O terrão vira Maracanã quando a alma não é pequena!!!
E do cantar do galo mineiro e na calmaria do amanhecer tudo pode acontecer, pois aqui no mundo dos sonhos oque vale é ser feliz. Do cheiro da panela de feijão a alegria ecoa de montão, pois hoje cedo não teve pão com requeijão! DE cabeleira espalhada ou do careca sem piolhos os meninos da quebrada vão se aglomerando no meio fio. Ali chega Macalé, Piazin, Padeirinho, Saracura, Juquinha e Pedrinho dedão e outros mais de montão.
E de apelidos em apelidos a seleção da rua São Jorge junta sua esquadra sonhadora. Chega um com a camisa branca furada e costurada com linha azul, pois enquanto ela se segurar no corpo do menino sorridente o manto do time querido ira blindar o pequeno torcedor do Cornetinha Futebol Clube.
Entre tantos meninos um me chama atenção, pois ele se chama Grilinho, pois a magreza em seu pequeno biotipo é visível, e de canelas secas ele se faz titular no time do maior clássico da querida Vila Ribeiro. Pois hoje teremos o grande clássico do time sem camisa contra o time de camisas! E assim o maior CLÁSSICO das torcidas do MUNDO ira nascer para alegria de todos.
Mas antes de tudo isso o menino Malaga desce com a querida bola e mais de 8 guris em sua caminhada. Devo dizer que o menino Malaga é um perna de pau de dar dó, mas como é o dono da bola e muito gente boa sempre é titular no grande clássico. E com a bola embaixo do braço Malaga desce a ladeira rumo ao campinho da rua JV.
Campinho que foi podado com os pequenos puxões das mãos dos pobres meninos sonhadores, pois la eles não tem maquinas para aparar a pouca grama amiga do rapadão, mas tem sim pequena mãos empreendedoras para se livrar das tiriças que ficam no caminho de suas doces alegrias futebolísticas.
Enquanto os mais pernas de paus limpam o campo os mais velhos escolhem no velho par ou impar as suas grandes contratações, e assim um guri sobe no lombo do outro e a bela trave de pau vai sendo colocada no lugar. O gol sem redes sera o portal que ira fazer nascer dezenas de abraços e gritos libertos de felicidade. Pois a cada gol a gurizada sera contagiada pelo bem do futebol.
Enquanto isso vejo pequenos pirralhos se aglomerando ao redor do campo, pois ainda são muito miúdos para jogar com os meninos de 12 anos.
Vejo também senhor Amaral velho corneta da gurizada que torce e bota pilha nos guris, mas ri alto quando um olé nasce em meio ao poeirão.
Vejo também ao seu lado o senhor Arquimedes e o senhor Onofre que torcem pelo Vocem e são da velha guarda da Geraldina do MARCELINO PIRES.
Enquanto jogam a velha dama no tabuleiro judiado degustam o chupar do gorduroso torresmo do bar do Careca, pois devo dizer que os dois são banguelas e mordem jamais, kkk.
Em meio a alegria do clássico, passa um irmão e grita Aleluia e o os meninos respondem Amem, pois aqui a fé sempre é bem vinda.
Alguns guri do clássico me lembram o querido Cafu pois nunca desistem de entrar em um clube, outros já me lembram Ricardo Rocha pois parecem verdadeiros contagiantes de alegria, outros ja me lembram um montão de Ídolos do futebol queridos. E parece que tudo esta pronto e vai começar o grande jogo.
Mas um gritaria se faz presente na rua, e parece que o time de camisa vai substituir um jogador as presas, pois la vem dona Candinha atras de seu filho Lukinha que cabulou a aula.
Enfim os pirralhos começam a gritar que um chegou primeiro que o outro e assim o empurra empurra domina a situação que logo é acalmada pelo guri que leva o apelido de Folha Seca, e assim o mesmo escolhe um guri franzino para jogar no lugar do Lukinha! E assim um dos pequenos poderá ter a honra de jogar no grande clássico, pois a seleção dos sem camisas esta completa novamente.
Outro dia eu termino esse conto, pois quero que vc use seu imaginário e quem sabe assim poderemos impactar um bom final feliz a essa gurizada querida espalhada pelos rapadões do mundo, Namaste