O varejo será a nova Blockbuster?

              É muito comum, nos exemplos de empresas que perderam sua relevância ao mercado a Blockbuster ser mencionada como case, pois foi a maior rede de locadoras de vídeo de filmes e videogames do mundo.

A Blockbuster teve inclusive a chance de comprar a Netflix, eles estavam no início de sua falência devido ao surgimento do Streaming, entretanto apostavam na ideia de que ir até a loja teria valor.

               Logo após, a marca no Brasil era licenciada a lojas Americanas que recentemente ganhou destaque com a descoberta de uma enorme dívida de aproximadamente R$ 50 bilhões, que em 2022 era considerada a quinta maior varejista do Brasil com faturamento anual de aproximadamente R$ 32 bilhões.

               O que acontece com as Americanas e com a Blockbuster já vem acontecendo com diversos segmentos de varejo em nível global e com a pandemia de Covid-19 ocorrida no início do ano de 2020 esse processo foi adiantado em alguns anos com a popularização das vendas por e-commerce.

               Mesmo antes da Americanas gerar esse impacto na cadeia de varejo vimos muitas livrarias e lojas que abriram falência devido a queda de suas receitas, muitos fatores são atribuídos a esse movimento:

·        Comodidade de comprar em qualquer lugar e a qualquer hora

·        Maior disponibilidade de itens em estoque

·        Entrega rápida

·        Diminuição de custos de operação para as redes de varejo

Nos fatores que menciono acima podemos perceber que clientes e fornecedores são beneficiados com as compras via e-commerce devido a comodidade de não precisar procurar em lojas ou shoppings os itens desejados, comparar preço, deslocar-se entre lojas que podem ser distantes, etc...

A compra através de sites ou aplicativos permite que todo esse processo seja feito de forma rápida e muitas vezes sem custo adicional de frete e com valores mais vantajosos ao cliente do que em uma loja física, muitas redes que possuem lojas físicas e eletrônicas costumam inclusive praticar preços diferentes devido aos custos de operação mais favoráveis no comércio eletrônico.

 Como será o Varejo a médio prazo?

               É inegável que temos vários players no Brasil e globalmente que vem desenhando as tendências desse mercado, no Brasil o e-commerce mesmo em franca ascensão tem muito espaço para crescer e atender muito mais consumidores.

O mercado Livre atua como protagonista por aqui tendo investido muito em logística e formas de fazer com que as entregas possam ocorrer até no mesmo dia.

               Em cenário global e especificamente nos EUA a Amazon tem feito com que muitas redes de varejo físico tenham desaparecido, com certeza o mais emblemático foi a rede UsToys no segmento de brinquedos que encerrou suas atividades em 2018.

Particularmente acredito que as lojas físicas que temos hoje serão cada vez mais destinadas a serviços e como pontos de apoio ao comércio eletrônico para retirada e ou devolução de mercadorias compradas de forma eletrônica.

Um dos grandes desafios do comércio eletrônico está em pessoas que não tem familiaridade com tecnologia e acabam sentindo-se inseguros de usar esse meio para realizar suas compras, mas assim como aconteceu quando houve a implementação de caixas eletrônicos em bancos em alguns anos teremos todas as pessoas adaptadas a essa nova realidade em breve.

As áreas de TI e Logística serão muito demandadas nessas operações fazendo com que profissionais de ambas as áreas sejam cada vez mais necessários e mais qualificados para gerarem inovações que beneficiem diretamente o cliente e assim como já ocorre no varejo convencional a experiência do cliente será um grande diferencial na competição entre as plataformas.

Diferentemente do caso blockbuster, a qual fiz uma provocação no título desse arquivo, o varejo passará por uma remodelação.

“Acredito que não será extinto como aconteceu com as locadoras de filmes, porém o varejo que conhecemos hoje que já está em transformação muito em breve não mais existirá !"