O que você vai aprender no livro Nômade Digital, do Matheus de Souza
Conheci o Matheus de Souza, assim como muitos que lerão este texto, no LinkedIn. Mas, caso ainda não o conheça (o que acho improvável para quem está nessa rede), sugiro que pare tudo o que esteja fazendo para conferir o seu trabalho.
Escritor e nômade digital, ele ganha a vida enquanto viaja pelo mundo para países como Portugal, Itália, Tailândia e outros. Neste ano, Matheus lançou seu primeiro livro, "Nômade Digital", em que conta suas aventuras e dá várias dicas para quem tem interesse na área.
Neste artigo, resolvi falar sobre as minhas principais percepções e destacar os pontos-chave que você vai aprender no livro. É uma espécie de aperitivo sobre tudo que encontrará na obra. Se você é curioso sobre o assunto, quer se tornar ou já é um nômade digital, eu sugiro fortemente que leia as linhas a seguir com muita atenção.
Como conheci Matheus e cheguei a seu livro
Antes de falar do livro em si, vale a pena contar como conheci o Matheus e me tornei seu amigo (infelizmente, por enquanto, somente no mundo virtual — mas nos encontraremos no início de fevereiro, em São Paulo).
Um dia, de forma despretensiosa, resolvi mandar um inbox para ele. Pensei: "poxa, esse cara é incrível e eu quero aprender com ele". Como sou da área de conteúdo também, me apresentei. Mas não de uma forma rasa. Eu quis provocá-lo.
Minha primeira mensagem para o Matheus foi assim:
"Olá, Matheus, tudo bem? Me inspiro em vc e tenho perguntas poderosas! hehehehe... (Claro, pra qdo tiver um tempinho e apenas se sentir à vontade pra responder...)
Quais os melhores profissionais de conteúdo do país e do mundo? Quem não deveria ser bom na área e é? Por quê? Quem são os profissionais da área mais impressionantes e que quase ninguém conhece?
Quais são os três melhores livros da área pra vc? O que torna vc diferente? Quem te treinou ou influenciou? Como vc multiplica seus resultados? Quais são seus maiores erros?
Se as pessoas tiverem de aprender sozinhas, o que sugeriria a elas? Se vc me treinasse em 4 semanas para uma competição de geração de conteúdo valendo 1 milhão de dólares, como seria esse treinamento?
E se fossem apenas 2 semanas? Abraços e ótima semana! =)"
Paciente e humilde — duas marcas registradas do Matheus —, ele logo me retornou:
"Vamos lá:
1 - Quais os melhores profissionais de conteúdo do país e do mundo? Quem não deveria ser bom na área e é? Por quê?
R: Eu (sim, você deve confiar no seu trabalho acima de tudo), Vítor Peçanha, Murillo Leal, Tim Ferriss, Neil Patel e Sujan Patel. Não entendi a segunda parte da pergunta.
2 - Quem são os profissionais da área mais impressionantes e que quase ninguém conhece?
R: Ana Talavera, Fahen Carvalho e Maira Reis. E tantos outros que escrevem aqui no LinkedIn.
3 - Quais são os três melhores livros da área pra vc?
R: "Hit Makers", "Trabalhe 4 Horas por Semana" e "Roube como um Artista".
4 - O que torna vc diferente? Quem te treinou ou influenciou? Como vc multiplica seus resultados?
R: Tento ser autêntico. Ou seja, ao invés de seguir as tendências, eu corro delas e procuro meu caminho. Ninguém me treinou, algumas influências estão na pergunta 1. Sobre multiplicar resultados, volte para a primeira frase dessa resposta.
5 - Quais são seus maiores erros?
R: Não ter começado a escrever antes.
6 - Se as pessoas tiverem de aprender sozinhas, o que sugeriria a elas?
R: Aprenda, ué. Vai pro YouTube, Google, etc. Vivemos na melhor época da história para aprendermos – e sozinhos.
7 - Se vc me treinasse em 4 semanas para uma competição de geração de conteúdo valendo 1 milhão de dólares, como seria esse treinamento? E se fossem apenas 2 semanas?
R: Eu não te treinaria. Primeiro deixa eu ganhar o meu US$ 1 milhão...
Boa semana! :)"
Com isso, passei a admirá-lo ainda mais. Afinal, o cara com mil compromissos e certamente com dezenas ou centenas de mensagens para responder, me deu uma super atenção.
