O segredo das minhas turmas encherem
"Comigo será diferente! Se a turma não encher eu paro de dar aulas.".
O curso era visto com desconfiança pelos colegas da ESPM. Outras experiências, do mesmo segmento, haviam fracassado devido a poucas inscrições.
Com a minha garantia pessoal e pelo recall positivo de outras cursos que fiz na instituição, o diretor acadêmico do Centro de Inovação e Criatividade comprou a ideia.
Há dois anos foi a primeira. Dentro do marketing político, um patinho feio do marketing, nunca tive menos que 80 alunos em uma turma. Em cursos normais a média não passa de 50.
Na última aula percebi um aluno fazendo contas de quanta receita haveria naquela sala. A conta era puramente matemática, levando inscrições como critério principal.
Quero compartilhar aqui o que considero que seja o segredo das minhas turmas lotarem.
O primeiro componente é a experiência. Quem assiste minhas aulas vê exemplos de ações que deram certo e errado, mas são principalmente, que tive envolvimento. Levo para a sala também os anos em que aprendi a fazer campanhas, não apenas a teoria.
O segundo tá no trabalho de vendas e na organização do projeto. Sim, um curso é um projeto. Sentamos eu, Maíra Moraes Vitorino e Natália M. Mendonça, meses antes e planejamos o curso, bem como toda a estratégia que usaremos para divulgar. Esse processo chega a levar 3 meses e muitas horas trabalhadas. Há investimento em impressos, anúncios, e-mail e WhatsApp.
E o terceiro são os alunos/colegas. Em turmas grandes é esperado que alguns alunos não gostem do conteúdo ou do professor, mas felizmente esse número é ínfimo. Mesmo que eu tropece em sala de aula, em um ponto ou outro, o sentimento geral que percebo é o de gratidão.
O último, e não menos importante, é o meu prazer em compartilhar conhecimento. Sou feliz assim, é na sala de aula que meu coração está, encurtando a curva de aprendizado de colegas, ajudando a resolver questões e desmistificando o uso de internet para campanhas. Se eu tenho uma missão aqui, acredito que seja essa.
O resultado financeiro de um curso presencial é menor do que outras atividades, mas por tudo que escrevi acima, creio que já deu para perceber que ele não é a minha fonte de motivação.
O que mais quero é ser um bom professor, agitador ou como desejar me chamar :)