O verdadeiro precursor do rádio foi um feiticeiro brasileiro. Mas o que é que a Campus Party tem haver com isso?
Leia este artigo se deseja que paremos de destruir nossos heróis.
Quem me acompanha aqui no LinkedIn sabe que participei de uma frente executiva na Campus Party desse ano. Foram diversas conexões, diversas descobertas, e principalmente... Diversos insights. Eu nunca havia ido a nenhuma versão da feira, e foi extremamente interessante perceber resquícios do Silício bem em frente de nós.
Na mesma semana, quase como por coincidência, enquanto maturava o desenvolvimento deste texto me deparei com a entrevista do início deste artigo, onde o engenheiro Ozires Silva no programa Roda Viva - em meados de Junho de 2018 -, discorreu sobre uma conversa que teve em Estocolmo com alguns dos responsáveis pelos indicados ao prêmio: "Por que o Brasil não tem um prêmio Nobel?"
Vocês brasileiros são destruidores de heróis.
Parece que uma coisa encaixava com a outra e durante a mesma semana em que fui a minha primeira edição da Campus Party, realizei também a revisão final do meu TCC. Também pudera...
O foco do projeto é a implementação de uma rede de paradas de ônibus digitais, e dentre os diversos estudos realizados afim de dar o embasamento teórico necessário, descobri que o verdadeiro precursor da transmissões a rádio foi o Pe. Landell de Moura, nascido em Porto Alegre no ano de 1860.
Foi em 1892 que construiu o primeiro transmissor de mensagens sem fio do mundo. Em todas as cidades onde foi sacerdote, realizava demonstrações públicas de seu grande feito – um dos fatos de ter sido acusado de bruxo diversas vezes pelos fiéis -, mas foi às 9 horas da manhã do dia 16 de julho de 1899, conforme anunciado pelo jornal Estado, que foi feita publicamente a primeira transmissão de voz sem fio do mundo, entra a Avenida Paulista e um colégio em Santana.
Sua história é levada adiante por amantes do radioamadorismo, e o principal herdeiro de seus projetos originais foi Ivan Dornelles Rodrigues, que além de ter escrito uma das principais biografias sobre o Pe., possui um pequeno museu com documentos e projetos do inovador Pe. Landell de Moura.
Na época dos estudos, eu havia sido responsável por fazer a introdução do tópico sobre os primórdios das Redes Sem Fio, e no momento em que descobri o feito tratei de compartilhar e devanear sobre as descobertas com meu colega de estudos (e de TCC), o Reginaldo, que por sorte (ou um mero acaso) estava a caminho de Porto Alegre para a implementação de um projeto da sua empresa.
O Reginaldo pôde então visitá-lo, e em tempo o agradeci indiretamente pelo empenho em salvaguardar a história deste grande personagem brasileiro, tomando para mim a responsabilidade de falar sobre Landell sempre que me couber a competência.
O que guardo em minha memória, da conversa interpretada pelo Reginaldo, foi a resposta tida, quando questionado sobre a injustiça acometida ao Pe. Landell de Moura, que nunca foi reconhecido pelos seus feitos:
Quem criou o rádio foram todos eles, cada um a tua maneira.
Sim, claro, cada um a sua maneira, mas veja comigo... Hertz ganhou a medida, Guglielmo a fama. E Landell? Foi só mais um herói que destruimos.
E talvez eu seja só otimista demais, mas...
Uma fagulha de esperança de que deixaremos de ser destruidores de heróis se acendeu enquanto presenciava o brilho nos olhos dos recém formados ali presentes, defendendo seus feitos. Suas criações.
Mão robótica da Ex-Machina, repelente nanotecnológico da Aya...
Foi emocionante presenciar o poder tecnológico que temos aqui dentro do nosso país, e a visibilidade que eventos como este dão aos pequenos estudantes, lutando por um espaço no mundo da inovação tecnológica e do empreendedorismo que rendeu o reconhecimento e renome mundial a jovens como Mark Zuckerberg, que revolucionou o modo como a sociedade contemporânea se comunica...
Para que abramos espaço aos novos criadores.
Para que deixemos de destruir nossos heróis.
Sou mentor premiado e te ajudo a começar seu negócio/startup do zero. Ajudo também e empresas a inovar de maneira prática. Cofundador na Vortex Ventures (Startadora / Futurize). Sou empreendedor e inovador há 17+ anos.
5 aFantástico. E realmente hoje em dia estamos criando cada vez mais heróis e heroínas. Precisamos valorizar esta galera inovadora.
CEO & founder Aya tech, P&D, pesquisadora at AYA TECH
5 aFico lisonjeada de ter sido chamada de herói juntamente com tantos outros brasileiros gênios, é muitíssimo gratificante ter inspirado esse lindo artigo, parabéns e muito obrigada!
Co-Founder e COO Grupo DARYUS | Diretora Acadêmica no IDESP | Estrategista | Mestre em tecnologia
5 aParabéns Júlia, em saber que quando questionamos quantos já tiveram em um evento como a Campus Party, de quase 250 pessoas somente por volta de 10 levantaram as mãos....e lá se foi a 12a. edição. Desejo que em 2020 tenhamos o dobro de participantes e que eles sintam o que você vivenciou.
Governança de Dados | DAMA-DMBOK | Processos | Databricks | Purview | Cultura Data-Driven
5 aÓtima reflexão!
Platform Engineer | MBA | Devops | Kubernetes | IAC | CICD | Github, Azure, AWS, OCI, Terraform & CKA Certified
5 aObrigada por auxiliar indiretamente no desenvolvimento deste artigo: Ex Machina UNIFEI, Aya Tech, Fernanda Checchinato, Reginaldo Ferreira Lopes da Costa.