É claro que respondi de volta e fiz uma proposta: escrever para um dos seus blogs, o Be Freela. Ele, sem titubear, aceitou que eu passasse a ser um colaborador e, assim, começamos a ter contatos frequentes.
Ele (Matheus), sem titubear, aceitou que eu passasse a ser um colaborador (do seu blog) e, assim, começamos a ter contatos frequentes.
O networking com Matheus aconteceu de uma maneira leve e natural. Depois de tantos contatos — sempre muito agradáveis e ricos —, um post dele, em que me marcou, mudou minha vida. Além disso, ele já me indicou para um dos jobs mais incríveis da minha carreira.
Por essas e outras, sou profundamente grato ao Matheus. Isso, porém, é tema para um outro texto. Eu vim aqui para falar do seu livro. Inclusive, vale lembrar que eu apareço em dois trechos de "Nômade Digital". O Matheus contou um pouco do meu início estabanado como um nômade, rs.
O Matheus contou um pouco do meu início estabanado como um nômade digital, rs.
Agora, sem mais delongas, vou falar do livro.
Nômade Digital: leve, objetivo e claro
Bem, é difícil que um livro "me pegue" logo de cara. No entanto, com o livro do Matheus, não tive esse problema. Logo no primeiro minuto, lendo alguns depoimentos que amigos e parceiros de negócios escreveram, eu já fiquei preso à história.
Ou seja, a garantia é que você terá uma leitura leve e, acima de tudo, de grande utilidade para todos aqueles que têm qualquer tipo de interesse no nomadismo digital. Para quem não está familiarizado com o tema, o Matheus deixa isso bem claro logo no início da obra.
(...) a garantia é que você terá uma leitura leve e, acima de tudo, de grande utilidade para todos aqueles que têm qualquer tipo de interesse no nomadismo digital.
"O nômade, quando digital, é digital porque se apropria da Internet para executar seu trabalho de qualquer lugar do mundo, mantendo sua carreira ou criando uma nova", diz ele.
Apesar disso, se você não curte a ideia de viajar pelo mundo enquanto trabalha, não tem problema. O livro também traz valiosas dicas para quem trabalham de maneira remota.
"(...) mesmo que seu objetivo seja apenas trabalhar de forma remota na sua casa, para passar mais tempo com a sua família, por exemplo, você conseguirá extrair lições que o deixarão mais perto deste objetivo", alerta.
"(...) mesmo que seu objetivo seja apenas trabalhar de forma remota na sua casa, para passar mais tempo com a sua família, por exemplo, você conseguirá extrair lições que o deixarão mais perto deste objetivo", alerta.
Seguindo o texto, não posso deixar o perfil de escrita do Matheus. Além da autenticidade, ele carrega consigo uma extraordinária capacidade de contar com histórias com uma riqueza impressionante de detalhes.
Sendo assim, Matheus acabará te conduzindo para histórias divertidas que incluem um hotel de luxo na Tailândia, uma região paradisíaca na Itália e um encontro com um coyote mexicano, que ajuda pessoas a atravessar a fronteira entre Estados Unidos e México.
Nem tudo são flores, é claro. O início da sua vida como nômade é recheado de medos e incertezas. E é disso que vou falar a seguir.
Por onde começar uma carreira recheada de incertezas
Uma das coisas que mais me marcou no livro foi o fato de o Matheus ter largado tudo para viver como um nômade. Esse "largar tudo", no entanto, não foi feito de maneira irresponsável, como a expressão pode sugerir.
O autor deixa isso MUITO CLARO, o que ajuda as pessoas que estejam vivendo dilemas como os dele, quando quis dar uma virada na vida profissional.
"Eu, por exemplo, sabia que não queria mais ver minha vida passar pela janela de um escritório. Sabia que não queria mais ter um chefe me dando ordens", afirma.
"Eu, por exemplo, sabia que não queria mais ver minha vida passar pela janela de um escritório. Sabia que não queria mais ter um chefe me dando ordens." Matheus de Souza
Ainda que com medos e incertezas, o Matheus se planejou para "largar tudo" e nos deixa mais uma grande lição que você terá ao longo do livro: apenas comece.
"O ato de começar algo, independentemente de saber onde aquilo poderia me levar, me trouxe onde estou hoje. Alguns podem chamar de sorte, mas a sorte só sorriu para mim porque eu me mexi", lembra.
