O tratamento humanizado ajuda a minimizar a vulnerabilidade do paciente
Vivemos tempos de transformação social e tecnológica em que as relações pessoais vêm sendo naturalmente impactadas, aumentando assim a percepção de distanciamento físico, da automação da comunicação e da precariedade dos sentidos humanos.
Na medicina, área em que o fator psicológico afeta tanto os pacientes como todos os profissionais envolvidos na estrutura clínica e hospitalar, a necessidade de estreitar laços é cada dia mais importante para minimizar a vulnerabilidade e o sofrimento, sentimentos inerentes ao processo de adoecimento e do cuidado à saúde.
Nesse sentido, o tratamento médico humanizado desponta como peça-chave para nos aproximarmos de um ambiente cada vez mais personalizado, possibilitando também enxergar perspectivas mais amplas e holísticas no tratamento e na prevenção de doenças.
Embora os estudos científicos sobre a influência da humanização médica na percepção geral dos pacientes não sejam tão numerosos e atuais como vemos em outras áreas da ciência, há importantes pesquisas que relatam uma forte correlação positiva entre a comunicação eficiente da equipe médica e a satisfação percebida por doentes e por seus próprios familiares.
Além disso, publicações mostram que um tratamento médico focado na pessoa ajuda a reduzir atritos e conflitos na relação entre paciente e corpo médico, contribuindo dessa forma para o desenvolvimento de cuidados de saúde de alta qualidade e mais eficazes.
Abordagem humanística
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Um estudo publicado no ano passado e disponível na National Library of Medicine (“Influência da humanização médica na atribuição do paciente em situações médicas negativas tendo a comunicação como mediadora”, em tradução livre) aponta que a humanização médica na assistência à saúde reflete-se na comunicação, no diálogo, no relacionamento e na interação dos profissionais com os enfermos e seus familiares.
“Certas atitudes, comportamentos e competências, como a capacidade de transmitir confiança, ser empático, proporcionar um ‘toque humano’, relacionar-se em nível pessoal, ser franco, respeitoso e minucioso, fazem parte de uma comunicação eficaz. Se o objetivo principal da humanização médica é oferecer o melhor atendimento possível e satisfazer as necessidades dos pacientes, é indispensável a comunicação com profissionais médicos comprometidos com esse objetivo”, diz o estudo.
Outra pesquisa, veiculada pela BMC Global (“A humanização médica e as habilidades de comunicação constroem um vínculo psicológico que satisfaz os pacientes”, também em tradução livre), mostra que quando um médico expressa uma abordagem humanística, como cuidar dos sentimentos do paciente, ele eleva a satisfação geral das pessoas com o ambiente hospitalar.
Por outro lado, ao optar por uma filosofia desumanizante, em que os pacientes fazem parte de sistemas de saúde mecânicos, o estudo percebeu não apenas uma queda na satisfação com a equipe médica, como também uma baixa adesão ao tratamento, prejudicando os objetivos pretendidos.
No trabalho hospitalar, somos todos responsáveis por construir relacionamentos humanos autênticos, transparentes e empáticos. A virtude de cuidar da saúde das pessoas começa na porta da instituição e se prolonga para todas as áreas.
Descrevi de forma breve os dois artigos citados, mas, caso você tenha se interessado em saber mais o que cada um deles apresenta, posso enviar os links. Envie uma mensagem para eu compartilhar os links com você.
Fundador e Diretor Executivo | BioSapien
5 mO objetivo final de evolução tecnológica (na medicina) deve sempre ser o impacto que tal solução gera na vida das pessoas. Um ótimo artigo! 👏🏻👏🏻