-nos de contemplar não apenas o que desejamos fazer, mas também quem desejamos ser. Nosso potencial é ilimitado, e nossa capacidade de moldar nossa própria identidade é uma força poderosa que podemos aproveitar para transformar não apenas nossas vidas, mas também o mundo ao nosso redor.

Até breve e boa sorte!

Indira Trindade

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"Discurso sobre a dignidade do homem" de Giovanni Pico Della Mirandola - Este livro examina a essência da dignidade humana e a capacidade de autodeterminação. O livro destaca como compreender nossa própria natureza pode ajudar a estabelecer limites saudáveis e buscar resultados relevantes na vida pessoal e profissional.

"Clube da Luta" dirigido por David Fincher - Este filme é uma obra provocativa que estimula a reflexão sobre a diferença entre o que fazemos e quem realmente queremos ser, além de questionar os valores e as normas da sociedade contemporânea.

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