Essa passagem me lembra de uma frase atribuída ao mestre do Golf Tiger Woods: "quanto mais eu trabalho, mais sorte eu tenho". E, definitivamente, o Matheus teve muita "sorte".
Se você está perdido, dois questionamentos do Matheus podem acender uma luz em seu caminho:
- "Que tipo de conhecimento você tem que pode ser útil para as pessoas?"
- "Esse conhecimento pode ser transformado em produto, serviço ou curso?"
Com essas respostas, você pode começar a colocar a mão na massa. Ao mesmo tempo, com todo planejamento possível. Da reserva financeira às oportunidades, que são detalhadas de uma forma muito direta no livro — e que, portanto, podem ajudar quem quer se tornar ou se aperfeiçoar como um nômade digital.
Em sua preparação para se tornar nômade, Matheus trabalhou duro. Como conta: "Por quase dois anos, aproveitei cada atividade banal do meu dia – como lavar a louça ou passar o aspirador no apartamento – para investir em conhecimento.
Ouvia podcasts e audiolivros no caminho para o trabalho, assistia a vídeos de empreendedores no YouTube durante o almoço e, no tempo que passava em casa, incluindo os finais de semana, publicava conteúdos no meu blog e no LinkedIn com o intuito de ser visto", lembra ele.
Ele diz que foi um momento de muita tortura, em que pensou em desistir. Esgotado física e mentalmente, decretou sua própria derrota. No entanto, ao ver uma notícia sobre a banda Roadiohead, teve uma ideia de texto, que por sua vez o levou a ser descoberto pelos editores do LinkedIn. "Esse fato renovou minhas esperanças e eu continuei escrevendo", comenta.
Além disso, tal história traz mais uma grande lição que o Matheus faz questão de deixar bem claro: "Desistir no meio do caminho só te fará ter que recomeçar do zero no futuro."
"Desistir no meio do caminho só te fará ter que recomeçar do zero no futuro." Matheus de Souza
A partir daí, o Matheus começaria a se transformar no nômade digital que nasceu para ser. Vamos ver como tudo aconteceu?
Planejamento: a definição de objetivos e resultados
Para concretizar seus planos, Mattheus utilizou a OKR (Objectives and Key Results), uma metodologia utilizada por gigantes do mercado como o Google.
Depois de receber uma mentoria, os desafios ficaram muito claros. "No meu caso, o Objetivo 1 é 'Começar minha carreira literária rumo ao Nobel de Literatura'. Para chegar lá, defini três resultados-chave (KR) para o trimestre: KR1: garantir a entrega semanal de 1 capítulo do livro; KR2: aumentar de 64% para 80% a taxa de leitura das crônicas no Medium; KR3: ler 10 livros de no mínimo 300 páginas sobre qualquer assunto no período".
É claro que o Matheus, como ele mesmo diz, pode estar bemmm distante de um prêmio Nobel de Literatura, mas essa meta balizou outras menores e, acima de tudo, executáveis em curto e médio prazo.
Ou seja, temos aí mais uma grande lição: para chegar lá, é preciso mapear seus objetivos e colocá-los em prática. No livro, é claro, o Matheus ensina como fazer isso.
Além desses objetivos, Matheus também tomou decisões essenciais para conquistar seus planos, como criar seu blog ("recomendo fortemente que você invista tempo, e algum dinheiro, em canais próprios", alerta) e, claro, investir em conteúdos no LinkedIn.
A partir desse contexto, o autor traz diversas dicas para você criar seus canais, se estabelecer em redes sociais e muito mais. O interessante é que, mais do falar como fazer, o Matheus mostra como fazer. Além da sua história, ele conta a trajetória de diversos nômades. Incluindo esse ser que vos escreve.
Mais do falar como fazer, o Matheus de Souza mostra seu livro como fazer.
Confira um dos trechos em que sou citado: "Sem planejamento algum, Renato comprou uma passagem só de ida para o Nordeste e se viu obrigado a conseguir mais clientes como freelancer para pagar suas contas. Segundo ele, se ganhava 3 mil por mês, gastava 4,5 mil com seu novo estilo de vida. Em pouco tempo sua reserva financeira secou e Renato ficou em maus lençóis – inclusive emocionalmente, já que entrou em depressão.
O jornalista se viu obrigado a voltar para a casa da mãe em Belo Horizonte para conseguir equilibrar suas finanças. Começou a fazer terapia para lidar com a depressão, contratou uma assessora financeira e hoje, após quebrar a cara por ter “largado tudo”, está na estrada novamente, dessa vez de forma planejada."
