O risco da "doutorização" do campo


Um País que tem uma grande parcela de desenvolvimento na silvicultura, tem que ter bastante cuidado com certas situações que podem ( vejam que eu estou dizendo que podem e não, podem..) degringolar para alguns, digamos, desestres de percursos no rendimento florestais e vou explicar o motivo:

Sem entrar nos meandros da conversa lhes afirmo: - Nada contra que é engenheiro florestal, engenheiro agrônomo ou engenheiro agrícola,Tudo é uma questão de ponto de vista e pontos de prática na prática e na oportunidade que lhes fora concedida ou abraçada.

Um general não vai a frente de batalha, ele traça uma estratégia e os seus comandados a executam , inclusive dentro de uma escala hierárquica , ou seja o general arma a estratégia que passa para o major que repassa para o capitão , que analisa e repassa para o primeiro tenente, que por sua vez certifica para o segundo tenente que delega para o primeiro tenente, que transfere a responsabilidade para o aspirante que sua vez repassa para o sub tenente que remete para o primeiro sargento ( cuida das tarefas administrativas administrativas), e reporta para o segundo sargento , que por sua hierarquia transfere para o terceiro sargento e este indica o cabo e a execução direta vai pra quem? Os sodados, na linha de frente tentando executar uma estratégia que fora traçada lá atrás e de que ele não tem nem o conhecimento, somente cumprir a missão. Quando sai vitorioso numa batalha o que é que acontece? O general fulano de tal devido as suas habilidades , tenacidade, vivencia como estrategista conseguiu com bastante êxitos e sem muitas baixas ( baixas, compreendam soldados mortos).

De quem são os louros da vitória? do General.

Mas quem estuda o campo por onde deslizar para chegar até o inimigo? quem fica de entreposto atônito , com adrenalina a mil, correndo o risco mais contundente? os homens de frente e quem são eles? - Os sargentos, cabos e principalmente os soldados....

Em vários setores de algumas empresas , muitas delas de silvicultura acontece o mesmo, e se na frete de batalha fossem os comandantes e não os comandados , essa "batalha poderia obter êxito? Duvido muito.

General foi trinado para armar estratégias , como as demais esferas hierárquicas , até chegar na execução que fica por parte dos sargentos e dos soldados. Eles foram treinados para isso!

Transferindo para a batalha da silvicultura , um general nunca surte o mesmo efeito que um soldado no CAMPO. O campo está por conta dos sargentos e dos soldados e que se diga em bom português: - Campo , batalha direta do dia a dia é de sargentos ( engenheiros florestais ) e soldados ( técnicos florestais ou agrícolas).

Quer ver um desastre agronômico? "Doutorize" a zona de frete . Sem faltar com o respeito pela classe dos engenheiros , mas com vasta experiência na área ( 25 anos ) todos as experiências que vivenciei foram catastróficas.Doutor não vai a campo, não se suja de lama, não pega carrapato, tem cuidado com a pele, morre de medo de cobras, lagarta, passa por longe ( isso não é uma regra geral).Ele tem que comandar, e os soldados fazer a tarefa mais árdua in situ, desde que tenha competência , humildade , gostar do que faz, amor ao que faz e ter até ciume da sua área de atuação, ter uma "disputa" sadia para executar o melhor projeto, ter humildade de reconhecer de ele não sabe tudo e sobretudo ter o respeito dos operários porque dependem deles para o exito. Devem somar as competência, diminuir as diferenças, multiplicar os consensos e dividir os resultados.

Um técnico tem custo menor, dedicação maior, quer provar que é competente igual ao "sargento", com humildade e questionamento que é o principal fator indicativo de sabedoria.Tem como seu aliado o sargento quando este é um líder e não um chefe.Tem prazer de mostrar a sua área para o sargento em busca de pelo menos uma palavra de incentivo , ou se for humilde, aceitar a críticas como parte do seu aprendizado.

É claro que nenhuma regra pode ser generalizada , até porque existem também técnicos que não fazem nada , que chegam do mato como tivesse chegado de uma festa.Principalmente cheio de informações digitadas, relatórios delongados, com linguajar e comportamentos que não tem nada a ver com campo. Não nasceu pra o campo!não ama o campo,não tem nada a ver com campo é um nerd disfarçado de jeca. Nós queremos jecas!somos jecas e nos orgulhamos de sermos jecas!

Estou contra os engenheiros ? de maneira nenhuma!Eles são os comandantes , rendem mais como tal, só que na mata da silvicultura , "cada macaco no seu galho"

Araguaína (TO) , 10 de agosto de 2018.

Luiz Cabral Técnico em agropecuária e gestor ambiental.


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