O tempo não para....

O tempo não para....

A geração de conteúdo digital vem crescendo exponencialmente nas últimas décadas, pelo desenvolvimento de dispositivos inovadores e melhoramento dos antigos, além de novas aplicações. Muitas delas francas usuárias da rede mundial de computadores.

Elas são produzidas por dispositivos com grandes e crescentes capacidades de processamento e memória, e por softwares multimídia diversos, possivelmente com grandes bancos de dados. Entretanto, dão pouca ou nenhuma importância a necessidade do transporte da informação de sua origem a um potencial destino remoto, onde seus dados podem vir a ser processados. Tratam-se, em quase sua totalidade, de dados desproporcionais a capacidade de comunicação do dispositivo ou do meio disponível no local. Em alguns casos, por conta das modelagens do código e a resposta a análises de sensores analógicos, por exemplo, facilmente ultrapassam a ordem de dezenas ou até centenas de gigabytes.

Esta dicotomia apresenta-se amplificada na integração de ambientes remotos, principalmente em países onde há uma reduzida taxa de desenvolvimento humano, consequentemente de tecnologia da informação. São locais definidos como ambientes hostis a aplicações e dispositivos.

Um item particular que torna essa dificuldade crítica cabe aos meios de telecomunicações existentes. As infraestruturas não conseguem acompanhar a contento a elevação no volume de informações digitais trafegadas e eletronicamente disponíveis. É percebido mundialmente as mesmas características nos meios de comunicação: redes caras para a população local, de baixa qualidade, com elevada instabilidade, baixa velocidade e alta latência. Qualquer ampliação tecnológica ou física acarreta largos investimentos financeiros e de tempo, o que não necessariamente essas regiões dispõem ou duram as aplicações tecnológicas daquele momento histórico.

Algumas áreas essenciais a atual vida moderna são especialmente impactadas pela dificuldade na disponibilização de informações digitais a distância, merecendo especial atenção, como o diagnóstico médico (telemedicina); bibliotecas e entretenimento digitais; atividades educacionais; governo eletrônico; e apoio à pesquisa científica. Pela falta de condições de disponibilizar informações digitais em prazo compatível com as atividades, muitas acabam limitadas aos grandes centros, sendo praticamente inviáveis de ocorrerem no interior dos países.

Retratando individualmente o atendimento populacional a saúde – onde a telemedicina poderia ser uma solução - essas questões tomam envoltos dramáticos, dada a fraca presença de quaisquer profissionais de saúde e estruturas hospitalares no interior, particularmente, em países financeiramente pobres e mais remotos. Este fato dificulta ou inviabiliza a prática médica, das simples as mais complexas, possivelmente sendo esta a causa de 90% das cidades brasileiras, por exemplo, não disporem de equipamentos de exames radiológicos – usuários de grandes volumes de dados através da telerradiologia.

Finalmente, estudos que consigam analisar essa situação e propor soluções cabíveis e viáveis fazem-se necessários. O futuro não espera, e a humanidade precisa viabilizar meios de continuar crescendo e se desenvolvendo mundialmente.

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