Chique, né? Mas, para além de egos e vaidades e de contar a história de pessoas incríveis, o Matheus também dá dicas em relação a absolutamente tudo o que você precisa para se tornar um nômade: como abrir uma empresa (e quais são seus tipos), como movimentar dinheiro, como comprar passagens mais baratos, como alugar locais para morar, tirar vistos e muito, muito mais. "Eu entreguei tudo o que sei", confessa.
É, definitivamente, uma leitura obrigatória para (como já disse) todos que querem se tornar ou aperfeiçoar sua vida de nômade digital. Por isso, na última parte deste texto, recomendo fortemente a leitura do livro. Vamos ver por que você deve conferir a obra?
É, definitivamente, uma leitura obrigatória para (como já disse) todos que querem se tornar ou aperfeiçoar sua vida de nômade digital.
Leitura obrigatória para qualquer nômade (aspirante ou não)
On sentimento geral depois de terminar a leitura é que o livro é uma leitura obrigatória para todos interessados na área. No fim da obra, Matheus traz seus principais aprendizados como um nômade digital.
"Por mais que eu tenha tomado essa atitude de forma planejada, me demitir foi um risco que corri. As coisas poderiam dar errado? Poderiam. Mas deram certo. E só deram certo porque eu resolvi me mexer. Resolvi que não queria mais ver minha vida passar pela janela de um escritório que só me fazia mal", conta.
"As coisas poderiam dar errado? Poderiam. Mas deram certo." Matheus de Souza
A seguir, vale a pena conferir um dos muitos trechos com as riquezas de detalhes das experiências vividas pelo autor que comentei acima.
"Senti o cheiro dos girassóis na Itália, nadei com plânctons na Tailândia, fiz a trilha de Laguna de Los Tres na Argentina. Exagerei na pimenta no México, utilizei hashis de metal para comer arroz na Coreia do Sul, me lambuzei com pasteis de Belém em Portugal. Em Roma, bebi limoncello com membros da força aérea italiana, cerveja com o ex-capitão da seleção de futebol da Groenlândia (que eu nem sabia que tinha uma seleção) e doses de Jack Daniel’s na Toscana com o Marcos, aquele nômade que conheci no Instagram."
Legal, não é mesmo?
Por fim, Matheus deixa um recado para quem quer seguir como nômade: "espero, do fundo do meu coração, que você consiga adaptar essas lições para a sua realidade e sinta o mesmo que sinto enquanto escrevo estas linhas: a alegria de saber que não estou desperdiçando meu tempo na Terra".
Eu só a agradecer ao Matheus por tanto e por tudo. Principalmente pelo livro notável que, com certeza, me ajudou a ser uma pessoa e um profissional melhor. E espero, do fundo do coração, que você também tenha esse mesmo sentimento.
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- Para encontrar o Matheus na rede, acesse seu perfil no LikedIn;
Sobre mim: sou o Renato Ribeiro, jornalista, especialista em marketing e negócios e tenho 16 anos de experiências no mercado. Hoje, atuo como nômade digital, escritor, consultor, palestrante e Head de Marketing de Conteúdo no BeerOrCoffee. Me encontre em outras mídias: Instagram; Facebook; Twitter; YouTube e Whatsapp.
Advogada Luso/ brasileira / Anwältin/ Zertifizierte InsoFa/ Zertifizierter Verfahrensbeistand / HSU Portugiesischlehrerin
4 aParabéns Renato pelo texto e, sobretudo, pela sua iniciativa e coragem. Confesso que não conhecia o Matheus, mas é exatamente por isso que estamos aqui. Hoje será ontem amanhã e nessa jornada digital o novo se torna velho conhecido bem rápido! Comprarei o livro e vou me deleitar em todas as dicas.
Arquiteto de Soluções SAP Business One 🇧🇷
4 aEntão... Wellington Sampaio
Fundadora do Holy Coffee Co
4 aestá na minha lista para a próxima leitura, obrigada por compartilhar
Data Analyst | Data Science | People Analytics | FP&A | Estratégia | Indicadores | Projetos
4 aSensacional Renato, acabei de comprar o livro por causa do seu texto. Grande abraço!!!
Especialista em Varejo | LinkedIn Top Voice | CEO Web Jasper | Nômade📍🇧🇷
4 aEsse livro é fantástico, li 2 vezes já